Navigation Menu

É a primeira vez que
você acessa este blog
neste computador!


Deseja ver antes
nossa apresentação?


SIM NÃO

O Mito Encarnado - Cristo no Mito e na História

Pela perspectiva da antropologia atual, que parte do princípio equivocado de que o homem é mero animal, reconhecemos uma verdade: basicamente tudo o que o ser humano faz é movido por vaidade, egoísmo, alimentar do ego –aquilo que vestimos, cremos, fazemos, somos, mostramos, ouvimos... Queremos ser feitos felizes pelos outros, queremos reconhecimento, queremos sempre mais e o melhor e, a não ser por alguns sobressaltos de heroísmo, parece que ninguém foge dessa regra.

Embora todos sejamos egoístas, existe um ideal humano universalmente aceito, embora quase impraticável, por seu caráter austero: um herói revestido de valor, honra, altruísmo, sacrifício, coragem e sabedoria. É disso que os gregos falavam há milênios, com sua ideia de “homem ideal”, os judeus tentavam alcançar em sua rigidez de conduta e os monges medicantes e eremitas medievais tentavam desenvolver através da privação. Ninguém, de fato, conseguiu se tornar ou encontrar esse ideal de ser humano. Há algo errado.

Desde o princípio das civilizações esse “homem ideal” é almejado, personificado em mitos, deuses e semi-deuses, sendo apresentado ao homem como um matador de gigantes e dragões, um altruísta filho dos deuses que decide morrer pela humanidade, o amoroso e sábio ancião de dias, sempre jorrando, em torrentes de mel, o perfeito conhecimento. As pessoas descobriram que não conseguiriam se tornar ideais, então resolveram curvar-se ao inatingível, encarnado nessas figuras - como Apolo, Hércules, Thor...

Ninguém pode sentir a ausência daquilo que nunca foi ou teve, logo, essa sensação de que não somos o que deveríamos ser, de que nos falta algo, de que já fomos, outrora, perfeitos e imaculados, parece resultar de uma real e ancestral condição de perfeição que se perdeu num dado momento com a quebra dessa condição, uma queda infinita do Perfeito para o Imperfeito, como que um círculo, infinito em sua circunferência –sem começo ou fim-, que tem uma pequena parte de seu traço apagado, resultando em finitude.  Uma vez finito, o infinito não mais se alcança, pois só o infinito o supre.

O Perfeito é a condição máxima dos ideais, infinitamente superior ao imperfeito, portanto o imperfeito nunca poderá atingi-lo por força própria. Somente o Perfeito é perfeito o suficiente para tocar no Perfeito. O homem sabe de sua impotência na reversão desse triste quadro, mas até hoje o vemos militando em busca do ideal perdido, buscando riquezas, poder, beleza, luxos... e todas as possibilidades de construir um pequeno paraíso, daqueles que causar inveja nos outros - e alimentar o ego. Mas, no final, todos se frustram diante do desconhecido, diante do indomável, diante da morte e do limbo, diante do vazio infinito que as montanhas de bens materiais jamais conseguirão suprir, por sua finitude.

O ser humano está perdido, entende que o perdeu e anda em círculos procurando reencontrar o que lhe falta... mas ele se cansa das frustrações dessa busca vã e, cedo ou tarde, desiste de tentar ser bom, de tentar ser ideal, e se lança no lodo de um carpe diem insano, querendo, de modo bestial e instintivo, viver intensamente e o máximo possível, de modo suicida, os prazeres carnais, distraindo-se.

Nesse campo de destroços que é esse mundo escuro, sem rumo, sem sentido, sem valor, sem identidade, vemos alguns correndo frenética e desesperadamente, como faz o cão perdido do dono, tentando encontrar as peças que faltam, numa superestima exaustiva, um otimismo ilógico, esperança minguante, pensando que, hora ou outra, conseguirão se tornar ideias. Enquanto vemos outros atirados nos cantos, com faces estáticas, corroídas pelo sofrimento, deprimidos e assolados pelo deparar-se com a pessimista realidade de sua incapacidade, impotência, pequenez.  O sofrimento e vazio é uma condição humanamente imutável!

Na busca frenética ou na fortaleza do desamparo, todos estão cegos e surdos, distraídos ou destruídos, ao ponto de não pararem por orgulho, cansaço, descaso ou desconhecimento, para reconhecer que, num passado relativamente distante os ideais humanos -sobre-humanos-  encontraram-se em alguém, num nome, num homem cujo rosto, cujo símbolo, cujas palavras ecoam com o estrondo de um trovão até hoje.
Estranhamente a resposta para as crises existenciais do homem estão escancaradas, elevadas, expostas de modo a todos verem, se encontram reveladas na pessoa mais famosa e mais importante da história, na pessoa mais falada, estudada e admirada de que temos conhecimento.

