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A Bíblia e o Mal - Respostas Sobre Versículos Estranhos

O texto que segue, retirado do anterior "A Bíblia, o Mal e as Heresias - Respostas Sobre Versículos Estranhos" e ampliado, pretende responder adequadamente ao mau uso de alguns versículos bíblicos para justificar o anticristianismo.

 Sobre a Bíblia e o Mal:
Postagem "Incoerência", nO Mirante

A -Deus manda o povo de Israel, depois do Êxodo, destruir todas as cidades palestinas e matar todos os seus habitantes, sem exceções - Josué 6:21; Deuteronômio 13:12-17:
Antes de tudo, precisamos lembrar de um detalhe importantíssimo: nos tempos de Abraão, ainda no livro de Gênesis, Deus, mesmo tendo motivos para aniquilar a Palestina inteira devido à depravação dos cananeus, reconheceu que a vilania local ainda não era grande o suficiente para receber tal juízo e, sabendo que os cananeus perverteriam-se ainda mais naturalmente, levou o povo de Israel, até como forma de protegê-lo da depravação local, à terra do Egito, afim de esperar o dia em que a transgressão palestina chegasse no nível digno de aniquilação total -Gênesis 15:13-16. Isso implica no fato de que Deus não julga sem razão.

Outro ponto de importante relevância está na proteção da nação israelita, mantendo-a distante do paganismo que dominava o mundo inteiro, tirando de dentro de si toda a espécie de idolatria, todo o perigo potencial para a soberania de Deus e consequente risco para a consumação da história redentora - se Israel acabasse igual às demais nações, todo o projeto envolvendo O Messias poderia cair por terra e isso levaria todos os povos desse mundo à destruição eterna, então não restaria alternativa para Deus senão a de deixar o mundo definhar totalmente ou julgá-lo de modo derradeiro e sem esperança para ninguém, mas não, O Pai optou pelo juízo local como forma de evitar um juízo global, fazendo aniquilar as nações palestinas em prol da manutenção e continuidade da história da redenção e consequente salvação ao mundo inteiro - a Palestina, pela localização, clima e influência, tratava da faixa de terras melhor servida para que a vindoura estadia dO Messias em nosso meio surtisse o efeito esperado no mundo inteiro. O fato é que Israel desobedeceu a Deus e não destruiu as nações cananéias e seu paganismo, paganismo que, com o tempo, fora penetrando na cultura israelita e pervertendo lenta e profundamente o Povo Escolhido, chegando ao ápice da depravação hebréia, de que temos conhecimento no livro de Juízes - caos político e religioso em Israel. Deus tinha razão ao exigir medidas tão drásticas em prol de algo maior, já que a desobediência hebréia em relação a isso quase resultou no fim da história redentora - antes de influenciar positivamente o mundo, Israel tinha que purificar-se ou manter-se puro.

Leia mais sobre isso nas seguintes postagens do EOMEAB: "Deus e a Guerra"; "A Origem do Judaísmo e a Conquista de Canaã".

B -Leis difíceis de entender - Deuteronômio 21:18-21; Levítico 18:22, 21:5
A Bíblia, no Antigo Testamento, parece ordenar coisas estranhas, como matar filhos em demasia rebeldes, evitar o homossexualismo e o ato de se barbear, mas por que isso? Antes de o leitor se revoltar com a Palavra, precisa entender que o mundo veterotestamentário não se enquadra nos padrões de nosso mundo pós-moderno, logo, não podemos partir de nosso ponto de vista como fator determinante para se julgar algo consolidado há milênios. Quando entendemos isso, podemos, então, aprofundar o raciocínio: nenhuma Lei do Velha Aliança existiu por existir, resumindo-se no capricho de um Deus que quer apenas mandar e julgar, não! Toda a Lei era, antes de tudo, protetora, com alto grau de sanidade, afim de manter o povo israelita longe de doenças biológicas, livre de doenças morais e políticas e livre do paganismo das cercanias.

