Os críticos sempre se focam mais nas porções iniciais do Antigo e do Novo Testamento, pois se derrubarem os fundamentos, não precisarão se deter no restante do material. Das porções da Bíblia, sem dúvida o Pentateuco e os Evangelhos são as mais atacadas, sendo também as mais importantes e poderosas. O Pentateuco recebeu sua defesa nas postagens "O Antigo Testamento Originou-se de Religiões Pagãs?" e "Merece Confiança o Antigo Testamento?", restando iniciar uma empreitada em prol dos Evangelhos. Assisti e li diversos materiais de contestação do Novo Testamento, alguns alegando que os Evangelhos foram escritos tardiamente, outros que os primeiros Evangelhos, Mateus, Marcos e Lucas, assim como as Cartas Paulinas, não apresentam nenhuma declaração explícita sobre a divindade de Cristo, sendo João o fruto do "intensificar do mito messiânico", alguns afirmando que o material neotestamentário foi forjado em Roma com objetivos de controle e enriquecimento, alguns mais loucos bradando que a Bíblia foi uma invenção medieval e que Jesus nunca existiu, um certo número falando que a ideia de "Jesus" foi copiada de mitos mediterrânicos e, por fim, outros afirmando que houve uma corrupção incalculável do material do Novo Testamento ao longo do tempo. Pretendo, embora a correria de final e início de ano me impossibilite, escrever uma série de artigos sobre essas questões, a começar por hoje. Se o leitor tiver interesse em introduzir os assuntos que trabalharei com mais ênfase futuramente, pode ler os seguintes artigos: A Idade dos Manuscritos da Bíblia; O Número de Manuscritos da Bíblia; A Preservação do Texto Bíblico; Como o Novo Testamento foi Escrito?; Como o Cânon das Escrituras foi Escolhido?; Jesus Realmente Existiu? Fontes Seculares; Cristo Realmente Morreu? Fontes Seculares; Existem Evidências da Ressurreição de Cristo?; Sobre os Primeiros Cristãos; Jesus e Agbaro: Uma Troca de Cartas?; Posso Confiar no Texto Bíblico Atual?
- Mateus:
Autoria: a designação "O Evangelho Segundo Mateus" aparece pela primeiramente por volta do início do Século II. Irineu, bispo de Lyon, considerou esse evangelho como de autoria de Mateus, o apóstolo, por volta de 180 d.C., afirmando que "Mateus publicou também um evangelho entre os hebreus em seu próprio dialeto, enquanto Pedro e Paulo pregavam em Roma e punham os fundamentos da Igreja". Aparentemente Irineu obteve tal conhecimento das afirmações de Papias, um bispo da Ásia Menor, que escreveu por volta de 130 d.C. Fica claro que a Igreja Primitiva tinha como unânime que Mateus foi o primeiro a escrever o Evangelho - desde tempos remotos Mateus é considerado o autor dessa obra.
No Século IV, Eusébio, historiador da Igreja, declara que Papias escreveu que "Mateus organizou as palavras de Jesus em hebraico e aramaico e as interpretou da melhor forma que pôde", ou "Mateus colecionou os oráculos [logia] no idioma hebraico [hebraidi dialekto]". A possibilidade levantada por tal dizer causou grande discussão, dando a entender que Mateus foi apenas um organizador do material disponível, escrito originalmente em hebraico e posteriormente copiado para o grego, mas uma interpretação correta dessa afirmação sugere outra coisa: Logia provavelmente significa "um evangelho" e hebraidi dialekto pode sugerir algo como "no estilo judaico", não no "idioma judaico". Desse modo, "Mateus escreveu um evangelho no estilo judaico", tendo, portanto, feito-o segundo o grego que hoje dispomos nos manuscritos antigos - não temos nenhum vestígio de um original aramaico, a linguagem do evangelho não dá nenhuma evidência de ter sido uma tradução grega e fruto de tradições misturadas, conforme se pode extrair da afirmação de Papias. Isso dificilmente resultaria num grego tão bom quanto o apresentado por Mateus. Mesmo assim, é possível que Mateus tenha escrito, separadamente, duas versões do seu evangelho, uma em aramaico e hebraico e outra em grego, devido à demanda das igrejas gentílicas e, como as igrejas dos gentios rapidamente superaram em termos de número e importância, foi inevitável a supremacia da versão grega e o abandono da aramaica e hebraica - até porque os próprios judeus palestinos falavam o grego comum, koiné.
Jerônimo, tradutor da Bíblia em latim por volta de 380 d.C., insistiu que teve acesso ao documento hebraico original de Mateus, que estava sob a posse dos nazarenos, uma seita judaico-cristã.
