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A Religião Ateísta

É estranho quando vemos ateus utilizando a Teoria da Evolução e a Teoria do Big Bang como baluartes contra o cristianismo, uma vez que essas teorias são compatíveis com o relato bíblico; em nada invalidam a existência de Deus; foram filósofos e cientistas ateus os maiores oponentes do Big Bang, inicialmente sugerido por um padre, Georges Lemaître; e que, nas primeiras décadas, a TE foi amplamente aceita por comunidades cristãs. Sobre a relação da Teoria da Evolução com a Igreja e a origem do bizarro debate entre "fé e ciência", leia o artigo do meu irmão, Ticiano Castoldi, graduando em História, publicado no seu blog, minasdraug.blogspot.com.br, no dia 1º de dezembro de 2012, sob o título "Darwinismo e Igreja: os primeiros contatos" - aconselho, ainda, a leitura de outro trabalho seu, publicado no mesmo blog, sob o título "Seria Deus um evolucionista?". Segue um breve relato da luta dos ateus do Séc. XIX e início do Séc. XX contra a Teoria do Big Bang.

Resumo do que segue: 1 - A percepção grega do Universo; 2 - A superioridade do pensamento hebraico; 3 - As conclusões da ciência; 4 - A incoerência dos ateus; 5 - Sobre a metafísica; 6 - Teorias mirabolantes; 7 - A religião da ciência; 8 - Sacrifícios em nome da "deusa Razão"; Conclusão.

1 - A percepção grega do Universo:
Para os gregos antigos, o mundo não tivera início e não teria fim, sendo algo fixo, sem evolução, sem mudança e sem desgaste, divino em si mesmo e incriado. Parmênides (Séc. VI-V a.C.) dizia que o mundo era divino e estático; Demócrito (460-370 a.C.) e Leucipo (Séc. V a.C.) afirmavam que a matéria não tinha origem e nem composição. Os antigos pensadores pré-socráticos, como Platão, Aristóteles e Plotino, julgavam que os astros fossem feitos de substâncias divinas e que jamais evoluíam ou envelheciam, sendo deuses em absoluto. 

2 - A superioridade do pensamento hebraico:
Antes de produzidas as antigas reflexões gregas e, logicamente, muito antes do advento da Ciência Moderna, os hebreus já percebiam que o Universo tivera uma origem e que, no processo de criação, passou por um estágio caótico, no qual era nada além de uma "substância informe" - eles receberam a revelação de que a tudo o que viam era fruto de um processo evolutivo, de uma Criação coordenada por Deus e dada em seis etapas distintas. Tal percepção de mundo fez com que os hebreus vissem a História como algo linear, apontando para a degradação da vida e da matéria e, então, para um mergulho na perfeição e na eternidade de Deus. É por esse motivo que os hebreus sempre se preocuparam em registrar honestamente a sua história como povo. Leia mais sobre isso na seguinte postagem do EOMEAB: "A Bíblia e a Ciência".

3 - As conclusões da ciência:
Não gosto da ideia de tratar das conclusões científicas pelo singular "a ciência", pois a ciência não é como um organismo completo e unânime, estando mais para um bosque repleto de seres distintos e antagônicos, mas vou abrir uma exceção aqui, considerando as conclusões mais universalmente aceitas pelos cientistas. O fato é que os avanços científicos derrubaram todas as citadas pressuposições gregas - descobriu-se que a matéria é constituída por uma grande variedade de átomos, formadores de moléculas e macromoléculas. Das macromoléculas verificou-se a existência das moléculas-gigantes que, unidas, carregam uma quantidade praticamente imensurável de informação genética que, por sua vez, é a base para as numerosas formas de vida. Tudo isso indica um processo evolutivo, que inicia com os átomos e suas partes menores, caminhando até as moléculas-gigantes, cujas fundamentais são: adenina, guanina, timina, citosina e uracila - unidas as quatro primeiras, combinadas de três a três, temos os caracteres genéticos e as estruturas básicas dos seres vivos, dos unicelulares até o ser humano. Disso também temos as cadeias moleculares que formam as proteínas, com seus vinte aminoácidos fundamentais. Das bases moleculares, podemos, ainda, perceber a evolução biológica, que culmina na formação de sistema biológicos principais.

Percebida a composição da matéria e os diferentes níveis de complexidade, que apontam para uma relação de continuidade, os pesquisadores são levados a concluir que o Universo está num processo de evolução irreversível. Consideremos os elementos mais simples que compõem a matéria: cada estrela é uma massa de hidrogênio que se transforma, gradativamente, em hélio e, terminada essa transformação, a estrela morre, tornando-se uma "anã branca". É fácil perceber que nada no Universo é eterno, sempre se modificando, desgastando-se, virando outra coisa e, por fim, morrendo. A percepção de um Universo eterno é a negação de começo e transformação e é impossível sustentar tais percepções em nossos dias.

Mesmo havendo farto material para contestar a macroevolução e tendo o darwinismo tradicional, com a ideia do gradualismo, como uma pressuposição falida, até mesmo o mais literal dos cristãos há de conceber que existem variações na matéria e nos seres, principalmente considerando que na Arca de Noé entraram, necessariamente, apenas as espécies fundamentais da fauna que, posteriormente, foram se diversificando para o que temos hoje. No final das contas, a conclusão é uma só: tudo o que há no Universo teve um começo. A ideia de um começo retira do Universo o status de um "deus em absoluto" e exige uma influência externa, eterna e onipotente - um Iniciador, uma Vontade, uma Inteligência, um Projetista.

4 - A incoerência dos ateus:
Mesmo que a Ciência Moderna tenha desconstruído todas as principais percepções sobre o Universo que haviam sido sustentadas desde o tempo dos antigos gregos, muitos pensadores racionalistas e ateus do Séc. XIX, para não pronunciar o nome de Deus, retomaram a jazida visão de mundo da Antiguidade Clássica. Dentre eles podemos citar: Marx, Engels (1857), Friederich Nietzsche (1900) e Augusto Comte (1857).

Era conveniente para o ateísmo que se entendesse o Universo como um "movimento cíclico eterno", um Ser Absoluto, algo infindável, que nunca envelhecia. Tal percepção de mundo foi trabalhada ou restaurada mesmo com a plena consciência das conclusões científicas mais coerentes - eles ignoraram a lógica científica que eles mesmos supostamente defendiam. O princípio termodinâmico de Carnot (1832) e Clausius (1888), que aponta para a degradação da energia, foi apenas uma das muitas ideias científicas daquele período que os racionalistas sumariamente ignoraram.

- Friedrich Nietzsche (1900): retomando a concepção grega antiga, rejeitou a ideia de um Universo cuja história fosse linear, progressiva e irreversível. Ele pensou no Universo como algo caótico e destituído de qualquer forma.
- Augusto Comte (1857): em sua empreitada ateísta, proibiu que seus discípulos estudassem o espectro, através do qual se pode perceber a composição química das estrelas.
- Engels, Nietzsche e Heidegger fazem frequentes referências aos mais antigos filósofos gregos, como Heráclito, Parmênides, Xenófanes e Anaximandro. Outros ateus se apoiam em Demócrito e Leucipo, atomistas gregos cujas ideias poderiam sustentar seu ateísmo. Tudo era válido para rejeitar o conceito de um Deus Criador e distinto do mundo.
- Jean-Paul Sartre pretendeu ignorar as ciências experimentais e desprezou a pesquisa das realidades físicas e biológicas. O existencialista Martin Heidegger e Albert Camus (1913-1960), fizeram o mesmo. Camus tinha o mundo como algo absurdo.
- É sabido que os filósofos marxistas da antiga Cortina de Ferro, defensores do ateísmo, entraram em severa crise quando os físicos quiseram estudar melhor as consequências da lei da entropia - o seu ateísmo, para subsistir, dependia da eternidade da matéria.

A verdade é que o ateísmo moderno não superou toda a influência negativa desses pensadores. Está mais gritante do que nunca a percepção de que o Cosmos é um "deus em si mesmo", uma entidade impessoal que se auto-gerou e arquitetou. Essa perspectiva ganha força ao lado do crescimento do neopaganismo, característico do movimento da Nova Era, que quer adorar um deus sem rosto, etéreo; tal pregação ateísta também encontra bases no pensamento dos estoicos antigos, retomado por muitos pensadores ateus de nosso tempo, que admitem uma Razão imanente no Universo, tornando-o inteligente e harmonioso sem a necessidade de Deus - trata-se de um Universo que explica a si mesmo, uma verdadeira entidade divina. Em oposição aos mais significativos desenvolvimentos filosóficos e científicos do Séc. XIX, os pensadores ateus do período proclamaram o ateísmo como um dogma, como a única filosofia científica possível - tal crença no ateísmo está bastante evidente em nossos dias, de tal modo que o mesmo tornou-se uma verdadeira religião para muitos dos seus seguidores.

Por esses e outros motivos é que alguns ramos da ciência, em especial a astronomia, que felizmente é estudada sem preconceitos, não se concilia mais com o ateísmo, considerando-o inconcebível e impensável.

5 - Sobre a metafísica:
É inerente ao ser humano entender o porquê das coisas - de onde as coisas vieram? Por qual motivo elas existem? Quem as criou? Tais questionamentos muitas vezes entram no ramo da metafísica, que significa "além das coisas naturais". Trata-se do estudo dos fenômenos para além do que observamos, uma reflexão que transpassa os limites físicos e naturais - quando alguém deseja saber não só as causas próximas, mas a "causa das causas", envereda-se nas especulações metafísicas. Até a época moderna a metafísica foi muito valorizada pelos intelectuais, mas sofreu severos abalos com os trabalhos de Immanuel Kant (1804), Sigmund Freud (1939), Augusto Comte (1857) e Friedrich Nietzsche (1900), que levantaram a pressuposição de que só conhecemos os fenômenos sem poder penetrar nas suas causas, sem jamais poder atingir a realidade em si mesma - todo o conhecimento além das ciências naturais foi desprezado.

Infelizmente, muitos cristãos também foram influenciados pelo materialismo e pela impossibilidade de conhecer aquilo que está além das percepções naturais e, mesmo crendo em Deus e nos valores morais, pregam que estes jamais podem ser pensados através da razão, mas somente desejados pela fé - ora, a Igreja nunca pregou isso. O fato é que a negação da metafísica exige o uso da própria metafísica, assim como é necessário filosofar se desejarmos argumentar contra a filosofia.
Fonte: Ciência e Fé em Harmonia, Prof. Felipe Aquino, Cléofas, 2012, pgs 116-121.

6 - Teorias mirabolantes:
Diante das inúmeras evidências em favor do Big Bang, alguns dos grandes pensadores ateus de nossos dias estão formulando teorias para não terem de engolir as implicações teístas da descoberta da "Origem do Universo". Algumas delas são:

- O "ricochete cósmico": sugere que o Universo está em expansão e contração contínuas, ajudando a evitar um início definido. Ocorre que não há evidência para um número infinito de explosões! A única coisa que podemos sabe é que o Universo explodiu somente uma vez; não existe matéria suficiente no Universo para que ele continue explodindo indefinidamente; não há matéria suficiente no Universo para fazer com que ele se contraia e venha a explodir novamente - a "teoria do ricochete" contradiz a lei da termodinâmica, supondo que nenhuma energia seria perdida em cada contração e explosão; o Universo não pode suportar um ciclo eterno de expansão e contração - ele já estaria parado, congelado, inerte; um número infinito de explosões é algo verdadeiramente impossível e, havendo um número finito delas, teríamos que explicar de onde veio a primeira de todas - isso não resolve o problema que o Big Bang levanta.

- Tempo imaginário: para evitar o início absoluto, Stepehn Hawking formulou uma teoria que utiliza o "tempo imaginário" - sua teoria pode ser chamada de "teoria imaginária", já que seu teórico afirmou que se trata de uma suposição metafísica que não pode explicar o que aconteceu no tempo real. O próprio Hawking, tendo em vista que quase todo mundo acredita que o Universo e o próprio tempo tiveram origem no Big Bang, sugere o fracasso da sua teoria quando aplicada ao tempo real. Trata-se de apenas um vislumbre imaginativo.

