-> Origens - Introdução e Índice
Alguns têm a mitologia apenas como prazer literário, outros a desprezam por suas fantasias e alguns, ainda, a analisam e percebem traços que revelam grandes questões sobre o ser humano. O que as mitologias têm a dizer sobre o nosso passado? Tire as suas próprias conclusões do breve estudo que segue.
Existe um outro fator de
interesse que pode apontar para a veracidade do relato histórico e sóbrio das
Escrituras: assim como há outros mitos sobre messias, como Thor, Osíris ou
Balder, há diversos mitos sobre serpentes, Queda, Mundo dos Mortos, Mundo
Celestial, dilúvios... em comum, isso nos mais diversos povos da antiguidade,
ao longo de milhares de anos e em todos os cantos da Terra, não havendo possibilidade
de influência entre eles, representando uma memória ou anseio geral, com base
num passado comum.
-
A Origem do Homem: o relato do Gênesis bíblico nos fala que o homem foi feito
do pós da terra. Para os gregos antigos os homens atuais são frutos de três
tentativas, sendo que a única que deu certo foi a criada “a partir do barro”
-Fonte: Guia Ilustrado Zahar, Mitologia, Philip Wilkinson e Neil Philip, pg 37.
Um outro mito de origem do homem, dessa vez originário na China, também trata
da questão do barro como matéria-prima, conforme se lê na página 173 do livro
Guia Ilustrado Zahar, Mitologia, Philip Wilkinson e Neil Philip. Para certos
ameríndios Norte-Americanos –Nordeste dos Estados Unidos-, os homens foram
criados do barro por Aquele-que-Segura-o-Céu –página 197, Guia Ilustrado Zahar,
Mitologia.
- A Queda: o
cenário bíblico da Queda inclui a Árvore, o Fruto, o casal humano e a Serpente,
que leva o homem à tentação. O chamado Selo de Adão e Eva, achado em 1932, mas
pertencente do quarto milênio a.C., de Tepe Gaura, perto de Nínive, mostra um
homem e uma mulher deprimidos seguidos por uma serpente. Outro selo antigo, o
de nome Selo da Tentação, nos mostra duas pessoas sentadas ao lado de uma
árvore frutífera e por trás de uma delas uma serpente ereta. Fonte: Manual
Bíblico Unger, Merril Frederick Unger, Edit. VidaNova, pg 42. No mito nórdico
Thor, filho de Odin, e representante dos deuses diante dos homens, enfrenta
ferozmente a Serpente do Mundo, Nodhogg, que se enrola entorno da Árvore da
Vida, alimentando-se dela. Fonte: As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica,
A. S. Fachini e Carmen Seganfredo, Edit. Artes e Ofícios, pgs 12, 165-168 e
178. Na mitologia grega, a figura de Thor como enfrentador da Serpente se
transfere para Apolo, deus ligado às faculdades humanas –Fonte: Guia Ilustrado
Zahar, Mitologia, Philip Wilkinson e Neil Philip, pg 319-, que se digladia ferozmente
com Píton, conforme pode ser lido no livro As 100 Melhores Histórias da
Mitologia, A. S. Fachini e Carmen Seganfredo, Edit. L&PM, pgs 27 e 28.
Podemos, ainda, nos lembrar de Hércules, maior semideus, portanto, o mais
humano, que, em um de seus 12 Trabalhos, o penúltimo: enfrentar o dragão que
protegia os frutos dourados do Jardim de Hespérides. Fonte: As 100 Melhores
Histórias da Mitologia, A. S. Fachini e Carmen Seganfredo, pgs 200; Guia
Ilustrado Zahar, Mitologia, Philip Wilkinson e Neil Philip, Edit. Zahar, pg 61.
O pavor do
homem em relação a Serpente ainda pode ser encontrado nos ofídios cabelos
horripilantes da famosa Medusa -Guia Ilustrado Zahar, Mitologia, Philip
Wilkinson e Neil Philip, pg 64. Para os hindus o “rei do mal” é conhecido por
“senhor das serpentes” e seu inferno é constituído por elas. Krishna, grande
deus hindu, é retratado em determinadas esculturas pisando a cabeça de uma
cobra; os egípcios tinham como senhor de seu inferno a imensa serpente Nehebkau
e, para os antigos habitantes de Fiji, a serpente do mundo subterrâneo se
chamava Ratu-mai-mbula; em Lagash, Mesopotâmia, encontrou-se uma escultura de
algo entre 2200 a 2025 a.C. representando Ningizzida, “o senhor da árvore da
verdade”, a carregar duas serpentes. Fonte: Povos e Nações do Mundo Antigo, Uma
História do Velho Testamento, Antônio Neves Mesquita, Casa Publicadora Batista,
1973 (lido em 2011).