Tendo em vista que Mateus era um discípulo obscuro, sendo pouco citado nas Escrituras, não há razões para que um farsante desejasse usar o seu nome como autógrafo para um falso evangelho, até porque, como publicano, Mateus não era o tipo mais agradável de gente. Existem, ainda, evidências claras de que esse documento foi escrito por alguém que lidava muito com dinheiro, já que na discussão sobre os tributos, Mt 22:19, o autor usa o termo técnico "nomisma" para para falar da moeda, enquanto a palavra mais comum era "denarion", usada por Marcos e Lucas (Mc 12:15 e Lc 20:24) - tal singularidade combina bem com a profissão de Mateus, que fora cobrador de impostos.
Muitos questionam a validade de Mateus, sendo que o documento evidentemente tomou como base quase a totalidade do evangelho de Marcos, mas não podemos ignorar a possibilidade de que Mateus achou o texto de Marcos tão preciso e coerente com a sua própria lembrança, que achou pertinente utilizá-lo como parâmetro.
Data: conforme Irineu relatou, a redação de Mateus foi tida nos tempos de Nero, "enquanto Paulo e Pedro estavam em Roma", indicando que existiram versões desse evangelho, pelo menos, na década de 60 d.C. É improvável que o livro tenha sido escrito depois de 70 d.C., já que a profecia de Mt 24:1-28, sobre a queda de Jerusalém, é apresentada como um fato ainda não consumado - e, se tal evento já tivesse ocorrido, Mateus claramente aproveitaria a oportunidade para engrandecer Cristo através do sucesso da predição. O fato é que as palavras de Cristo (Mt 22:7; 24:15) são tão genéricas que poderiam ser facilmente interpretadas como indicando nenhuma espécie de conhecimento da destruição de Jerusalém. Devemos considerar que alguns episódios de Mateus estão intimamente ligados à perspectiva de antes da queda da cidade, como a discussão a respeito do imposto no Templo, Mt 17:24-27, o que exigiria, no mínimo, um cometário de esclarecimento e contextualização por parte do autor caso a obra fosse posterior.
Como Inácio citou Mateus por volta de 110 d.C. (talvez 15 anos antes, em I Clemente), é improvável que o documento tenha sido redigido muito depois de 90 d.C. Há, portanto, boas razões para crer que Mateus tenha sido escrito entre 50 e 60 d.C., o que combina com a percepção de muitos estudiosos.
A divindade de Cristo: se Mateus foi escrito antes de 70 d.C., temos uma distância de, no máximo, quatro décadas entre a morte e ressurreição do Messias e a confecção desse documento. Dentro dos padrões antigos, tal distância entre o evento e a escrita é absurdamente pequena, havendo, geralmente, um afastamento de séculos entre o ocorrido e o pincelar do evento da parte do historiador. Se Mateus, sendo tão antigo, apresenta com clareza a divindade de Cristo, não havendo tido tempo para uma deturpação mítica típica, então vemos que não houve uma mudança de mentalidade até a produção do Evangelho de João, mas apenas um amadurecimento de ideias. As maiores evidências da divindade explícita de Jesus em Mateus são os seus milagres relatados, como: cura de doenças, entre as quais a lepra, a paralisia, a febre, o fluxo de sangue e a cegueira (8:1-17; 9:2-8, 20-22, 27-31), a expulsão de demônios (8:28-34; 9:32-34) e o controle da natureza e da morte (8:23-27; 9:18 e 23-26). Jesus transcende a Lei, o que está acima do direito de qualquer autoridade humana (5:21-22) - o critério de justiça apresentado por Cristo está em ouvir e praticar os Seus ensinos (7:23-24). Nas suas parábolas, Jesus aparece como um soberano da terra, não um reformador judaico! Além das declarações messiânicas evidentes, Jesus aplica a si próprio o título de Filho do Homem (26:64), que em Daniel 7:13-14 era aplicado a um ser celestial, e quando, no capítulo 14, verso 27, Jesus afirma “Sou eu”, a construção original sugere a expressão “Eu Sou”, a forma como Deus se apresentou a Moisés em Êxodo 3:14. Mateus 1:23 chama Cristo de Emanuel, que significa "Deus conosco", evidenciando os ares divinos do Messias.
- Marcos:
Autoria: os mais antigos manuscritos gregos existentes que incluem o título "Segundo Marcos" vêm do Século III, embora seja provável que tal título tenha sido acrescentado quando os evangelhos foram coletados pela primeira vez, entre 100 e 130 d.C. Papias é o responsável pela mais antiga menção a Marcos como o autor desse evangelho, isso por volta de 130 d.C. Eusébio, o historiador da igreja, citou as palavras de Papias, que disse que Marcos, como seguidor de Pedro, registrou histórias sobre Jesus que Pedro usou em sua pregação e que, embora não na ordem apropriada, essas histórias eram precisas. Papias afirmava ter recebido tal tradição de alguém que denominava como "ancião", que era, provavelmente, o apóstolo João. É improvável que Papias, ou quem quer que seja, tivesse inventado que o autor desse evangelho foi Marcos, uma vez que tal figura é bastante obscura - teria sido mais fácil indicar diretamente Pedro ou, pelo menos, Silas, mencionado em 1 Pedro 5:12 como secretário de Pedro e alguém muito mais influente na Igreja Primitiva. Por volta de 150 d.C., Justino Mártir citou esse evangelho como "as memórias de Pedro". Não há nenhuma tradição que rivalize com a predominante.
