Navigation Menu

É a primeira vez que
você acessa este blog
neste computador!


Deseja ver antes
nossa apresentação?


SIM NÃO

Uma Análise das Evidências Extra-Bíblicas sobre Jesus

Não podendo aceitar que um número razoavelmente grande de escritores não-cristãos dos primeiros séculos tenham registrado algo sobre Jesus, um indivíduo consideravelmente obscuro, de uma terra distante e desprezada e de uma família pouco prestigiada, os céticos põem-se a questionar a coerência e veracidade desses documentos - considerando os fatores, Cristo, que vagou em pobreza num ministério de três anos na Galiléia, é até exageradamente bem respaldado por não-cristãos, especialmente se tomarmos consciência de que algumas dessas fontes vieram de regiões muito distantes da Palestina. Vale lembrar que muitas dessas citações foram redigidas poucas décadas depois da morte e ressurreição de Jesus. Unindo todas as fontes que temos nos primeiros séculos, há muito mais evidência manuscrita sobre Jesus do que sobre Júlio César ou qualquer outra figura de grande prominência da Antiguidade.

“Gosto de me proclamar um historiador. Minha abordagem em relação à cultura é histórica. E estou dizendo: há mais evidências para a vida, a morte e ressurreição de Cristo do que para muitos fatos da história antiga.” Edward Musgrave Blaiklock, professor de cultura clássica da Universidade de Auckland. Fonte: Uma História Politicamente Incorreta da Bíblia, de Robert J. Hutchinson, 2012, pg 37.

Flávio Josefo:
O mais considerável autor da Antiguidade a escrever sobre Jesus é José bar Matias, também conhecido como "Josefo", membro de uma família aristocrática sacerdotal, nascido em 37 d.C. e famoso historiador judeu. Algumas obras de Josefo nos são acessíveis hoje: Guerras Judaicas, 7 volumes, composta em meados dos anos setenta d.C.; Antiguidades dos Judeus, 20 volumes, publicada por volta de 90 d.C.; Contra Ápio, 2 volumes, por volta de 90 d.C.; e Vida de Flávio Josefo, por volta de 90 d.C. Nessas obras encontramos boa parte do que sabemos sobre a história de Israel na Antiguidade, temos acesso à preciosas informações sobre os fariseus e saduceus, escribas e sacerdotes (incluindo os bíblicos Anás e Caifás) e governantes e figuras políticas históricas, como Herodes, o Grande, Arquelau, Herodes Antipas, Filipe, Agripa, Pôncio Pilatos, Félix e Festo. Diversos lugares mencionados no Novo Testamento são encontrados no trabalho de Josefo, como a Galiléia, Cesaréia, Jericó, o Monte das Oliveiras e Jerusalém. Tais contribuições já seriam suficientes para respaldar grande parte do conteúdo bíblico, mas o historiador judeu vai mais longe: ele cita figuras bíblicas de grande proeminência, como Jesus, Tiago, que escreveu a epístola que leva o seu nome, e João Batista. Sobre João Batista e Pilatos eu falarei noutro artigo.

"Naquele tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio, se todavia devemos considerá-lo simplesmente como homem, tanto as suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios. Era o CRISTO. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas haviam predito e que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiram o seu nome." Antiguidades 18:63-64. Fonte: O Jesus Fabricado, Craig Evans, Cultura Cristã, 2009, pg 145. Craig Evans é professor de Novo Testamento e Diretor do programa de graduação da Acadia Divinity College, em Wolfville, Nova Scotia, atuou como consultor para a National Geografic Society sobre "The Gospel of Judas" e depõe em documentários da BBC, do Discovery Channel e do History Channel.

Amy Orr-Ewing, diretora do Zacharias Trust e formada pela Universidade de Oxford e pelo King's College, em Londres, trata de algumas possíveis dificuldades desse relato: muitos estudiosos consideram que tal trecho sobre Jesus é fruto de inserções cristãs posteriores no texto de Josefo, mas outros estudiosos apontam que até as cópias mais antigas da obra do historiador judeu apresentam tal parágrafo e que, portanto, julgar sua citação sobre Jesus colocaria em questão todo o restante de seu trabalho. Há, ainda, aqueles que sugerem que Josefo, sendo um judeu, está fazendo uso de zombaria e escárnio contra os cristãos em sua alusão à Cristo, justificando a configuração do parágrafo. Com base nisso, podemos ter tal relato como historicamente útil. Fonte: Por que Confiar na Bíblia?, Amy Orr-Ewing, Ultimato, 2008, pg 58.

Segue o testemunho flaviano segundo aparece no trabalho de F. F. Bruce, teólogo escocês formado pelas universidades de Aberdeen, Cambridge e Viena, professor de grego na Universidade de Edimburgo e na Universidade de Leeds, diretor do departamento de história e literatura bíblica na Universidade de Sheffield e professor de crítica e exegese bíblica na Universidade de Manchester, falecido em 1990:

"E, por essa época, surgiu Jesus, homem sábio, se é que, afinal, deveríamos chamá-lo homem; pois ele era operador de feitos maravilhosos, mestre daqueles que recebem a verdade com prazer. Atraiu muitos judeus, e também muitos gregos. Esse homem era o Cristo. E quando Pilatos o condenara à crucificação mediante acusações feitas pelos principais líderes dos judeus, aqueles que o haviam amado desde o começo não o abandonaram; pois lhes apareceu vivo outra vez ao terceiro dia, havendo os divinos profetas falado isso e milhares de outras coisas maravilhosas a seu respeito: e mesmo agora a família dos cristãos, assim denominador por causa dele, ainda não se extinguiu."

O parágrafo de Josefo da forma como o conhecemos já era vislumbrado nos tempos de Eusébio de Cesaréia, que o citou duas vezes, porém Orígenes, que viveu antes de Eusébio, declarou com veemência que Josefo não acreditava na divindade de Cristo, o que tem levantado questionamentos sobre a autenticidade desse relato. Embora seja pouco provável que um autor não-cristão trataria Jesus da forma como Josefo supostamente tratou, não há nada em termos de crítica textual que milite contra a passagem na sua presente forma - a evidência manuscrita é unânime e ampla. Por outro lado, é possível que Orígenes conhecesse uma versão mais antiga do testemunho flaviano, mas também é possível que o historiador judeu tenha empregado ironia em sua citação sobre Jesus.

"'Se é que, afinal, deveríamos chamá-lo de homem' pode não ser mais do que uma referência sarcástica à crença dos cristãos de que Jesus era o Filho de Deus. Da mesma sorte, a afirmação: 'Esse homem era o Cristo' pode apenas significar que esse era o Jesus vulgarmente conhecido como Cristo. (...) a que se refere à ressurreição, pode não haver outro propósito senão registrar o que afirmavam os cristãos."

F. F. Bruce também menciona que o dr. St. John Thackeray ("a mais destacada autoridade em Josefo na Inglaterra nesses últimos anos") e outros consideravam que o trecho apresenta vários exemplos característicos da fraseologia de Josefo. Deve-se, ainda, salientar que a omissão de palavras e o uso de frases curtas são elementos característicos da tradição textual das Antiguidades, o que sustenta a sugestão de que foi omitida a expressão "assim chamado" antes de "Cristo", assim como aconteceu com a frase "e diziam", ou possivelmente "e dizem" após "pois lhes pareceu". Tais emendas são interessantes, com ênfase na primeira ("o assim chamado Cristo"), que ocorre novamente quando Josefo fala de Tiago. Outra possível emenda sugerida por Thackeray é de que, no lugar de "a verdade", se leia "coisas estranhas". Dr. Roberto Eisler considera que algumas palavras foram eliminadas no começo do trecho, que originalmente teria o seguinte início: "E mais ou menos nessa época surgiu outro foco de novas dificuldades, um certo Jesus." Tendo em mente as correções de uma possível interferência cristã no trecho, o testemunho flaviano ficaria assim:

"E, por essa época, surgiu outro foco de novas dificuldades, um certo Jesus, homem sábio. Ele era operador de feitos maravilhosos, mestre daqueles que recebem coisas estranhas com prazer. Atraiu a muitos judeus, e também a muitos gregos. Esse homem era o assim chamado Cristo. E quando Pilatos o condenara à crucificação mediante acusações feitas pelos principais líderes dos judeus, aqueles que o haviam amado desde o começo não o abandonaram; pois lhes apareceu, segundo diziam, vivo outra vez ao terceiro dia, havendo os divinos profetas falado isso e milhares de outras coisas maravilhosas a seu respeito: e mesmo agora a família dos cristãos assim denominados por causa dele, ainda não se extinguiu."
Fonte: Merece Confiança o Novo Testamento?, F. F. Bruce, Vida Nova, 2010, pgs  141-144.

Edwin M. Yamauchi, Ph.D., formado em hebraico e estudos helenísticos, tendo mestrado e doutorado em estudos mediterrâneos pela Brandeis University, membro de 8 instituições, dentre elas a Rutgers Research Council, a National Endowment for the Humanities e a American Philisophical Society, conhecedor de 22 línguas, responsável pela apresentação de 71 monografias para sociedades de pesquisa, tendo ensinado em mais de cem seminários, universidades e faculdades, como Yale, Princeton e Cornell, dirigente e presidente do Instituto de Pesquisas Bíblicas e presidente da Conferência sobre Fé e História, autor de 80 artigos publicados em 37 periódicos acadêmicos e participante das primeiras escavações do Templo de Herodes - a arqueologia o inspirou a escrever vários de seus livros -, tem algo a nos dizer sobre o testemunho flaviano:

"Por motivos óbvios, os primeiros cristãos interpretaram-no como uma comprovação 100% autêntica sobre Jesus e sua ressurreição. Eles reverenciavam esse material. Depois, a passagem inteira foi posta em dúvida por alguns eruditos na época do Iluminismo. Hoje em dia, porém, há um consenso notável tento entre os estudiosos judeus quanto entre os cristãos de que essa passagem é totalmente autêntica, embora possa haver algumas interpolações."

Em seguinte Yamauchi esclarece sobre alguns dos pontos originais do dizer de Josefo e sobre aqueles que podem ter sido acrescentados:

"nesse mesmo tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio" - tal frase não costumava ser usada por cristãos em referência a Jesus, combinando mais com Josefo.
"... se todavia devemos considerá-lo simplesmente como um homem" - deixando a entender que Jesus era mais que humano, parece uma interpolação.
"... suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios" - tal passagem está em total acordo com o vocabulário que Josefo utilizava.
"Era o Cristo" - parece uma interpolação, já que Josefo geralmente afirmava que os discípulos é que o consideravam o Messias.
O trecho que segue, mencionando o julgamento, a crucificação e o fato de que os seguidores de Jesus o amavam, não é incomum e é tido como genuíno.
"No terceiro dia, ele apareceu diante deles com a vida restituída" - é pouco provável que Josefo tenha feito tal declaração de fé na ressurreição.

Considerando os pontos levantados por Yamauchi, retirando o que parece ser interpolação, terminamos tendo diante dos olhos um texto que nos traz as seguintes informações sobre Jesus: ele foi um líder martirizado da igreja de Jerusalém, um mestre sábio, que deixou vários discípulos e que morreu crucificado por ordem de Pilatos, pressionado por alguns líderes judeus.

Alguns levantam a acusação de que, se Jesus de fato existiu, é estranho que Josefo tenha apresentado tão poucos relatos e descrições do Filho, enquanto tratou mais detalhadamente de pessoas como João Batista, mas, segundo Yamauchi, Josefo estava mais interessado em questões políticas e na luta contra Roma, o que tornava João Batista especialmente importante - tenha em mente que não há respaldo bíblico para ter Jesus como um zelote revolucionário. Por fim, comprovada a precisão dos relatos de Josefo sobre a guerra dos judeus através das escavações arqueológicas, não podemos desconsiderar o que o historiador judeu falou sobre Jesus.
Fonte: Em Defesa de Cristo, Lee Strobel,Vida, 2011, pgs 102-106.

