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SIM NÃO

A Crença Ateísta

Com alguma base na leitura do livro "Não Tenho Fé Suficiente para Ser Ateu", Norman Geisler e Frank Turek, Vida, 2012, respondi ao argumento de que "o não crer ateísta não caracteriza uma crença". O que segue foi a resposta que formulei, sendo simples e objetiva, servindo mais como uma proposta de aprofundamento - como formulei-a meses depois da leitura do livro nomeado logo acima, não posso apontar as páginas que me inspiraram, tratando-se da síntese de algumas das diversas ideias relacionadas ao tema que se espalham por suas centenas de páginas.

Para não crer em algo específico é necessário que se creia que esse algo específico não exista e que também se creia que outra coisa ocupa o seu lugar. O ateu descrê de algo específico, que são as divindades, ou melhor, crê na inexistência dessas divindades, substituindo-as pela crença noutros princípios. No ateísmo não se descrê no espiritual em troca de um limbo, um vazio, pelo contrário: o objeto espiritual de crença é substituído por outro objeto de crença, que pode ser tão religioso quanto o espiritual, como podemos descrever o materialismo e a certeza fanática que o ateu tem na inexistência daquilo que desacredita e somente na existência daquilo que acredita ser tudo o que existe. Como somos apenas imperfeitos receptores da realidade através de nossos sentidos e limitados interpretadores daquilo que nossos sentidos captam, acreditar em qualquer coisa exige algum nível de fé, seja material, seja espiritual - até porque a própria ciência, que se diz empírica, crê em coisas que não analisou empiricamente e não analisou nem a si mesma de modo empírico. Sendo assim, os próprios ateus são crentes:

1- Naquilo que descreem.
2 - No objeto que substitui aquilo que descreem.
3 - Na certeza da inexistência do que descreem.
4 - Na certeza da existência do que creem.
5 - Na sua interpretação limitada da realidade, o que exige fé.

Todos somos crentes! Todos cremos! Todos somos crentes porque é necessário se ter alguma parcela de fé para se acreditar que qualquer coisa é como aparenta ser, para acreditar que as coisas vieram daquilo que achamos que se trata de sua origem, para ter certeza de que coisas que não vemos, materiais ou espirituais, realmente existem. Toda a espécie de certeza num mundo cheio de interrogações exige fé, em maior ou menor grau! E todos nós vivemos de certezas, mesmo que para alguns a certeza resida na "certeza de que inexistem certezas" - ou no: "eu tenho certeza que eu duvido da existência de certezas", o que é incoerente. Ninguém escapa da fé.

Natanael Pedro Castoldi

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