João Marcos é mencionado 10 vezes no Novo Testamento - em Atos como um jovem cuja casa era usada para as reuniões da igreja e alguém que acompanhou Paulo e Barnabé, seu primo, na Primeira Viagem Missionária; em Colossenses e Filemon, Marcos aparece acompanhando Paulo em sua primeira prisão em Roma; em 1 Pedro, Marcos é indicado como alguém amado por Pedro e que estava com ele em Roma. Mesmo que o nome "Marcos" fosse popular no período, é improvável que mais de um "Marcos" estivesse com os apóstolos sem que se tivesse feito uma distinção clara entre eles.
João Marcos é mencionado 10 vezes no Novo Testamento - em Atos como um jovem cuja casa era usada para as reuniões da igreja e alguém que acompanhou Paulo e Barnabé, seu primo, na Primeira Viagem Missionária; em Colossenses e Filemon, Marcos aparece acompanhando Paulo em sua primeira prisão em Roma; em 1 Pedro, Marcos é indicado como alguém amado por Pedro e que estava com ele em Roma. Mesmo que o nome "Marcos" fosse popular no período, é improvável que mais de um "Marcos" estivesse com os apóstolos sem que se tivesse feito uma distinção clara entre eles.
O autor desse evangelho cresceu na Judeia e em uma família urbana e rica, tendo sido educado sob os ensinamentos dos 12 Apóstolos, que ele bem conhecia. Maria, sua mãe, era amiga dos apóstolos; Pedro foi para a sua casa quando se libertou da prisão; é possível que nessa mesma residência tenha ocorrido a Última Ceia e, também, o advento do Pentecostes. Apesar de ter sido escrito em grego, o evangelho de Marcos deixa evidente uma matriz distintamente semita, indicando um autor judeu que tinha o grego como segundo idioma. É evidente a presença de traços da teologia Paulina no evangelho em questão; fica claro testemunho obtido por uma testemunha ocular, provavelmente Pedro (o que fica óbvio nas observações sobre Jesus diante do Sinédrio, nos capítulos finais do livro); o evangelho apresenta uma perspectiva relativamente negativa dos discípulos, coisa que só teria sido possível com a sanção dos apóstolos; também é perceptível que o esquema de Marcos é semelhante ao esquema das pregações de Pedro, em Atos. Fico claro que Marcos esteve na igreja desde o seu princípio e era alguém bastante ativo desde Jerusalém a Roma, isso entre 30 e 65 d.C. Segundo Eusébio, Marcos fundou as igrejas de Alexandria.
Marcos foi escrito para os romanos pelos seguintes motivos: é uma obra concisa e clara, combinando com a mentalidade romana, que não se agradava de relatos abstratos e fantasiosos; o evangelho insiste pouco nos costumes e na lei judaica e, quando os menciona, explica-os com mais profundidade do que os demais evangelhos sinóticos; apresenta expressões latinas para deixar o leitor mais familiarizado, como "modius" para "vasilha" (4:21), "census" para "imposto" (12:14), "speculator" para "carrasco" (6:27) e "centurio" para "centurião" (15:39, 44-45).
Data: os testemunhos mais antigos acerca do evangelho de Marcos o ligam a pregação de Pedro em Roma, por volta da sétima década da Era Cristã. Papias (115 d.C.), segundo Eusébio (325 d.C.), diz:
"E o presbítero João, também disse isso, sendo Marcos o intérprete de Pedro, escreveu tudo que dá registro com grande exatidão, mas não, no entanto, na ordem em que foi falado ou realizado por nosso Senhor, pois ele nem ouviu nosso Senhor nem andou com ele, mas, como foi dito antes, estava na companhia de Pedro, que lhe deu as instruções necessárias, mas não lhe deu a história dos discursos de nosso Senhor; por conseguinte, Marcos não errou em nada, ao escrever algumas coisas, como as registrou, pois era muito atento a uma coisa: não omitir nada do que ouvia, ou afirmar algo falso em seus relatos."
Eusébio também citou Clemente de Alexandria (180 d.C.), ao observar o fato de que os ouvintes de Pedro insistiram com Marcos para que deixasse um material da doutrina que Pedro transmitira oralmente. Orígenes, sucessor de Clemente (225 d.C.), disse que Marcos escreveu seu evangelho à medida que Pedro lhe explicava. Irineu confirmou essa tradição dizendo que Marcos, depois da morte de Pedro e Paulo, deixou registradas as coisas pregadas por Pedro.
