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O Mistério da Trindade

A palavra "Trindade" não aparece na Bíblia, mas a existência do Deus Trino é evidente de Gênesis até Apocalipse - no Antigo Testamento há diversas passagens que apontam para as Três Pessoas da Trindade, mas é no Novo Testamento que essa questão não deixa dúvidas. Parece que os autores neotestamentários já tinham noção de Cristo como Deus, do Pai como Deus e do Espírito Santo como Deus, mas o entendimento verdadeiro sobre a questão, a lógica de Deus ser Um em Três Pessoas, só foi devidamente esclarecida após muito debate, o desenvolvimento e o abafamento de heresias, muitos pitacos dos Pais da Igreja e, por fim, através dos concílios - como o de Nicéia, em 325 d.C., o de Constantinopla, em 381 d.C., o de Éfeso, em 431 d.C., e da Calcedônia, em 451 d.C. Sobre as passagens bíblicas relativas ao Deus Trino, leia "A Trindade na Bíblia". Afinal, cremos num "triteísmo", num "monoteísmo" ou nalguma outra coisa? Qual é a lógica da Trindade?

1 - Mosaico Teológico, Rodrigo Bibo de Aquino, Alexander Stahlhoefer, Maurício Machado, Alexandre Milhoranza, BTBooks, 2013, pgs 25 e 26:

O Credo de Atanásio, séculos IV ou V:
"Uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual à glória, coeterna a majestade; qual o Pai, tal o Filho, tal também o Espírito Santo; (...) Eterno o Pai, eterno o Filho, eterno o Espírito Santo; contudo, não são três eternos, mas um único eterno; (...) Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; e todavia não há três Deuses, porém um único."

São três Pessoas e uma só divindade. Deus é "Uma Pessoas". O Pai gera o Filho (João 3:16) e o Pai e o Filho espiram o Espírito Santo (João 15:26), isso tudo na eternidade. Não há diferenças nem subordinações, sendo três Pessoas coeternas e iguais entre Si. Há somente uma divindade - uma natureza divina coexistindo em três Pessoas. 

2 - Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu, Norman Geisler e Frank TureK, Vida, 2012, pgs 361 e 361:

C. S. Lewis comenta que o cristianismo possui aspectos complicados demais para o entendimento humano para ter sido uma mera invenção dos homens. Ninguém pensaria em algo tão difícil de discernir e explicar, como no caso da Trindade. Trata-se, portanto, de uma aceitação da Revelação como ela é:

"Se o cristianismo fosse alguma coisa que tivéssemos inventado, naturalmente poderíamos torná-lo mais fácil. Mas não é. Não podemos competir em simplicidade com pessoas que estão inventando religiões. Como poderíamos? Estamos lidando com fatos. Naturalmente, qualquer um pode ser simples se não tiver que se preocupar com fatos."

Segundo a fonte, a Trindade resolve mais problemas teológicos do que cria, ajudando-nos, por exemplo, a entender de que maneira o amor existe desde a eternidade. Como o amor poderia existir em um ser monoteísta rígido? Se não existe ninguém para amar, o próprio amor não pode existir. Para existir o amor é preciso haver aquele que ama (o Pai), e o amado (o Filho) e um espírito de amor (o Espírito Santo). Sendo Trino, portanto, Deus existe eternamente numa perfeita comunhão de amor.

3 - O Problema do Sofrimento, C. S. Lewis, Vida, 2013, pg 36:

"Sendo cristãos, todavia, aprendemos na doutrina da Trindade Abençoada que algo análogo à sociedade existe no ser Divino desde a eternidade: Deus é Amor, não apenas no sentido de ser a forma platônica do amor, mas porque nele as reciprocidades concretas do amor existem antes de todos os mundos e dali procedem às criaturas."

4 - Em Defesa da Fé Cristã, Dave Hunt, CPAD, 2012, pg 56:

Segundo Hunt, a Bíblia não apresenta um Deus que precisou criar um ser para experimentar o amor, a comunhão e a amizade. O Criador é completo em si mesmo, tendo existência própria e eterna nas Três Pessoas. Isso contrasta com outros monoteísmos, pois o Deus imaginado pelo islamismo e o Deus imaginado pelo judaísmo não podem ser amor em si mesmos, uma vez que eles não poderiam amar na solidão da eternidade.

5 - Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2010, Douglas K. Blount, pgs 1535-1536:

A Trindade pode parecer uma contradição. Aparentemente é impossível que Deus seja, ao mesmo tempo, um e três. Tal suposto paradoxo levou a pelo menos dois erros graves: uns passaram a enfatizar a unicidade de Deus às custas da triunidade - dizem que a mesma pessoa divina se revelou com três máscaras diferentes. Enquanto, no lado oposto, estão os que enfatizaram a trinuidade de Deus e anularam a Sua unidade, afirmando que cada Pessoa Divina é um deus separado, o que é o mesmo que triteísmo. As duas posições entram em conflito com a Bíblia.

Uma contradição envolve dizer que alguma coisa é verdadeira e falsa ao mesmo tempo. Se os cristãos dizem que há precisamente um único Deus (1a) e que não há precisamente um único Deus (1b), estão em contradição. Da mesma forma se contradizem quando afirmam que existem três pessoas divinas (2a) e, ao mesmo tempo, que não existem três pessoas divinas (2b). A verdade é que a teologia cristã não sustenta nenhuma dessas contradições, afirmando, na verdade, que há precisamente um único Deus (1a) e que existem Três Pessoas divinas (2a). Nesse caso, só haveria contradição somente de 1a tiver 2b como consequência, ou se 2a tiver 1b como consequência.

"(...) quando os cristãos dizem que Deus é, ao mesmo tempo, um e três, não dizem que Ele é um, da mesma maneira como Ele é três. Assim, por exemplo, não dizem que (1a) existe precisamente um Deus, e que (1c) existem três deuses. Nem dizem que (2a) existem três pessoas divinas, e que (2c) existe somente uma pessoa divina.

Uma vez que 1c obrigue 1b, afirmar 1c e 1a seria contraditório. E uma vez que 2c obriga 2b, afirmar 2c e 2a também seria contraditório. Mas, na verdade, os cristãos negam tanto 1c como 2c. Ao afirmar 1a e 2a, os cristãos afirmam que, de uma maneira, Deus é um, e de outra, Ele é três. E quando fazem isso, não contradizem a si mesmos."

A nossa incapacidade de entender como Deus é ao mesmo tempo um e três nos diz muito mais sobre nós mesmos do que sobre Deus.
Comentário final:
Por "perfeição" entendemos o máximo, indivisível, insuperável e totalmente coeso de determinada questão. Deus é Perfeito, no sentido de ser superior a toda criação que dEle brotou. Assim, as Três Pessoas da Trindade compartilham da mesma natureza, pois Elas são perfeitas, não havendo nenhuma possibilidade de contradição ou divisão - o pensamento delas é unânime, totalmente coerente. Partilhando da mesma natureza, Elas habitam na mesma divindade e eternidade, Elas constituem o Único Deus, sem conflito, sem atrito. São Três Pessoas e um mesmo governo, são "três velas e uma única luz". Por habitarem na eternidade, tendo sido sempre o EU SOU, não temos condições de questionar os porquês - o que sempre foi, simplesmente é.

Natanael Pedro Castoldi

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