Há aproximados dois milênios -6 a.C.-, não mais nos tempos remotos e obscuros dos mitos antigos, mas no coração do Mundo Antigo, existiu uma pessoa histórica chamada Jesus, que nasceu em Belém, nas proximidades de Jerusalém, no território de Judá, Israel, Palestina, Oriente Médio, filho de José, um carpinteiro, e sua esposa, Maria, prima de Isabel, esposa do Sacerdote Zacarias e mãe de João Batista. O Jesus que passou boa parte da vida na Galiléia, ao Norte de Israel, acima de Samaria, primeiramente como carpinteiro e/ou pedreiro e, posteriormente, como um pregador andarilho de grande fama, poder e prestígio. Essa pessoa iniciou o movimento de maior repercussão e poder da história humana, que influenciou decisivamente a política, a religião, a filosofia, a ciência, a moralidade...

-Jesus Cristo é tão surpreendente que alguns o consideram apenas mais um mito, a junção de todos os ideais humanos, ou um alienígena vindo doutro planeta para ajudar-nos, pois, “se fosse um homem real, não poderia ter sido assim, tão perfeito e influente”. O fato é que precisaríamos de outro gênio da maior grandeza para forjar alguém tão singular quanto Jesus.
-Somente alguém tão espetacular e chamativo, por sua singularidade ímpar, poderia resultar em tanto interesse dos homens, que o estudaram mais do que qualquer outra matéria do conhecimento humano –mais tempo e estudos se fizeram sobre Cristo do que sobre física, química, matemática... Fonte: Uma Breve História do Cristianismo, Geoffrey Blainey.
-Cristo é tão magnífico que levou milhares de pessoas, logo após sua morte, a morrerem, por amor, em arenas, diante de feras selvagens, soldados armados, multidões enfurecidas, torturas, zombarias... E seu nome ecoa com tanto poder que alguns, no anseio por defendê-lo, acabaram transmitindo tal entusiasmo, a ponto de cometer atos de terrível espécie.

A presença de Cristo no mundo foi como o a passagem do Cometa Halley no nosso céu noturno ou uma grande e feroz labareda brotando do gelo frígido: no primeiro caso, chamou muito a atenção - sua presença veio carregada de coisas novas, um turbilhão peculiaridade e perfeição, que ecoaram como a explosão de um vulcão - e, no segundo, como a portadora de uma série de enigmas e fenômenos inexplicáveis – sendo ele mesmo inexplicável, além dos prodígios que por ele foram realizados.

Os primeiros que entraram em contato contínuo e profundo com Ele, tentando compreender seus atos e palavras escreveram uma quantidade desconhecida de cartas com declarações ardentes a seu respeito –como a Carta de Paulo aos Romanos, 57-58 d.C., ou a Carta aos Hebreus, 64-68 d.C. Seus feitos se espalharam oralmente como o vento. Hoje temos cerca de 24 mil manuscritos antigos do Novo Testamento e aproximadamente 84 mil citações dos Pais da Igreja acerca do mesmo. (Fonte: Por que Confiar na Bíblia, Amy Orr-Ewing.)

-O “Homem Ideal” aspirado pelos gregos é apontado como sendo Cristo, isso por Lucas, médico e amigo do apóstolo Paulo, de origem grega e autor do Evangelho que leva o seu nome (60 d.C.), sendo um tratado científico –um relato preciso e incisivo do famoso galileu.
-O “homem de perfeita conduta”, almejado pelos hebreus, é apresentado por Mateus, judeu e discípulo do Mestre, como sendo Jesus, isso no Evangelho que leva o seu nome, escrito entre 50 e 60 d.C.
-O ativo e intrépido guerreiro vislumbrado pela sociedade militar romana é comparado com Cristo por Marcos, amigo íntimo de Pedro e auxiliar de Paulo e Barnabé, no Evangelho que leva o seu nome, tido entre 50 e 60 d.C.
-O amoroso e altruísta filho dos deuses, que vem ao mundo e morre pelos homens, como Balder, Thor ou Osíris, recorrente das mitologias e dos anseios humanos ao longo de toda a história e cultura, é apresentado como O Filho do Único Deus, que vem ao mundo morrer pelos homens, pelo apóstolo João, “aquele a quem Jesus amava”, no Evangelho que leva seu nome, 85-90 d.C.
Esse homem espetacular é historicamente considerado o maior dos psicólogos, o maior dos educadores, o maior dos pregadores, o maior dos sábios, o maior dos líderes, o maior exemplo de boa conduta.

O melhor é que sabemos que o que se diz sobre Ele é verdadeiro, e não uma invenção manipulativa dos detentores do poder, pois os seus primeiros defensores foram camponeses pobres e incultos do “fim do mundo”.  E sabemos que ele realmente existiu e foi quem dizem ter sido, pois muitas das suas testemunhas, poucos anos após sua morte, permitiram-se morrer em seu nome e em um punhado de décadas o movimento iniciado pelo carpinteiro galileu já se alastrava por todo o Mediterrâneo, incluindo filósofos gregos, líderes judeus e, até mesmo membros da guarda pretoriana, a elite pessoal do imperador romano. (Fonte: Os Cristãos, Tim Dowley.)