Entenda que num mundo sem O Messias, Deus precisava, em paralelo ao livre-arbítrio, construir um cenário propício para a Sua vinda, por isso medidas pesadas tiveram de ser tomadas, afim de, pela privação de uns, haver salvação para todos. Israel, como território e povo, era a peça-chave da revolução que O Pai desde a Queda planejara, portanto, para o bem do mundo, o Povo Escolhido sofreu um pouco mais - sofrimento construtivo, pois a Lei os manteve, pela dor, vivos. Uma dessas leis protetoras é a da primeira passagem acima: todo o filho rebelde, ao resistir continuamente à disciplina, deveria ser morto. Ora, essa lei se aplicava ao contexto histórico em que fora inserida, afim de manter Israel vívido, mas como? Evitando-se a rebeldia das novas gerações, o padrão moral divino inserido nas primeiras manter-se-ia parcialmente intacto, assim como a unidade política, religiosa e étnica. Isso é óbvio! Logo, tal medida era necessária em prol de um bem maior, principalmente quando levamos em conta dois fatores: servia mais como um símbolo do que uma máquina de matar, pois a sua simples existência evitava a necessidade vasta de sua aplicação, já que os filhos potencialmente rebeldes passavam a se conter e evitar a insurreição e, em segundo lugar, porque, com toda a nação conhecendo-a, aqueles que a desrespeitassem não seriam mortos diretamente pela Lei ou por Deus, mas estariam praticando uma espécie de suicídio, pois pediram para morrer de forma consciente e voluntária - como que pisando, de modo consciente, numa armadilha.

A lei da segunda passagem acima também tem aspectos protetores por dois motivos: procurava evitar que se inserisse em Israel uma prática comum entre os povos pagãos, principalmente se levarmos em conta que relações sexuais de todos os tipos eram vastamente praticadas como rituais religiosos que poderiam perverter a nação de Israel e, em segundo lugar, afim de abolir todo o potencial autodestrutivo do Povo Escolhido, pois é lógico que, numa nação largamente homossexual, a fidelidade conjugal e o amor pela prole seriam afetados, doenças venéreas se espalhariam e a natalidade diminuiria, fatores letais para uma nação pequena, além disso, há todo o aspecto profético: a descendência de Abraão seria herdeira da promessa messiânica e no contexto veterotestamentário isso significava, além de um nascimento espiritual, uma ligação genética com o Pai da Fé, coisa que mudou depois de Cristo. Essa lei, porém, ao contrário da anterior, foi reforçada no Novo Testamento, Romanos 1:26-27, por ser ato totalmente avesso ao plano original dO Criador e uma real ameaça à existência da família, com potencial poder destrutivo se levarmos em conta a quantidade de doenças que se propagam com tal ato e sua improdutividade reprodutiva, resultando antes em caos do que ordem. No final das contas, qualquer um que possua um bom conhecimento de psicologia e psiquiatria entende que, sendo o homossexualismo fruto de lares destruídos e disfuncionais ou traumas sexuais na infância, não vem como herança genética ou carregado de bondade em si, mas, sim, como resultado de distúrbios em mentes feridas - e é claro que não me esqueço de todo o aspecto espiritual envolvido nisso. Ora, se o homossexualismo não se origina da normalidade e ordem, obviamente não pode ser algo positivo -por isso deve ser tratado-, mas a diferença entre um mundo sem Jesus e o nosso mundo depois de Sua Primeira Vinda está no fato de que hoje devemos garantir a liberdade dos homens, pelo livre arbítrio, de serem como desejarem ser, julgando-se a si mesmos perante Deus.

A lei da terceira passagem também vem carregada do mesmo padrão da anterior: fica evidente no verso o aspecto pagão do ato de se barbear, que vem junto com o masoquismo ritual - isso no contexto histórico e geográfico em questão. Essa lei, portanto, vinha como mais um mecanismo protetor para Israel nas questões religiosas, mas, nitidamente, trabalhou na proteção da nação como etnia, pois a proibição do corte total das barbas promovia uma larga diferença física entre homens e mulheres e tal diferença física gerava uma identidade sexual específica, segundo a vontade original dO Criador e isso, por sua vez, cooperava na manutenção da integridade sexual de Israel, logo que as coisas não se mesclavam ou confundiam, mas estavam bem determinadas e separadas, o que certamente evitou o homossexualismo ou algum atentado ao patriarcalismo. Assim como em todas as leis, há uma verdade eterna que nos cabe e, nesse caso, fica nítido que a vontade de Deus está na distinção entre homem e mulher, o que, sem dúvidas, coopera com a vida e que, por estarmos lutando contra isso em nossos dias, vemos a morte de nossa humanidade - leia "Geração Emoção".