Apesar das controvérsias, o comentário que Josefo faz sobre o martírio de Tiago, em Antiguidades 20:200, "o irmão de Jesus, chamado Cristo", apoia o testemunho flaviano: se Cristo foi aludido de modo tão breve no 20:200, podemos concluir que Josefo tinha consciência de já ter descrito Jesus de forma mais detalhada anteriormente, de modo que ele dispensava apresentações.
Fonte: Bíblia de Estudo Arqueológica, Vida, 2013, pg 1751.

Thallus:
Thallus, que viveu por volta de 52 d.C., escreveu sobre a história da Grécia e suas relações com a Ásia. Não temos nenhum manuscrito dele, mas ele é citado por Júlio Africano em 221 d.C. Trata-se de uma descrição de Thallus sobre uma grande escuridão que houve na terra durante a crucificação de Cristo, na qual procurou diminuir a importância religiosa desse evento:

"No terceiro volume de suas histórias, Thallus explica a escuridão como sendo um eclipse do sol - o que me parece pouco razoável." Era pouco razoável, pois era época de Páscoa, ou seja, de lua cheia.
Fonte: Por que Confiar na Bíblia?, Amy Orr-Ewing, Ultimato, 2008, pg 58.

Para F. F. Bruce, a citação de Júlio Africano indica que: a tradição do Evangelho era conhecida em círculos não cristãos em Roma já na metade do Primeiro Século e que os inimigos do cristianismo tentavam negar essa tradição com base em explicações naturalistas.
Fonte: Merece Confiança o Novo Testamento?, F. F. Bruce, Vida Nova, 2010, pgs  147-148.

 Sobre Thallus, Yamauchi cita o estudioso Paul Maier:
"Esse fenômeno, evidentemente, foi visível em Roma, Atenas e outras cidades do mediterrâneo. Segundo Tertuliano [...] foi um evento 'cósmico' ou 'mundial'. Phlegon, um autor grego da Cácia, escreveu uma cronologia pouco depois de 137 d.C. em que narra como no quarto ano das Olimpíadas de 202 (33 d.C.), houve um grande 'eclipse solar', e que 'anoiteceu na sexta hora do dia [ao meio-dia], de tal forma que até as estrelas apareceram o céu. Houve um grande terremoto na Bitínia, e muitas coisas saíram fora do lugar em Nicéia'."
Fonte: Em Defesa de Cristo, Lee Strobel,Vida, 2011, pg 110.

Tácito:
Tácito escreveu sua história de Roma por volta do ano 110 d.C. Ao relatar sobre a época de Nero, comentou sobre a terrível decisão do imperador de incendiar Roma:

"Assim, para calar os rumores, Nero jogou a culpa e puniu com requintes de crueldade uma classe de homens odiados por causa de seus vícios, a quem as multidões chamam de cristãos. Cristo, de quem eles receberam o nome, foi executado por ordem de Pôncio Pilatos na época em que Tibério era imperador, e assim essa superstição perniciosa foi contida por breve tempo, apenas para retornar revigorada, não apenas na Judeia, berço da praga, mas até alcançar Roma, lugar onde todas as coisas horríveis e vergonhosas que há no mundo encontram abrigo."
Fonte:  Por que Confiar na Bíblia?, Amy Orr-Ewing, Ultimato, 2008, pg 59.

A narrativa de Tácito não deixa a impressão de ter sido derivada de fontes cristãs, tampouco de informantes judeus, uma vez que estes não teriam feito referência a Jesus como "o Cristo". Tácito, pagão, concebia a expressão "Cristo" como um nome próprio como qualquer outro. Genro de Júlio Agrícola, governador do território britânico de 80 a 84 d.C., Tácito tinha acesso a toda a informação oficial que desejasse para a confecção de sua obra.
Fonte: Merece Confiança o Novo Testamento?, F. F. Bruce, Vida Nova, 2010, pg 153.