Cerca de três séculos depois de sua morte, o nome de Cristo já era reconhecido como centro da perspectiva religiosa do maior império do mundo, e isso não fora obtido pela força, através de campanhas militares e conquistas territoriais mas pela simples mensagem de amor pregada pela marginalizada e perseguida “seita” judaica.

O renomado historiador Geoffrey Blainey diz em seu livro “Uma Breve História do Cristianismo”, nas páginas 55, 56 e 57 da primeira edição em português, que o Imperador Constantino decidiu considerar o cristianismo como religião oficial do Império Romano, primeiramente por uma entrega pessoal e em segundo lugar, não por medo diante do número de cristãos –que eram ínfima minoria -, mas devido ao comportamento da maioria dos seguidores de Cristo, que não discriminavam as pessoas por sua etnia, cultura e até mesmo religião, auxiliando os doentes e viajantes famintos, de modo a colecionarem simpatizantes, evidenciando o cristianismo como uma opção religiosa chamativa para unir um império em desordem, dividido, enfraquecido.
Se as coisas mudaram com o tempo, não é culpa de Cristo, mas do distanciamento dos cristãos das palavras de seu líder máximo.

“Quem é este Rei da Glória?”, pergunta o Rei Davi, 1000 a.C., no Salmo 24. Quem é este que emana coragem -1? Quem é este de quem jorra sabedoria -2? Quem é este que vive por amor aos outros -3? Quem é este de quem a honra exala -4? Quem é este que se sacrifica por aqueles que o odeiam e o faz por amor -5? Quem é este que não se deixa dominar por aquilo que mais faz o homem cair, se corromper -6? Quem ele é?! Este homem, o ideal de perfeição humana, é Jesus!
Se eu compreendo que falta algo no homem, se compreendo que esse modelo de vida egoísta é destrutivo e vazio, hei de reconhecer que Cristo é O diferencial, hei de ver em Cristo A resposta, O ideal, O exemplo e diante de tão magnífica pessoa, hei de me curvar, hei de me humilhar, hei de dispor-me a serviço! 
1- O Corajoso, João 18:37: Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.
2- O Sábio, Mateus 22:21: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
3- O Amoroso, João 13:14: Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. 
4- O Honrado, João 4:34: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.
5- O Sacrifício, Filipenses 2:8: E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
6- O Santo, 1 Pedro 1:22: O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano.

Aquele que é chamado de o Alfa e o Ômega, Amém, Filho, Esperado, Rei dos reis,  Verbo, Glória do Pai, Salvador, Príncipe dos Exércitos, Eterno, Glorioso, Soberano, Criador, Senhor do Universo, Sustentador, Amado, Sumo-Sacerdote, Luz, Pastor, Libertador, Juiz... Aquele que recebe uma quantidade tão grande de títulos e méritos, desferidos primeiramente por pessoas que conviveram com ele e viveram a miséria e a morte por causa disso, há de realmente ser Grande! E eu, observando o que os 12 Apóstolos, os Pais da Igreja, Francisco de Assis, Lutero, os mais eminentes cientistas e filósofos medievais e modernos –Pascal, Isaac Newton-, os grandes apologistas do século XX, como C.S. Lewis e Chesterton, entre outros, afirmaram e fizeram em nome do Filho, hei de abrir mão de toda a resistência e me entregar!

E quem não cairia de joelhos diante do nome que dividiu a história? Do nome de quem se originou a mais potente cultura da história? Entorno do qual vivem –não plenamente- 2,2 bilhões de pessoas atualmente? Lew Wallace, escritor de Ben-Hur, que o diga, tendo migrado do ateísmo ao cristianismo pela simples atitude de ter lido o Novo Testamento na procura por destruir o nome do Filho – que o derrotou!
Aquilo que Cristo fez e foi e é, se vê intrincadamente cercado pela mais bela e pura filosofia e a mais sofisticada e sóbria teologia. E  tudo carregado de alto grau de tradição, evidência histórica e científica, nos âmbitos, principalmente, da psique humana.

A verdade é que se falava de Cristo bem antes de terem sido escritos os Evangelhos, sendo este um assunto recorrente. Devido ao número de questões questionáveis que estavam sendo levantadas entorno dessa pessoa misteriosa, alguns apóstolos, no primeiro século, se viram compelidos a  relatar o que viram e ouviram, através de testemunhos ou da escrita direta e pessoal. Ou você acha que um texto escrito cerca de 20 ou 30 anos depois da morte de Cristo, como é o caso do Evangelho de Marcos, seria bem aceito pelo público que viu Cristo fazendo o que fez, caso o mesmo fosse mentiroso?! Além do mais, temos em mãos alguns manuscritos de poucas décadas depois da morte de Cristo, como é o caso de um fragmento de uma cópia do Evangelho de João, 50 anos mais novo do que o original.

Natanael Pedro Castoldi

Leia também:

2 comentários: