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Presságio - Crenças Fortalecidas na Imaturidade e na Desordem

O artigo que segue foi escrito por mim no dia 12 de maio de 2011 e publicado nO Mirante. Espero que a reflexão que segue seja esclarecedora - tire as suas próprias conclusões.

Presságio

Na quarta-feira passada tivemos um módulo de aulas para compreender a nova geração. A resposta que encontrei foi: isso é impossível. O estudo histórico sobre o Pós-Modernismo fez-me refletir: uma humanidade inteira está interessada por seu colapso e também, parece que de forma premeditada, trabalhando perfeitamente para tal. O que segue é uma reflexão, não tão nova, mediante o que já escrevi no blog, mas, como aquilo tudo o que escrevi, mesmo muito coerente, não vinha com base em estudo algum, apenas observação, decidi que seria interessante reforçar essa questão. Seguem partes do estudo e, na seqüência a minha reflexão.

Revolução Industrial. O princípio mais evidente da História da Decadência. Ali a sociedade consolidou, de fato, o modelo moderno de percepção: progresso, desenvolvimento da ciência e tecnologia, em prol da excelência de vida, da alegria duradoura, do conforto na plenitude do conhecimento sobre as origens e os fins, almejando um futuro sem mais perguntas a serem respondidas. Nesse período, enquanto se via um ser humano de peito estufado, animado a trabalhar em projetos de futuro mirabolantes, iniciou-se uma sutil castração do homem. Uma legitima facada nas costas. Antes, o filho ficava o dia inteiro junto com o pai, nos fundos de casa, em sua carpintaria ou ferraria, aprendendo com ele, crescendo com ele. Agora o pai ficava o dia inteiro fora, na empresa e, portanto, a mãe, se esta não trabalhasse, cuidava do filho homem e o educava, até porque, na dureza do serviço para o proletariado, dificilmente os pequenos tinham o acompanhamento dos avós, jazidos prematuramente. A sociedade se desenvolveu, mas o homem não voltou para casa, o velho lobo que, volta e meia, lutava com seu sucessor para ensiná-lo a ser lobo de fato, agora não mais o fazia. Da mãe, o filho homem foi parar nas mãos de outras mulheres, suas professoras. O que segue é uma legião de homens amargurados, com metade da masculinidade que deveriam ter. Também, mais ao final do Século XIX, começou a se enraizar o movimento feminista. O princípio das dores do homem... esse, parece-me, fora o grande mal da época.

Então pulamos para a 2ª Guerra Mundial, um dos grandes divisores de águas da história humana. O mundo que entrou, que fomentou a Grande Guerra, saiu diferente após voltar a respirar: antes, todo um modelo de sociedade decidiu que lutar bravamente era a melhor opção, para, depois da luta, lembrar dos horrores do campo de batalha e decidir que a guerra deveria ser evitada a qualquer custo. Esse trauma profundo modificou todo o pensamento, a percepção humana de mundo. Mesmo com o avanço científico, as mentes afetadas passaram a ter um certo desconforto para com a ciência e o progresso, ambos fatores decisivos para a mortalidade do conflito recém terminado. A concepção moderna de mundo mostrou-se, então, pálida, fria, desanimadora. O Mundo Moderno foi o pai dos regimes totalitários, das duas Grandes Guerras, da bomba atômica. O ideal original de sociedade moderna, então, apresentou-se como utopia. A ciência, a tecnologia e o progresso não apresentaram as respostas que se prontificaram a dar, pelo contrário. Aqui se tem a raiz do Pós-Modernismo.

A primeira geração a nascer depois a 2ª Guerra deu início ao novo mundo, experimentou e promoveu as mudanças sociais principiadas com o fim do conflito mundial. Essa geração, a dos baby boomers, divulgou a paz, desejou mudar de fato o planeta. Crescendo em frente à TV, tiveram maior acesso à informação. Se anseio pela paz e libertação da tradição levou-os a criar o movimento hippie e a cultura do excesso, na década de 70. Nutrindo aversão a toda forma de opressão, aos costumes, aos padrões, indo no extremo oposto de seus pais, os “senhores da guerra”, adentraram na libertinagem e, portanto, não souberam criar seus filhos adequadamente, uma nova geração, advinda da explosão cultural.

A Geração X presenciou um grau de decadência dos padrões sociais um pouco mais acentuado. Seus pais, baby boomers, promoveram um grande aumento dos divórcios, resultando em lares sem pai ou mãe para os da Geração X. Muitos também cresceram vendo o pai e a mãe trabalhando fora e presenciaram um maior levante da mulher na sociedade - esta, passando a ver, lentamente, o homem como um inimigo. Ao contrário de seus pais, essa geração deixou de ser idealista e, mais do que eles, desconfiou das instituições tradicionais, grande marco do modernismo, fracassado.