- Incerteza: sendo decisiva a comprovação do início do Universo, muitos ateus passaram a questionar a primeira premissa do argumento cosmológico: a lei da casualidade. A lei da casualidade é o fundamento de toda a ciência e seu questionamento coloca os ateus em uma situação complicada, já que se orgulham tanto de serem os supostos "campeões da razão e da ciência". Seu questionamento toma bases na física quântica, especialmente no princípio da incerteza de Heisenberg - esse princípio aponta a impossibilidade de predizer a posição e a velocidade de partículas subatômicas. Os ateus que tomam base nesse princípio sugerem que, sendo a casualidade desnecessária no reino subatômico, talvez ela também não se aplique ao resto do Universo. Há, porém, um severo erro nesse pressuposto: ele confunde casualidade com previsibilidade. Heisenberg não prova que o movimento dos elétrons não tem causa, apenas afirma que nós não temos a capacidade de predizer a sua posição e velocidade em um determinado momento. A verdade é que os teóricos quânticos reconhecem que é possível que não sejamos capazes de prever simultaneamente a velocidade e a posição dos elétrons, pois a nossa tentativa de observá-los é a própria causa de seu comportamento estranho.

7 - A religião da ciência:
O astrônomo agnóstico Robert Jastrow faz uma interessante observação sobre o comportamento religioso dos cientistas ateus:

"Os teólogos geralmente ficam alegres com a comprovação de que o Universo teve um começo, mas os astrônomos ficam curiosamente perturbados. Suas reações dão uma interessante demonstração da resposta da mente científica, supostamente algo bastante objetivo - quando as provas reveladas pela ciência levam a um conflito com os artigos de fé que professamos. Resulta que os cientistas comportam-se como o resto de nós quando nossas crenças estão em conflito com as provas. Ficamos irritados, fingimos que o conflito não existe ou descrevemos por meio de frases sem sentido." De fato, a sugestão de Atkins sobre os "pontos matemáticos" e a ideia de "energia negativa" de Asimov, se encaixam na percepção de Jastrow.

Einstein também se incomodou com as conclusões de seus estudos: o seu trabalho estava apontando para a ideia de que o Universo teve um começo, possibilidade que o afligia. Jastrow descreve o comportamento de Einstein: "Essa é uma linguagem curiosamente emocional para uma discussão sobre algumas fórmulas matemáticas. Suponho que a ideia de um início do tempo perturbou Einstein por causa de suas implicações teológicas." De fato, os cientistas ateus e panteístas também têm crenças teológicas. 
Fonte: Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu, Norman Geisler e Frank Turek, Vida, 2012, pgs 86-89.

8 - Sacrifícios em nome da "deusa Razão":
Não poderia concluir esse artigo sem citar algumas das atrocidades cometidas durante a Revolução Francesa, que pregou uma religião devotada à deusa Razão, um culto que pretendia substituir o cristianismo. Vamos aos fatos:

Inspirados por Russeau, líderes como Robespierre e Danton, tentaram implantar uma utopia na França - sonhavam num sistema no qual somente os mais virtuosos teriam voz. Em nome da causa, os partidários da revolução enfiaram, em 1792, a cabeça da Princesa de Lamballe numa lança, depois dançaram entorno dela. Um ano depois o rei Luís XVI foi guilhotinado - depois foia vez da rainha Maria Antonieta, que nunca disse que "comia brioches" ao saber da fome do povo. Padeiros foram executados por causa do preço do pão, além de carpinteiros, camponeses, mendigos e adolescentes. Louis Saint-Just chegou a afirmar que "A república consiste no extermínio de todos que se opõem a ela." Ele também morreu guilhotinado. Um panfleto da época diz "que nas cidades o sangue dos traidores seja o primeiro holocausto à liberdade."

Em um ano, contando a partir de setembro de 1793, cerca de 40 mil pessoas foram sacrificadas em nome da "nova humanidade" - pelo menos 16 mil delas morreram na guilhotina. Esse total é cerca de cinco vezes o da Inquisição espanhola - o fanatismo por detrás do culto à "deusa Razão" foi, portanto, muito maior do que aquele esteve por detrás da Inquisição. 