Sobre isso, Yamauchi também comenta:
"Trata-se de um depoimento importante da parte de uma testemunha que não simpatiza com o sucesso e com a difusão do cristianismo, baseado em uma personagem histórica, Jesus, crucificado por ordem de Pôncio Pilatos."
Fonte: Em Defesa de Cristo, Lee Strobel,Vida, 2011, pg 108.

Suetônio:
Suetônio escreveu as biografias dos primeiros doze césares e no "Vida de Nero", aproximadamente 120 d.C., registrou:

"A punição foi imposta aos cristãos, uma classe de homens que aderiu a uma superstição recente e nociva". E sobre a "Vida de Cláudio", afirmou:
"Como os judeus, instigados por Cresto, provocavam distúrbios frequentes, ele os expulsou de Roma."
Fonte: Por que Confiar na Bíblia?, Amy Orr-Ewing, Ultimato, 2008, pg 59.

A identidade desse "Cresto" não é totalmente conhecida. É bastante provável, porém, que o choque entre os judeus e os cristãos na Roma desse período vinha de impasses resultantes da recente introdução do cristianismo nos círculos judaicos da cidade, e Suetônio, diante de relatos dessas disputas entre os judeus acerca de uma pessoa chamada "Cresto" (variante de "Cristo" entre os gentios), supôs erroneamente que essa pessoa estava no centro do conflito - na Roma dos tempos de Cláudio. Nessa fase antiga da História da Igreja, é fácil de entender uma má compreensão das autoridades romanas acerca das relações entre o judaísmo e o cristianismo. Essa expulsão dos judeus de Roma aparece em Atos 18:1-2.
Fonte: Merece Confiança o Novo Testamento?, F. F. Bruce, Vida Nova, 2010, pg 154; Bíblia de Estudo Arqueológica, Vida, 2013, pg 1751.

 Plínio Segundo (Plínio, o Moço):
Plínio foi governador da Bitínia, Ásia Menor, de 111 a 113 depois de Cristo, e foi responsável pela confecção de várias cartas ao imperador Trajano. Numa de suas cartas, ele pediu conselhos sobre como poderia lidar com os cristãos:

"Eles afirmaram [...] que sua única culpa, seu único erro, era terem o costume de se reunirem antes do amanhecer num certo dia determinado, quando então cantavam responsivamente um hino a Cristo, tratando-o como Deus, e prometiam solenemente uns aos outros não cometerem maldade alguma, não deflaudarem, não roubarem, não adulterarem, nunca mentirem, e não negar a fé quando fossem instados a fazê-lo."

Segundo Yamauchi, tal passagem é importante, pois mostra como, por volta de 111 d.C. o cristianismo já estavam amplamente espalhado - uma difusão bastante rápida. Temos no documento algo sobre quem eram e como se comportavam os cristãos daquele período.
Fonte: Em Defesa de Cristo, Lee Strobel,Vida, 2011, pgs 108-109.

Mara Bar-Serápion
Mara Bar-Serápion, um cidadão sírio, ao filho Serápion, pouco depois de 73 d.C.:
“Que proveito tiveram os atenienses ao tirar a vida de Sócrates? Fome e peste lhes sobrevieram como juízo pelo nefando crime que cometeram. Que lucro obtiveram os cidadãos de Samos ao lançar Pitágoras às chamas? Num instante seu território se viu coberto de areia. Que vantagem alcançaram os judeus com a execução de seu sábio Rei? Foi justamente em seguida a esse fato que o reino deles foi abolido. Deus, com justiça, vingou esses três sábios; os atenienses foram consumidos pela fome; os sâmios foram tragados pelo mar; os judeus foram arruinados e banidos da própria pátria, vivendo em completa dispersão. Entretanto, a morte não extinguiu a Sócrates, que continuou a viver no ensino de Platão. A morte não aniquilou Pitágoras, que continuou a viver na estátua de Hera. Nem o sábio Rei a morte destruiu, pois continuou a viver nos ensinos que transmitia.”

É pouco provável que Mara Bar-Serápion tenha sido cristão, pois, se fosse o caso, teria declarado que Cristo continuou a viver ressurreto dos mortos. Provavelmente ele era um filósofo gentio, pioneiro no que veio a se tornar algo comum: equiparar Jesus aos grandes sábios da Antiguidade.
Fonte: Merece Confiança o Novo Testamento?, F. F. Bruce, 2010, pg 148-149.