Da Geração X, surgiu na década de 80 a Geração Y. Esses cresceram extremamente mimados pelos pais, achando-se o centro do universo. Se os baby boomers educaram mal seus filhos, imagine a Geração X. Pais mais liberais, descompromissados, imaturos, frescos. A tecnologia prendeu essa geração e passou a ter um papel mais extenso em sua criação e educação do que os pais. Uma pífel educação. A velocidade de tudo, no preparo de alimentos, nos computadores, nos celulares, nos automóveis, tornou a própria geração “veloz”, impaciente, desinteressada em tirar tempo para conversar ou desenvolver idéias complexas, desinteressada em pensar, pois tudo já chega pronto, não é necessário grande esforço, basta aceitar. De uma coisa os líderes mundiais nunca abriram mão: “melhor uma sociedade de trabalhadores do que de pensadores.”

Comentário: os baby boomers desestabilizaram a família. A Geração X a está aniquilando. A Geração Y, a enterrará. Mães solteiras são aplaudidas, duas mães de uma criança são consideradas vencedoras, os filhos devem ser educados longe de casa, não há mais senso de hierarquia nem autoridade nos pais. A família está se desmanchando, não é mais eterna. O berço da moral e da ética está sendo regido por pervertidos, imaturos, mimados e, se não bastasse, entrando em colapso total, duramente atacado pela mídia e governo. O que acontecerá com a sociedade quando seu fundamento mais estável ruir? Quem resistirá a uma investida opressora, daquelas do Século XX? A população não estará mais solidificada como rocha, mas dispersa como areia.

As mudanças culturais se acentuaram ainda mais. Há pais da Geração X que possuem filhos na Geração Y e, da nova, Z. Assim como os jovens pais da Geração Y estão tendo filhos dessa respectiva. A Geração Z parece ter chegado no limite da decadência humana, assim como chegou no limite do alfabeto. As crianças nascem cercadas de alta tecnologia e são estimuladas, desde cedo, a utilizá-las, alienando-se desde então. A gurizada de 11 a 14 é um bom exemplo disso: não existe mais família, não existe mais contato ou conversa com os pais. Estão viciados em telas e fones. Preferem ficar horas a fio conversando na internet e detonando os ouvidos e neurônios, do que valorizar seus irmãos e pais. Então não nutrem relacionamento saudável com ninguém, pois pela internet nada passa de frieza e falsidade e com os próximos, distância e aversão, a não ser que se queira algum presente ou dinheiro. A Geração Y, definitivamente, não está preparada para a paternidade... imagine, então, que criaturas sinistras virão da Geração Z.

Acima descreveu-se o grande momento do declínio humano, as gerações pós-modernas. Mas, afinal, o que de fato é o pós-modernismo?

O movimento mais fortemente consolidado na Revolução Industrial, a Modernidade, iniciou-se, de fato, no período Pós-Reforma, quando o jugo científico e tecnológico da Igreja Medieval fora retirado. Avessos ao Deus cristão, deturpado na Idade Média, muitos cientistas e outros estudiosos passaram a desenvolver um sistema científico que abolisse o Eu Sou, tornando viável para o encontro da Verdade, busca realizada sem sucesso desde a Grécia Antiga e retomada na Renascença, somente aquilo que pudesse ser observado e fosse respaldado pela “razão”. Sem nem ao menos analisarem de fato, colocaram Deus de lado. Então surge a geração Pós-2ªGM, decepcionada com o mundo de seus pais, como já citado, assim como fora depois da Idade Média, e, portanto, considerou a valorização da razão como um fracasso total. A razão não mais exerce papel central.

A Pós-Modernidade veio como uma ruptura para com o mundo ordenado da modernidade. O progresso passou a ser questionável. Todas as “certezas” foram tidas como incertezas, a Pós-Modernidade, por si, não se interessa em encontrar resposta alguma, tudo é relativo. Ninguém é capaz de dizer para onde estamos indo. O “absoluto” não existe, esse é o conceito fundamental. Trocou-se a razão pelo seu completo oposto. Não se procura idealizar o amanhã, mas viver freneticamente e exaustivamente o hoje, “prazer já!”

A globalização, regrada pelo relativismo, cria um ambiente onde se diluem e aceitam todas as crenças, todas as culturas, todos os estilos, todas as idéias. À disposição do consumidor, está o pluralismo, sempre oferecendo infindáveis versões diferentes de um mesmo produto, para que seja escolhido o que melhor convir com o indivíduo, isso, então, é extrapolado para a cultura, a religião, a moralidade, a verdade. Cada um tem a que acha mais saborosa e atrativa. CADA UM: conceito promovido pela ideia individualista de viver, onde cada um busca por si o prazer imediato.