No final das contas, até Danton e Robespierre foram guilhotinados. Dez anos depois a monarquia foi restituída por Napoleão, terminando a Revolução com um líder mais despótico que Luís XVI.
Fonte: Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo, Leandro Narloch. Leya, 2013, pgs 258-259.

Consideremos, ainda, o pensamento de alguns dos maiores pensadores do Iluminismo:
- David Hume (1711-1776) e Edward Gibbon (1737-1794) justificaram a prática da escravidão como um preço "lamentável, mas necessário para a civilização". Para Gibbon, a escravidão é "quase justificada pela lei soberana da autopreservação". Hume vai além: "os negros e, em geral, todas as outras espécies de homens (uma vez que há quatro ou cinco tipos diferentes) [são] naturalmente inferiores em relação aos brancos." Immanuel Kant é ainda mais severo: "Os negros da África não possuem, naturalmente, nenhum sentimento maior do que o de brincadeiras."
Fonte: Uma História Politicamente Incorreta da Bíblia, Robert J. Hutchinson, Agir, 2007, pgs 162-163.
- Maquiavel, Thomas Hobbes, Jeremy Bentham e John Austin, entre outros pensadores anticristãos, rejeitaram a ideia dos direitos humanos. Bentham considerava os direitos humanos como sendo "falácias anárquicas"; Maquiavel afirmou que "os homens devem ou ser mimados ou completamente destruídos"; Hobbes tinha como certo que os homens abrissem mão de seus direitos naturais em nome de um Estado totalitário; para Austin, a validade de uma lei reside unicamente no fato de ela ter sido proclamada por um governante.

Outras frases bizarras:
"Se vais às mulheres, não vos esqueçais de vosso chicote." Friedrich Nietzsche. Hutchinson, pg 16.

"O destino da mulher é ser uma devassa, como a cadela, a loba; ela deve pertencer a todos aqueles que a reivindicam." Marquês de Sade.  Hutchinson, pg 87.

"A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística." Joseph Stálin.  Hutchinson, pg 21.

Conclusão:
Fica evidente que a ideia de uma origem para o Universo sempre perturbou os ateus, especialmente até a primeira metade do Séc. XX, sendo preferíveis as percepções de mundo nutridas pelos antigos filósofos gregos. Para fugir das conclusões teológicas inevitáveis do Big Bang, muitos ateus sumariamente censuraram o conhecimento científico de seu tempo e sustentaram, através de teorias bizarras, suas visões de mundo, plenamente baseadas no interesse pessoal, na vaidade e numa luta pessoal contra Deus - e em diversas ocasiões essas vaidades promoveram massacres. Infelizmente muitos ateus ainda fantasiam, afirmando que todos os cristãos são ignorantes e inimigos da ciência e que eles, "os únicos amigos" do Big Bang e da Teoria da Evolução, são íntimos da verdade - o fazem, porém, sem a menor noção de que a história do ateísmo foi continuamente maculada por dogmas e lutas declaradas contra o próprio avanço da ciência. Com base nisso tudo, não é de se estranhar que o neopaganismo tem crescido de modo intenso em países de vasta tradição secular e ateísta. 

Finalizo esse artigo questionando a suposta segurança que os ateus nutrem numa igualmente suposta ciência - será que nós, não passando de máquinas que leem o mundo através de receptores sensoriais e interpretações de nosso cérebro, criaturas que brotaram do acaso e do aleatório, que vivem e pensam com base em impulsos químicos e físicos irracionais, podemos confiar tanto em nossas leituras do mundo? Como podemos ter certeza de que aquilo que nos cerca é real? A verdade é que o tão adorado -mas desprezado- método científico, que, em teoria, sustenta as crenças dos ateus, não pode comprovar a própria ciência - ou a ciência pode ser analisada pelo método científico? Quantas outras crenças que os ateus sustentam e que servem de base para o ateísmo jamais serão atingidas pelo método científico? A quanto ao próprio método?

Natanael Pedro Castoldi

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