Do Comentário Bíblico Vida Nova, D. A. Carson, VidaNova, 2012:

- Levítico 18:19-23, pgs 229-230: "Sabe-se que o sacrifício de crianças (21) (...), relações genitorais entre homens (22) e relações tanto de homens quanto de mulheres com animais (23) eram parte da adoração pagã no Egito, em Canaã e outras regiões. Provavelmente esse é o motivo de essas práticas estarem agrupadas aqui. Mas as expressões adicionais no final de cada versículo indicam que aí se tratava de uma imoralidade mais fundamental do que apenas associação com ideias pagãs."

C -Aparente carnificina contra pessoas indefesas - II Reis 2:23-24
Eis um dos textos mais polêmicos do Antigo Testamento, mas somente o é se o interpretarmos segundo nosso ponto de vista pós-moderno. Em português lemos o termo "criancinhas", mas para os judeus tal termo não necessariamente se direciona literalmente à crianças, daqueles que designamos terem menos de 13 anos, até porque o indivíduo "criança" não era reconhecido pelos judeus, que tratavam os pequenos como mini-adultos. Para o judeu, qualquer um com menos de 30 anos podia ser chamado de "criança" e isso fica bem claro na oração de Salomão em I Reis 3:7 e mais claro ainda na vocação de Jeremias, em Jeremias 1:7. O julgamento divino do texto me parece ter, pelo menos, três explicações: Eliseu vivia em tempos onde os reis ainda eram maus, logo, padecia de perseguição, portanto, as "crianças" do texto poderiam se tratar de jovens, aos nossos olhos até mesmo adultos, armando uma perigosa cilada contra a pessoa do Profeta, leve em conta que se tratavam de dezenas de "rebeldes"; outro motivo pode estar no fato de que a desonra -pois ser "calvo" era motivo de menosprezo- ao Profeta do Senhor se tratava de uma desonra ao próprio Deus e a zombaria para com O Criador é passível de morte, ainda mais se levarmos em conta que as "criancinhas" faziam parte do Povo Escolhido, logo, estavam submetidas à Lei, que seus pais concordaram em obedecer; a terceira explicação está na demonstração do poder de Deus mediante uma nação profana. Entendo, ainda, mas tenho algum receio de considerar isso, que Eliseu pode ter usado mal o poder que Deus depositou nele. O fato é que tudo me leva a crer que a morte de 42 "criancinhas" não foi um mero ato de crueldade, mas, sim, de proteção ao Profeta e, logo, à toda nação de Israel, o que resulta na proteção de um mundo inteiro, que dependendo do Profeta e de Israel, pôde ser posteriormente presenteado com a vinda, morte e ressurreição dO Messias.