A juventude Y no Brasil, moldada aos padrões Pós-Modernistas, reflete toda a situação calamitosa. Um estudo recente realizado pela Mtv sobre o jovem brasileiro mostra que 27% não têm boa relação com os pais -provavelmente mais-, 50% não moram com os dois pais, 33% têm pais separados, 8% nunca tiveram contato algum com um dos pais, 25% já têm filhos e apenas 60% pensam em ter algum filho no futuro. A primeira relação sexual ocorre aos 16 anos, ou antes. Nos relacionamentos há três modalidades gerais: aquele em que há envolvimento emocional –namorado, namorido, namorante-, aquele em que não há envolvimento emocional algum, puro instinto bestial –ficante, rolo- e aquele que se limita somente ao sexo –corrimão, sabonete. Não é considerada escandalizante a prática das duas últimas modalidades, “burro é quem não aproveita”. A pesquisa também comenta o fato de 61% dos jovens com mais de 15 anos falarem abertamente sobre já terem consumido alguma droga. O mais interessante, por fim, é o aspecto espiritual desses jovens: 95% dos brasileiros entre 18 e 19 anos afirmas ser religiosos e 65%, profundamente religiosos. É aqui que entra a parte central do artigo, o que concebi além. Fonte: Para uma Nova Geração de Líderes, 1, Entendendo a Nossa Geração, pgs 8-10, apostila utilizada em 2011.

Sim, um cristianismo, em grande parte esquisito, tem se espalhado pelo Brasil, ocupando o espaço do catolicismo, que só se mantém, principalmente, pelo aspecto tradicional, cultura transmitida pelas gerações. Mas há outras religiões se expandindo entre os jovens, disseminando idéias atrativas e confortáveis. O cinema atual rege muito da vida espiritual da juventude brasileira, como Harry Potter, que direciona à bruxaria, e Crepúsculo, como algo mais exotérico – todos sabem o quanto Harry impactou toda uma geração desde a infância e como Crepúsculo atrai o público feminino. Como parte dessa aniquilação espiritual, está a música, altamente obscena e, principalmente nos clipes, pornográfica; quanto ao que vem de fora, mergulhada no ocultismo. Tudo isso, além da depravação, desperta curiosidade e interesse para com as “coisas ocultas”. Não esqueçamos das duas religiões mais fortes que estão tomando a juventude e, também, contaminando a igreja cristã: o espiritismo e a Nova Era, esta segunda também através do crescimento do xamanismo, relatado duas postagens abaixo.

O que está acontecendo?! De fato, a razão fora abandonada por completo. Afinal, “pra que perder tempo e energia pensando, procurando respostas sóbrias? Gaste-o se prostituindo, olhando pornografia, se embebedando ou, melhor, numa festa que engloba isso tudo.” Mais do que nunca, a razão está lançada às traças, pois, que pai, em sã consciência, permitiria ou faria questão que seu filho vivesse assim? Não há quase exceção. Essa realidade de aniquilação física, mental e espiritual é fato geral, um pouco mais rara na igreja, mas praticamente total no mundo secular.

Quem perde com o abandono da razão, provinda da decepção com o Modernismo, é o cristianismo genuíno e, inclusive, em partes, o ateísmo. Convenhamos, a fé cristã é muito bem respaldada pela razão e, por não ser “confortável”, ela, nalguns momentos, se faz necessária para que o cristão se mantenha. Não vejo o ateísmo como uma fonte de sabedoria e conhecimento, pois está numa posição intelectualmente inferior ao cristianismo, mas o considero segunda corrente “religiosa” mais bem respaldada pelo conhecimento e filosofia. A questão é que a morte da razão está fazendo o cristianismo corromper-se vastamente, produzindo cristãos altamente acéfalos – é daqui que está saindo toda a sujeira que vemos em nossos dias, e, veja bem, foi com a morte da razão que ele se corrompeu tanto na Idade Média. Dos que estão saindo do cristianismo verdadeiro, convenhamos, os mais sinceros e sóbrios têm se enveredado no ateísmo. Do ateísmo a sociedade ruma para o agnosticismo e, em seguida, para a regressão total em seitas e religiões sem nenhum aspecto racional, sem base ou fundamento sóbrio – ao que me parece, acontece isso com os novos “nórdicos anticristãos”. Alucinações atrativas, mas terrivelmente irracionais. E quem percebe isso? Quase ninguém tira tempo para pensar, portanto, para estes não faz diferença racional evidente se prostrar à Deus ou se prostrar a uma plantinha. O cristianismo está em declínio ao lado do declínio da razão, logo o ateísmo entrará nessa onda.

A tendência hoje é a busca pela espiritualidade, seja ela qual for, pré-histórica ou inventada. Aqui que mora o perigo. Uma sociedade avessa à razão, quando caminha buscando algo, o faz sem raciocinar, sem prever as complicações, as conseqüências, perambula numa floresta tomada de névoa, vendo apenas um ou dois metros diante dos olhos e, nesse ambiente, marcha com pressa, sem ter tempo de perceber uma fenda ou abismo pelo caminho. É aqui que chegamos, possivelmente, no início da caminhada rumo ao Anticristo. O povo, torrando seus neurônios com uma postura autodestrutiva, sem interesse pelo futuro e desapegado da razão, é um povo absurdamente fácil de manipular e impressionar. Essa insana busca por alguma espiritualidade confortável, logo será saciada por quem se mostrar mais evidentemente poderoso espiritualmente, como um grande xamã ao lado do governo. Em tudo isso combina com a onda de "proteção do mundo", de "poderes da natureza", de "Mãe Terra". 

Natanael Pedro Castoldi

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