Todas as antigas tradições associam o livro de Marcos ao apóstolo Pedro e a sua pregação. O prólogo anti-marcionista e Irineu (ambos de 180 d.C.) concordam que o texto foi escrito por volta de 65 e 68 d.C., depois da morte de Pedro e Paulo, enquanto Clemente e Orígenes afirmam que o evangelho foi escrito quando Pedro ainda vivia, tendo sido autorizado por ele, o que teria se dado por volta de 45 d.C. De qualquer forma, é evidente que o autor é do período apostólico: 1 - foi criado na atmosfera religiosa do judaísmo; 2 - aparentemente foi testemunha ocular de alguns fatos por ele registrados; 3 - foi cooperador íntimo dos dirigentes da Igreja Primitiva; 4 - ele próprio participou do trabalho de pregação e testemunhou o início das missões gentílicas. É interessante notar que Marcos pode ter sido o rapaz mencionado em Macros 14:51-52, sendo essa uma passagem exclusiva desse evangelho; Marcos faz referência a Simão Cirineu "pai de Alexandre e Rufo", indivíduos que não têm parte na narrativa e que, portanto, devem ter sido mencionados porque faziam parte do grupo de conhecidos do autor e de seus leitores; se compararmos a pregação de Pedro em Atos 10:34-43 com o evangelho, vemos que a pregação é um esboço do conteúdo de Marcos, que aparece como ajudante de Pedro em 1 Pedro 5:13, colocando esse documento como fruto direto do testemunho oral do grande apóstolo. Todas essas evidências fazem desse documento algo remanescente das primeiras décadas depois da morte e ressurreição de Cristo.
Com base na estreita semelhança de Mateus e Lucas para com Marcos, evidenciando que os dois primeiros tomaram Marcos como base (Mateus e Lucas se parecem no que parecem com Marcos e possuem mais informações que o referido evangelho), podemos trabalhar a sua data para antes da confecção de Mateus, por entre 50 e 60 d.C., e para antes dos escritos de Lucas (Lucas e Atos) que, tendo seu último registro dado por volta de 60 d.C., joga Marcos para a década de 50 d.C., colocando-o 20 ou 30 anos depois da vida de Cristo - totalmente dentro do tempo de vida das testemunhas oculares de Jesus. Até os críticos acadêmicos são obrigados a admitir uma data anterior a 69 d.C., já que o livro não apresenta nenhum conhecimento da destruição de Jerusalém promovida em 70 d.C. Parece provável, portanto, que Marcos seja de 50-60 d.C.
A divindade de Cristo: sendo um documento preferencialmente da década de 50 d.C., as alusões messiânicas de Marcos, apontando para a divindade de Cristo, comprovam que os cristãos, desde, no mínimo, as primeiras duas décadas da Era Cristã, já estavam plenamente conscientes da natureza celestial de Jesus.
Desde o início desse evangelho nos deparamos com a expressão "Jesus Cristo, o Filho de Deus". Assim como ocorre em Mateus, Marcos apresenta diversos milagres messiânicos (2:1-12; 3:1-6; 3:11, 20-30; 5:1-20; 4:35-41; 5:21-24, 35-43); Jesus aqui também aparece como alguém que transcende a Lei (2:23-28). É claro que o relato da ressurreição de Cristo é a maior evidência da Sua divindade, apresentado em Marcos de modo claro e objetivo, sem os característicos floreios e exageros de maquinações mitológicas. Assim como em Mateus, Jesus aparece andando sobre as águas e declarando "Eu Sou" (Marcos 6:50) e, em diversas passagens, declarando-se como o "Filho do Homem" (por exemplo, Marcos 2:28), que, como já dito, usava-se como afirmação de divindade no Antigo Testamento.
- Lucas:
Autoria: o evangelho de Lucas deixa claro que é a primeira parte de uma obra que incluía Atos, escrita pelo médico Lucas. O autor, já no prólogo do evangelho, evidencia o seu conhecimento sobre diversas fontes, escritas e orais, sobre a vida de Cristo, que possibilitaram que ele selecionasse o melhor material e redigisse a sua obra, totalmente enraizada no testemunho ocular de diversos indivíduos. O autor, por sobre o que leu e ouviu, desferiu "meticulosa investigação", para a qual certamente era capaz, já que demonstra ser grandemente culto, até porque o grego de sua obra assemelha-se ao grego clássico (Jerônimo o tem como o detentor do melhor grego das Escrituras) e a tradição o aponta como médico (ele nutre a linguagem e o estilo de outros médicos gregos da época) - a sua descrição do naufrágio de Atos 27 é o documento náutico mais preciso que nos resta sobre a navegação antiga; Lucas 8:43 deixa evidente o seu interesse pelo ponto de vista médico, cooperando com Colossenses 4:14. O próprio leitor primeiro da obra, Teófilo, é revelado como um nobre e culto romano ou grego, interessado em saber o que realmente era o cristianismo. O autor de Lucas provavelmente foi um gentio convertido à Cristo não mais do que 15 anos depois da Sua ressurreição, deixando clara a sua origem ao referir-se como "bárbaros" os habitantes de Malta somente porque não falavam grego (Atos 28:2). Lucas foi o primeiro historiador eclesiástico e apologista literário do cristianismo, a tradição também diz que ele era pintor.