D -Deus mandou milhões para o Inferno durante os tempos do Antigo Testamento:
É isso que alegam os críticos, os céticos, quando citam o Dilúvio, a destruição da Torre de Babel, de Sodoma e Gomorra, as 10 Pragas do Egito e o afogamento dos exércitos do faraó, a aniquilação dos inimigos de Israel e os juízos sobre o próprio Povo Escolhido, esquecendo-se, primeiramente, que Deus não julga sem antes dar chances, levando Noé a alertar seus conterrâneos sobre a Inundação -2 Pedro 2:5; Hebreus 11:7-, planejando privar Sodoma e Gomorra se nela houvessem uns poucos justos -Gênesis 18:20-33-, O Pai também não teria lançado as pragas mais violentas sobre o Egito se o faraó não tivesse endurecido o seu próprio coração por cinco vezes -Êxodo 7:14, 22, 8:19, 9:7, 35-, não teria desferido juízos sobre os oponentes do Povo Escolhido se tivessem ouvido as profecias e se arrependido, lembremos dos habitantes de Nínive que, ao ouvirem a ameaça pela boca de Jonas e se arrependerem, escaparam da morte -Jonas 1:2, 3:2, 4-10, 4:2, 6-11- e lembremos que Deus só julgou a nação de Israel após incontáveis avisos e revisões da Lei, sempre dando-lhe novas chances de se redimir e prostrar diante dEle -Oséias. Deus é amor, Deus é justo, por isso procura a reconciliação antes da aniquilação e quando a reconciliação não é aceita, aniquila por amor ao mundo inteiro, enegrecido e pervertido pela transgressão de um determinado povo e nação. Por amor Deus limita o homem pelas regras, a prevenir doenças e rebeldia, a prevenir a autodestruição, e pelo juízo também demonstra tal amor, ao, pelo forte exemplo de uns poucos, mostrar ao mundo inteiro o Seu poder e a Sua vontade, que é a vida, pela morte de uns, como já disse, construiu o caminho para a vinda dO Messias, a salvar o mundo inteiro. Leve em conta que, dado o aviso, aquele que voluntariamente se mantém na maldade não é mais julgado pela vontade de Deus, mas julga-se a si mesmo por sua própria vontade - é quase como um suicida. Esse é o primeiro ponto a ser observado.

Podemos e devemos levar em conta ainda outro ponto: antes de Cristo não havia "Inferno" para os homens, segundo o que eu constatei nas leituras bíblicas. O que é chamado de Hades, ou Mundo dos Mortos, parecia mais um local para onde iam os que morriam sem o conhecimento dO Messias -que ainda não tinha sido apresentado ao mundo- para esperar a Sua vinda e poder, pelo livre arbítrio, optar de modo derradeiro por Ele ou não, quando Ele se apresentasse. Toda a humanidade que existira antes de Cristo ia parar nesse mesmo lugar, para "dormir" e esperar -Salmos 13:3-, sejam pagãos, sejam Filhos da Promessa. Ainda não havia salvação eterna no Céu, pois o sacrifício de animais não era nada além de um ato simbólico e didático, já que nenhum animal era capaz de substituir a necessidade do sacrifício dO Messias -Hebreus 10:4-, logo, sem Cristo, não pode haver salvação -João 14:6. Sem Jesus como opção, nenhum humano poderia ser condenado por negá-Lo ou salvo por aceitá-Lo, logo, todos aqueles que foram julgados por Deus no Antigo Testamento não foram diretamente enviados ao Inferno, mas, por não conhecerem O Messias, enviados a um lugar de espera para, posteriormente, terem uma segunda chance. Sendo assim, os juízos de Deus no AT não foram tão cruéis quanto parecem ter sido, pois não houve condenação eterna diretamente relacionada a eles. Tanto os que esperavam pelo Cristo desde o Gênesis 3:15, os que esperavam desde Abraão -Gênesis 12:1-3, 22:8-, da Primeira Páscoa -Êxodo 12:1-7- ou de Davi -2 Samuel 7:8-17-, quanto os que não esperavam, tiveram a chance de, recebendo a visita dO Próprio Messias no Hades, após o sacrifício na Cruz ter sido consumado, dizer-Lhe "sim ou não". Essa é a justiça, esse é o amor de Deus! Vide 1 Pedro 3:18-20; Salmos 16:8-11; Atos 2:31; João 5:25 e 28. A Bíblia também parece deixar claro que para alguns povos específicos, tamanha a sua abominação, a condenação eterna já estava reservada desde o juízo -Judas 7-, mas, de modo geral, parece-me plausível entender -segundo minha própria compreensão- que houve uma segunda chance para a maioria -esvaziando-se o Hades de imediato, indo os que negaram Cristo ao Inferno e os que O tiveram como salvador, ao Céu-, mas que agora, depois de Cristo, depois de Seu sacrifício e ressurreição, as portas do Inferno se abriram aos que, em vida, optam por não serem salvos pelo Filho e as portas do Céu estão abertas aos que, em vida, O aceitam - João 5:29. A peça central do Universo, O Unigênito Filho de Deus, está posta, a chance é HOJE. Apocalipse 1:18.

Natanael Pedro Castoldi

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