Os Talmudes:
De origem farisaica, esses textos rabínicos começaram a surgir depois da invasão romana em Jerusalém, quando os fariseus montaram seu quartel-general no sudeste da Palestina. Várias leis haviam sido formuladas ao longo dos anos e sido transmitidas oralmente de geração em geração, avolumando-se grandemente, o que suscitou o interesse de codificá-las em documentos. Após um longo processo de escrita, um completo código de jurisprudência se via concluído por volta do ano 200 d.C., conhecido como "Mishná". Tomando a Mishná como base, várias escolas rabínicas, em especial na Babilônia, criaram um grande corpo de comentários, formando os "Guemarás" que, unidos à Mishná, vieram a constituir os Talmudes. Por volta de 300 d.C. o Talmude de Jerusalém estava concluído, enquanto o Talmude Babilônico veio a ser finalizado por volta de 500 d.C.

Para os rabinos dos tempos mais remotos, cujos dizeres estão registrados nesses documentos, Jesus era apenas um transgressor em Israel, praticante de magia, que desdenhava das palavras dos sábios, levava o povo a se desviar do caminho e que, mesmo assim, insistia que "não veio para destruir a Lei". Diziam que ele, na véspera da Páscoa, fora pendurado na cruz por dizer heresias e desviar o povo - cinco discípulos foram enumerados e caracterizados como realizadores de curas. Tais acusações são esperadas de uma facção que se opôs ao Messias desde o início.

Jesus aparece nos textos farisaicos, dentre outras denominações, como "Ha Taluy" ("o pendurado") e "Ben Pantera", não como quem nasceu filho de um soldado romano chamando "Pantheras", mas em referência ao nascimento virginal de Cristo - "pantera" é uma corrupção do termo grego "parthenos", que significa "virgem".
Fonte: Merece Confiança o Novo Testamento?, F. F. Bruce, 2010, pg 131-133.

Yamauchi cita o professor M. Wilcox:
"A literatura judaica tradicional, embora menciona Jesus só muito raramente (e, seja como for, tem de ser usada com muita cautela), respalda a alegação do evangelho de que ele curava e fazia milagres, embora atribua tais atividades à magia. Além disso, ela preserva a lembrança de Jesus como professor, diz que ele tinha discípulos (cinco) e que, ao menos no período rabínico primitivo, nem todos os sábios haviam concluído que ele era 'herege' ou 'enganador'."
Fonte: Em Defesa de Cristo, Lee Strobel,Vida, 2011, pg 112.

"Não deveríamos esperar mais evidências extra-bíblicas de Cristo?"
Ecoando as palavras de Yamauchi, é recorrente na história que os registros dos fundadores de religiões só comecem a aparecer várias gerações depois da morte do líder. Nós temos uma documentação histórica de melhor qualidade sobre Jesus do que sobre qualquer outro líder religioso da Antiguidade.

As "Gathas" de Zoroastro, datadas de algo entorno de 1000 a.C., a maior parte das escrituras do zoroastrismo só começou a surgir no século III d.C. - a biografia mais popular de Zoroastro só apareceu em 1278 d.C. Os ensinos de Buda, que viveu no século VI a.C., só foram escritos depois do início da Era Cristã - a primeira biografia é do Primeiro Século. A biografia de Maomé (570-639 d.C.) só foi escrita em 767 d.C. - ora, há evidências escritas sobre Jesus já no ano 50 d.C. e tradições que remontam, possivelmente, o próprio ano da Ressurreição! Leia: "Os Mais Antigos Testemunhos do Novo Testamento".
Mesmo se não tivéssemos nenhum documento neotestamentário ou literatura cristã, sobrando só os relatos extra-bíblicos sobre Jesus, ainda assim poderíamos conhecer uma parte significativa da Sua pessoa e do Seu ministério: saberíamos que Ele era um professor judeu; teríamos noção de que muitas pessoas acreditavam que Ele curava e fazia exorcismos; saberíamos que muitos acreditavam que Ele era o Messias; que multidões O seguiam; também compreenderíamos que Ele foi rejeitado pelos líderes judeus; que foi crucificado sob a ordem de Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério; teríamos informação para saber que Seus seguidores, mesmo depois da Sua morte, acreditavam que Ele ainda estava vivo; que muitos dos seus discípulos deixaram a Palestina e se espalharam pelo mundo; e que todo o tipo de gente, de todas as raças, gêneros, idades, lugares e classes sociais, O adoravam como Deus.
Fonte: Em Defesa de Cristo, Lee Strobel,Vida, 2011, pgs 112-114.

Sobre o número de documentos atestando a vida e morte de Cristo, Geoffrey Blainey, professor da Universidade de Harvard e da Universidade Melbourne, brilhante historiador, autor de 35 livros e detentor da premiação International Britannica Award, se manifesta:

"Minha conclusão é que, pelo padrões da época, sua história [de Jesus] foi surpreendentemente registrada, já que ele só ficou conhecido nos últimos anos de vida e, assim mesmo, em uma região do Império Romano pouco desenvolvida e afastada. De todas as pessoas comuns daquela época, desconhecidas fora de sua terra, a vida e os ensinamentos de Jesus estão entre os mais documentados."

Sobre o Novo Testamento, diz:
"Existem numerosos folhetos ou evangelhos sobre ele, e quatro são famosos. Conhecidos como os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, todos, exceto um, foram concluídos no período de 50 anos que seguiu à morte de Jesus." Fonte: Uma Breve História do Cristianismo, Geoffrey Blainey, Fundamento, 2011, pg 5.

Outras evidências extra-bíblicas da existência de Cristo você pode encontrar nas seguintes postagens do EOMEAB: Jesus Realmente Existiu? Fontes Seculares; Cristo Realmente Morreu? Fontes Seculares.
Outros livros consultados: Jesus, Christiane Rancé, L&PM POCKET, 2012, pgs 16 e 17; O Novo Testamento, Sua Origem e Análise, Merril C. Tenney, SHEED Publicações, 2008, pgs 215-216.

Natanael Pedro Castoldi

Leia também:

2 comentários:

  1. Para mim Jesus de Nazaré é uma invenção e apresento os meus motivos. A interpolação de documentos que estiveram sob domínio cristão é evidente. Por exemplo, Flávio Josefo este em Roma, em 64, ano do incêndio. Passou o resto dos seus dias naquela cidade onde veio escreveu suas obras e veio falecer por volta do ano 100. Jamais escreveu um única linha a corroborar como escandaloso texto, atribuído a Tácito, relatando o sadismo de Nero com os cristãos. Jamais mencionou Pedro ou Paulo ou a existência do cristianismo em Roma. Josefo lá esteve na ocasião como personalidade do mundo judeu, portanto haveria de ser informado atempo e a hora de tudo o que dizia respeito a comunidade de lá.
    Quando iniciei minha pesquisa diletante acerca da origem do cristianismo, eu já tinha uma ideia formada que pode parecer esdrúxula: a perseguição aos judeus. Portanto, nada de Bíblia, teologia e história das religiões. Todos os que haviam explorado esse caminho haviam chegado à conclusão alguma. Contidos num cercadinho intelectual, no máximo, sabiam que o que se pensava saber não era verdade. É isso o que a nossa cultura espera de nós, pois não tolera indiscrições. Como o mundo não havia parado para que o Novo Testamento fosse escrito, o que esse mesmo mundo poderia me contar a respeito dessa curiosidade histórica? Afinal, o que acontecia nos quatro primeiros séculos no mundo greco-romano, entre gregos, romanos e judeus? Ao comentar o livro “Jesus existiu ou não?”, de Bart D. Ehrman, exponho algumas das conclusões as quais cheguei e as quais o meio acadêmico de forma protecionista insiste ignorar.

    http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/paguei-pra-ver

    ResponderExcluir
  2. invenção....pessoa que divide uma era....a incredulidade é tremenda

    ResponderExcluir