A introdução de Lucas (1:1-4) nos dá algumas informações sobre a sua confiabilidade: 1 - no tempo do autor já haviam várias obras sobre Jesus; 2 - seu trabalho tinha como objetivo fazer um arranjo sistemático dos fator disponíveis; 3 - os fatos com os quais iria trabalhar eram bem conhecidos e admitidos naquele período, independentemente das narrações; 4 - o autor se sentia capaz de escrever uma obra no mesmo nível, ou superior, aos outros relatos sobre a vida de Jesus; 5 - ele tinha como base de informações fontes oficiais fidedignas; 6 - o autor estava familiarizado com os fatos, por observação e inquirição - sem dúvida ele pertenceu à geração dos que vivenciaram os feitos de Cristo; 7 - seu evangelho é a narrativa mais representativa da vida de Cristo; 8 - ele afirmou que escreveria de forma lógica e acurada; 9 - "excelentíssimo", utilizado para referir-se à Teófilo, somente era usado para funcionários ou membros da aristocracia (Teófilo pode ter sido o patrocinador do trabalho de Lucas); 10 - Teófilo já tinha ouvido sobre Cristo, mas precisava de informações mais consistentes, para ser convencido da verdade; 11 - fica óbvio que o propósito de Lucas era dar a seu amigo o conhecimento sincero e completo da verdade.
O médico Lucas foi um companheiro de viagem de Paulo (At 16:10-16, 20:6-28; Cl 4:14; Fm 24; 2 Tm 4:11), sendo o maior candidato para o evangelho que hoje carrega o seu nome. É altamente improvável que uma obra greco-romana tenha sido escrita e publicada anonimamente - em geral, se o texto não apresentasse a assinatura do autor, haveria alguma etiqueta em anexo com a sua indicação. O mais antigo manuscrito com o título de "O Evangelho de Lucas" é datado do final do Século II, porém Marcião reconheceu a autoria do médico desde de 135 d.C. A partir de 160 d.C. há forte confirmação disso. O Cânone Muratoriano, 180 d.C., declara que o terceiro evangelho é de "Lucas, aquele médico que, depois da ascensão de Cristo, quando Paulo o levou consigo como companheiro de viagem, escreveu em seu próprio nome, com base nos relatos." Justino Mártir (160 d.C.) e Irineu (175-195 d.C.) também reforçam a sua autoria. Nenhuma tradição antiga contraria essa percepção.
Se alguém, senão Lucas, desejasse causar a impressão de ter acompanhado Paulo, certamente teria citado trechos claros das suas epístolas (por meio delas ele ficou mais conhecido), mas os textos de Lucas apresentam citações que, ainda que no estilo de Paulo, não são as mesmas apresentadas em suas cartas; o autor se inclui em alguns eventos escrevendo "nós", mas se fosse uma obra fraudulenta, certamente tal participação se estenderia a todo o relato, não somente a alguns momentos e de modo tímido. O termo "nós" nos devidos contextos, assim como o retrato de Paulo em Atos, evidencia um autor que conhecia o apóstolo e que viajou um pouco com ele, tendo, porém, escrito antes que as cartas paulinas fossem reunidas e reconhecidas como canônicas. Não havendo nenhuma outra tradição da Igreja Primitiva, devemos considerar a autoria de Lucas como confiável.
Data: a data mais tardia possível para esse evangelho é 80 d.C., já que temos evidências de seu uso já em 95 d.C. e que o livro de Atos não usa as epístolas paulinas. Tal evangelho, porém, não pode ter sido escrito antes do final dos anos 50 d.C., já que não foi redigido muito tempo antes de Atos que, por sua vez, tem 62 d.C. como a data do seu último evento. Alguns estudiosos afirmam que esse evangelho não poderia ter sido escrito antes de 70 d.C., pois registra a profecia de Cristo sobre a queda de Jerusalém ocorrida nesse ano, porém, mesmo sendo Jesus capaz de prever esse evento, a Sua linguagem é genérica, não detalhada, e Ele pode ter feito alusão ao Antigo Testamento - se o texto tivesse sido escrito depois da Queda da cidade, certamente apresentaria mais detalhes sobre o evento. Também é altamente improvável que Lucas, em Atos, deixasse de registrar a destruição de Jerusalém em 70 d.C., caso tivesse escrito depois dela, uma vez que tal evento é de imenso valor histórico e teológico para a Igreja, também seria improvável que não registrasse a perseguição desferida por Nero ou a morte de Paulo e Pedro - a melhor explicação para a omissão desses eventos importantíssimos é a de que o dito evangelho foi concluído antes de todos eles, não podendo, portanto, ser posterior a 62 d.C.