- A Árvore da
Vida: Gênesis 3:22 fala da Árvore da Vida, fonte de eternidade ao homem. Para
os nórdicos, a árvore que sustenta o mundo era tida como Árvore da Vida e os
deuses de Asgard cultivavam outra árvore, que produzia frutos que lhes
garantiam a longevidade eterna –Fonte: As Melhores Histórias da Mitologia
Nórdica, A. S. Fachini e Carmen Seganfredo, pg 140. Podemos lembrar, também, da
Epopéia de Gilgamesh: o herói do mito foi informado que existia uma planta que
conferia juventude eterna no fundo do lago do Mundo Subterrâneo, para onde se
dirigiu imediatamente e, por fim, encontrou a planta. Na volta, ao se banhar
num outro lago, por infelicidade, uma cobra roubou e comeu a Planta da
Eternidade – relembrando a relação da Serpente com a Queda. Fonte: Guia
Ilustrado Zahar, Mitologia, Philip Wilkinson e Neil Philip, pg 147.
- O Mundo dos
Mortos: o Antigo Testamento nos fala de Hades, o Novo altera o nome para
Inferno, o Reino da Morte. Em todas as visões, o Mundo dos Mortos fica abaixo
dos “ossos da Terra”, o lugar mais baixo imaginável: os gregos viam o Hades nos
pés de Gaia; os nórdicos viam seu Niflheim na parte inferior de sua Árvore do
Mundo. Há um mito grego em que Hércules desce ao Mundo Subterrâneo para salvar
Alceste – outro herói, Orfeu, também foi ao Mundo Subterrâneo. O mito
babilônico de Gilgamesh nos mostra Enkidu sendo aprisionado no Mundo
Subterrâneo, também da Babilônia, vemos a deusa Inana descendo a esse mesmo
território. Os egípcios antigos viam o Além como um vale cortado por um rio,
isolado por montanhas, onde encontram-se Sete Salões, sendo o último o Salão
das Duas Verdades, onde os pecador do morto eram pesados, para definir seu
destino final. Cada reino, segundo as mitologias, tem um senhor determinado:
Hades no Mundo dos Mortos grego, Hel na Niflheim nórdica, Kali para muitos
indianos, Ereshkigal para os antigos sumérios e babilônios, Mot para os
cananeus, Mictlantecuhtli para os astecas, Anúbis para os antigos egípcios...
Fonte: Guia Ilustrado Zahar, Mitologia, Philip Wilkinson e Neil Philip, pgs 20,
28, 56, 57, 146, 339, 340, 341 e 343; As Melhores Histórias da Mitologia
Nórdica, A. S. Fachini e Carmen Seganfredo, pg 12.
- O Dilúvio: O
Gênesis bíblico apresenta um extenso relato do Dilúvio, tendo Noé, seus filhos
e suas respectivas esposas, sobrevivendo, juntamente com os animais, a um longo
dilúvio dentro de uma enorme arca. Para os chewongs da Malásia, o criador,
Tohan, costuma submergir em água, de tempos em tempos, toda a humanidade,
exceto alguns que avisa previamente. Para os hindus, o Dilúvio vem precedido de
Vishnu transformando-se em peixe para alertar Manu. Viracocha, dos mitos
peruanos, insatisfeito com os gigantes, destruiu-os com um dilúvio –em
parentesco com os 4 versículos iniciais de Gênesis 6. Para os gregos, o dilúvio
em Atlântida veio como uma punição divina por sua arrogância, mas Deucalião,
advertido por Prometeu, salvou-se numa arca, encalhando no monte Parnaso e terminando
com um sacrifício a Zeus – outro dilúvio aconteceu quando Poseidon levantou as
águas do Mar Egeu e inundou a planície de Elêusis e Atenas por um longo
período. O Dilúvio de Sangue contado pelos egípcios também se baseava no
julgamento pela iniquidade, da mesma forma como foi com o dilúvio narrado pelos
mitos chineses, que Yu decidiu acalmar. Fonte: Guia Ilustrado Zahar, Mitologia,
Philip Wilkinson e Neil Philip, pgs 26, 27, 50 e 175. Há aproximadamente 300 histórias sobre dilúvio difundidas entre povos do mundo todo ao longo da História. Fonte: No Princípio, Randal Milton Pollard, Gênesis, pg 43.
De todos os
mitos, porém, os mais interessantes são os dos sumérios e babilônios: o épico
babilônico de Gilgamesh, escavado em 1853, em seu 11º livro, descreve um
dilúvio que conta com a inundação, a arca e o preparo da arca em comum com a
Bíblia. Seu dilúvio também foi programado por Deus, que instruiu divinamente o
herói da história. O mito sumério também fala de uma arca e da salvação pela
fidelidade à divindade – Fonte: Manual Bíblico Unger, Merril Frederick Unger,
Edit. VidaNova, pg 46-47; Guia Ilustrado Zahar, Mitologia, Philip Wilkinson e
Neil Philip, pg 147; Povos e Nações do Mundo Antigo, Uma História do Velho
Testamento, Antônio Neves Mesquita; Arqueologia do Velho Testamento, Merril
Frederick Unger, Edit. Batista Regular (lido em 2011).
Texto excelente.
ResponderExcluirMuitíssimo interessante.
ResponderExcluirDá para, por favor, expandir mais essa lista?
Obrigado pelo trabalho
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