Lucas certamente foi escrito antes de Atos e depois do desenvolvimento do cristianismo, a ponto de atrair a atenção de um inquiridor gentio do nível de Teófilo. Sem dúvida o livro de Atos foi concluído antes do fim da primeira prisão de Paulo em Roma, já que termina de forma brusca nesse momento. O evangelho certamente foi escrito depois da morte de Cristo e, em seu prólogo, deixa evidente que muitos já tinham tentado escrever algo sobre Jesus, sendo a comunidade cristã do período já bastante grande. O ano 60 d.C. é uma data interessante para Lucas, sendo ele, nesse período, convertido há uns dez anos, e tendo tido condições de viajar para a Palestina para encontrar-se com muitas das testemunhas de Cristo. Sobre as semelhanças entre Lucas e Marcos, podemos entender que havia um padrão comum na pregação de Cristo que ambos vislumbraram e que Lucas provavelmente encontrou-se com Marcos em Antioquia, quando este acompanhou Paulo e Barnabé naquela cidade.
A divindade de Cristo: nesse evangelho Cristo é apresentado como Filho de Deus reconhecido por anjos (1:35), demônios (4:41) e pelo Pai (9:35). Jesus aparece como homem e Deus. Os cânticos que o livro apresenta, como o Magnificat (1:46-55), Benedictus (1:67-79), Gloria in Excelsis (2:14) e Nunc Dimittis (2:28-32), deixam evidente a natureza messiânica e divina apresentada para Jesus nesse livro. A expressão "Filho do Homem" se repete várias vezes nesse livro (12:8), além de expressões fortes, como "Filho do Altíssimo" (1:32). Cristo perdoando pecados também é evidência de divindade (7:48). Diversos milagres, cumprimentos de profecias e demonstrações de profunda sabedoria coroam o Messias como o próprio Deus entre os homens.
- João:
Autoria: João é considero o discípulo "a quem Jesus amava" (o próprio autor se considera assim no livro). Ele era irmão de Tiago e filho de Zebedeu, conforme a tradição da Igreja Primitiva. Tal tradição afirma que João viveu em Éfeso e nos arredores, servindo às Igrejas da Ásia Menor até a sua morte, em avançada idade, no final do Primeiro Século. Com base nisso, constatamos que o autor foi testemunha ocular dos eventos que descreveu, tendo participado ativamente do ministério de Cristo e, portanto, estava em posição de proporcionar informações exatas. É provável que a redação desse evangelho tenha se dado na década de 90 d.C.
Papias, mais uma vez citado por Eusébio, é a nossa fonte mais antiga sobre a autoria desse livro. Eusébio, ao interpretar Papias, alude a João, um dos discípulos do Senhor, e também a um ancião chamado João, discípulo de Jesus, concluindo que se tratavam de duas pessoas diferentes. Não podemos analisar o texto de Papias, apenas de Eusébio, mas é provável que ele tenha entendido errado as informações do antigo cristão: não há nenhuma razão para crer que um apóstolo não pudesse ser chamado de ancião - Papias parece ter se referido a João duas vezes, uma como presbítero e outra como discípulo, como fizera com outras figuras. A confusão se dá com a sugestão de que fora o "João ancião" o autor do evangelho, porém podemos entender que o "João ancião" é o mesmo que o "João discípulo" com base noutros testemunhos antigos, que corrigem qualquer falha de interpretação do texto de Papias:Teófilo de Antioquia (180 d.C.), Clemente de Alexandria (190 d.C.), Irineu (200 d.C.), Orígenes (220 d.C.), Hipólito (225 d.C.), Tertuliano (200 d.C.) e o fragmento muratoriano (170 d.C.) atribuem o evangelho ao discípulo João. Nem mesmo Porfírio e Juliano, o Apóstata, inimigos da fé, questionaram a autoria joanina - se fosse possível questionar a autoria de João, eles certamente o fariam, já que era oportuno abalar as estruturas de um documento que fala da divindade de Cristo de modo tão explícito.
A leitura do evangelho nos dá algumas evidências de quem foi o seu autor: ele era um judeu acostumado a pensar em aramaico, mesmo tendo escrito em grego - há muitas palavras hebraicas ou aramaicas inseridas nele, indicações da expectativa messiânica do povo judeu (1:19-28), conhecimento sobre a relação entre os judeus e os samaritanos (4:9) e a posição exclusivista do judaísmo (4:20), além de ele demonstrar familiaridade com as festividades judaicas; era um judeu palestino - há descrições muito precisas de Jerusalém e dos arredores (9:7; 11:18; 18:1), e familiaridade com as cidades da Galiléia (1:44; 2:1) e com o território de Samaria (4:5, 6 e 21); o autor foi testemunha ocular dos eventos descritos - 1:14 e 19:35; ele observou detalhes, colorindo a narrativa como apenas uma testemunha muito observadora poderia fazer - Jesus sentando no parapeito do poço (4:6), o número e o tamanho das talhas nas bodas de Caná (2:6), o peso e o valor do perfume que Maria derrubou sobre os pés de Jesus (12:3-5) e os pormenores do julgamento de Cristo (caps 18-19). Certamente o autor de João andava com Jesus desde o começo do Seu ministério, uma vez que começa sua narrativa em momentos anteriores a todo o relato dos sinóticos; é muito provável que tenha pertencido ao grupo de discípulos que menciona; conforme o último capítulo, deve ser identificado como "o discípulo a quem Jesus amava", íntimo colaborador de Pedro e que estivera muito perto de Jesus na Última Ceia (13:23), no julgamento (18:15-16) e na cruz (19:26-27) - evidentemente um companheiro muito íntimo de Jesus. Como Tiago morreu muito cedo (At 12:2) e Pedro, Tomé e Filipe são sempre mencionados na terceira pessoa, nenhum deles poderia ser o autor desse livro - mesmo que o autor não tenha deixado seu nome explícito, sabia que seus primeiros leitores teriam certeza de quem ele era e João, filho de Zebedeu, é a melhor alternativa.
João era filho de um pescador chamado Zebedeu e de Salomé, provavelmente irmã de Maria, mãe de Jesus (Mc 1:19-20, 15:40; Mt 27:56; Jo 19:25). Ao crescer, João foi sócio de seu irmão, de André e de Pedro na pesca. Possivelmente foi discípulo de João Batista, nesse caso sendo o companheiro de André em João 1:40 e, portanto, acompanhou Jesus desde a sua primeira viagem pela Galiléia e, posteriormente, deixou da pesca para ir com ele em definitivo (Jo 2:2; Mt 4:21-22). São muitíssimos os eventos que João partilhou com Jesus: esteve com Ele em Jerusalém desde o início do ministério na Judéia; talvez a entrevista com Nicodemos tenha se dado em sua casa; posteriormente participou da Missão dos Doze (Mt 10:1-2); Jesus chamou João e André de "filhos do trovão" (Mc 3:17), indicando seu caráter explosivo, que fica explícito quando João repreende o homem que expulsava demônios, mas não seguia com eles (Lc 9:49) ou quando deseja que caia fogo do céu por sobre as aldeias samaritanas que não receberam Jesus (Lc 9:52-54) - tais comportamentos foram trabalhados por Cristo. Na Última Ceia, sentou em lugar de destaque (Jo 13:23); no julgamento, obteve acesso ao tribunal no sumo sacerdote, pois era seu conhecido (18:15-16); existe a possibilidade de que ele tenha sido representante em Jerusalém de sociedades de pesca de seu pai e, assim, se relacionado com todas as casas notáveis da cidade; é evidente que presenciou o julgamento e morte de Jesus e assumiu a responsabilidade por Sua mãe (19:26-27); João, ainda, andou com Pedro nos dias do funeral de Cristo e foi, junto com ele, um dos primeiros a ver o Túmulo vazio (20:8).
O epílogo desse evangelho sugere que o autor viveu por muito tempo depois do começo da Era Cristã, caso contrário não seria necessária qualquer explicação sobre a sua longa existência. Com base na sua biografia, vemos que João era veemente, que dedicou-se inteiramente a Cristo, tendo sua personalidade rude substituída pelo amor de Jesus, mas, mesmo assim, em toda a sua obra ainda exprime o ímpeto de sua natureza, quando, por exemplo, fala das censuras de Jesus aos incrédulos (8:44) ou chamando-lhes de "filhos do Diabo" (1 Jo 3:10).
É bem possível que João confiasse em fontes anteriormente escritas para obter parte das informações contidas na sua obra, principalmente nas narrativas sobre os milagres de Jesus, onde é possível detectar a intrusão de um vocabulário e um estilo diferentes. É quase certo que ele tivesse conhecimento dos outros três evangelhos, que podem ter sido consultados, mas é ainda mais evidente que ele desejou trabalhar em uma produção quase que totalmente independente, ressaltando temas diferenciados. Na época de João era perfeitamente aceitável apresentar os pensamentos e dizeres de outras pessoas nas próprias palavras do autor, como paráfrases, que se preocupava mais com aquilo que estava sendo transmitido, do que em transmitir as palavras exatas do que lera ou ouvira.
Data: discutiu-se a data desse evangelho de 40 até 140 d.C., não podendo ser mais tardio que o Diatessaron, de Taciano, escrito em meados do Século II. O fragmento de Rylands, que preserva uma parte do evangelho de João (18:31-33, 37 e 38), deixa evidente que esse documento já estava em uso, no mínimo, na primeira metade do Século II - sabendo que tal papiro fora encontrado no Egito e data de 135 d.C., entendemos que algumas décadas devem ter sido necessárias entre a redação original, a sua cópia e a sua circulação até um ponto tão distante quanto o Egito, encaixando o evangelho como advindo de 89-90 d.C. Alguns, também, sugerem que tenha sido escrito antes da destruição do Templo em 70 d.C., isso com base no texto de João 5:2. As descobertas de Qumran confirmaram a autenticidade do contexto e do padrão de raciocínio judaicos observados no livro. A data mais clara para a redação de João fica entre 85 e 90 d.C.
Sobre a datação mais tradicional temos algumas evidências claras: tal evangelho complementa os sinóticos e omite muito do que eles registram, bem como registra muito do que eles omitem, sendo completo quando eles são breves e breve quando eles são completos; mostra uma maturidade da consciência cristã que seria improvável nos primeiros dias; não faz referência à queda de Jerusalém em 70 d.C., nem como fato futuro e nem como evento passado, indicando ou que foi escrito antes ou que foi escrito bastante tempo depois do evento; a arqueologia situou a data de João num período posterior aos demais evangelhos, mas não muito tardio: a análise dos Manuscritos do Mar Morto tem dado pistas sobre a datação de Marcos entre 60-65 d.C. e, de João, não depois de 90 d.C. Esses manuscritos, tendo sido aos poucos abandonados e selados depois da queda de Jerusalém, em 70 d.C., dão um pano de fundo literário, histórico e cultural do Primeiro Século muito compatível com o texto de João, pano de fundo esse incompatível com o final Século II, de contexto mais gnóstico, desacreditando, portanto, as datas tardias para esse documento.
A divindade de Cristo: João é o mais explícito ao declarar a divindade de Cristo, sendo mais do que uma tentativa de narrar a vida de Jesus - o autor desejou compreender a profundidade de Jesus e, por isso, foi mais enfático no evidenciar da Sua natureza divina. Suas declarações desse tipo não são estranhas aos demais evangelhos, que já deixavam clara a questão de Cristo ser Deus, mas são mais numerosas e impactantes. Nele há sete referências a Cristo se considerando o "Eu Sou" (6:35; 8:12; 10:7 e 9; 10:11 e 14; 11:25; 14:6; 15:1 e 5); nele Jesus recebe os títulos de "Filho do Homem" (Jo 1:51), "Filho de Deus" (Jo 1:34), "Messias" (Jo 4:25), "Mestre" (Jo 13:13-14), "Senhor" (Jo 20:28) e "Salvador" (Jo 4:42); João selecionou sete milagres que Cristo para indicar a Sua soberania: o transformar de água em vinho (2:1-11), a cura do oficial do rei (4:46-54), a multiplicação de alimento (6:1-14), o andar sobre as águas (6:16-21), o restaurar da visão (9:1-41) e o ressuscitar de Lázaro (11:1-44). De todas as declarações de divindade messiânica, porém, as mais claras são a da eternidade de Cristo como Verbo Criador (1:1-14) e a Sua ressurreição ao final do livro.
Conclusão: depois de tão grande estudo, que ainda poderia ser maior, verificamos que as melhores possibilidades de data e autoria dos Evangelhos, com suas doutrinas totalmente compatíveis com outros documentos neotestamentários, são as tradicionais: entre a metade e o final do Primeiro Século e da parte dos apóstolos ou pessoas ligadas a eles. Qualquer outra teoria nunca terá o peso da principal, que se sustenta em farta evidência textual, arqueológica e da tradição, o que também eleva os Evangelhos como uma documentação superior aos documentos apócrifos do seu período. Também vimos que, como Lucas, por exemplo, escreveu por volta de 60 d.C., mas deixou claro que já havia forte tradição a respeito de Jesus, Cristo não pode ter sido uma invenção do Século I ou posterior, mas alguém que foi visto e sobre quem se falou com muita frequência daqueles dias em diante, levando Lucas apenas a organizar e trabalhar melhor toda a gama de informações disponíveis - do mesmo modo, fica evidente que os Evangelhos não foram produzidos tardiamente em Roma, ou onde quer que seja, como ferramenta de dominação. Outra coisa que podemos concluir com esse estudo é que a divindade do Messias era declarada explicitamente em literatura desde uns vinte anos depois da Sua morte, isso sem considerar que a literatura brotava de um testemunho ocular oral advindo do próprio convívio com Jesus. Consideremos a semelhança dos evangelhos com textos mais antigos, como a carta de Tiago, escrita entre 45 e 50 d.C., ou a epístola de Paulo aos Gálatas, escrita entre 49 e 55 d.C., que em tudo concordam com os Evangelhos - há evidências de que o relato da ressurreição de Cristo tido em 1 Coríntios 15:3-5 seja fruto de uma tradição cristã que existia desde 36 d.C.!
Fontes: A Bíblia de Estudo Anotada Expandida, Charles C. Ryrie, Mundo Cristão, 2007, introduções dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João; Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2012, introduções dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João; Bíblia de Estudo Arqueológica, Vida, 2013, introduções dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João; Manual Bíblico Unger, Merrill Frederick Unger, Vida Nova, 2006, introduções dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João; O Novo Testamento, Sua Origem e Análise, Merrill C. Tenney, SHEDD Publicações, 2011, sobre Mateus, Marcos, Lucas e João; Guia Para Ler o Evangelho de Lucas, Pe. Luiz Miguel Duarte, Paulus, 2013, pg 7.
Natanael Pedro Castoldi
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A irmã de Maria é a esposa de Alfeu que é irmão de José, na verdade Maria de Clopas seria concunhada de Maria,isso tuod de acordo com a tradição,mas chamar parentes próximos de irmaos era bem comum na época.
ResponderExcluirObrigado pelo seu trabalho
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