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A Prole da Idade Média - Os Pilares da Civilização Ocidental

Comumente se diz que a Idade Média foi, na verdade, um buraco negro da história da humanidade e que as revoluções do pensamento humano que a sucederam se deram como que por um motim contra o cristianismo, como se movimentos que vieram depois da Idade Média fossem seus coveiros. A verdade mais clara, e não aquela que brota do pensamento iluminista - que objetivava inaugurar uma nova civilização demonizando severa e mentirosamente o período anterior, o que também ressaltava o seu falso brilho -, indica, por outro lado, que os pilares da Civilização Ocidental foram formulados prazerosa e livremente nas entranhas do mundo medieval e que, portanto, foi a própria Idade Média que fez alimentar aquilo que veio a substituí-la. Da Idade Média para o Renascimento e a Reforma Protestante não temos uma ruptura dramática de pensamento e desenvolvimento, na verdade temos apenas uma continuidade quase que inescapável dentro do contexto intelectual da Europa Medieval, com sua teologia racional, com a síntese do pensamento científico e com o desenvolvimento do humanismo. O Renascimento do Mundo Greco-Romano nada foi além do resultado de um esforço milenar da parte dos monges cristãos em preservar manuscritos da Antiguidade Clássica e em educar o povo nas escolas e universidades.

Você pode se familiarizar melhor com o que foi dito acima através da leitura das seguintes postagens: 

Tomarei como base o livro de Will Durant, Heróis da História, L&PMPOCKET, 2012:

1 - Elogiados e inofensivos: uma nota interessante a ser feita para que se comece o estudo está no fato (pg 193) de que a teologia cristã, por volta do ano 300 d.C., quando tínhamos em Roma cerca de 100 mil cristãos e uma média imperial de 1 cristão em cada 10 indivíduos, fora elogiada por filósofos pagãos, por sua firmeza. Nesse contexto temos Plínio, o Jovem, relatando ao imperador Trajano que os cristãos levavam vidas pacíficas e exemplares - assim também Galeno descreveu os seguidores de Cristo como "bastante avançados em autodisciplina e com um desejo intenso de obter a excelência moral". Desse modo se deu até que em 311, após séculos de severas perseguições, o imperador Galério, notando que os cristãos eram inofensivos, promulgou um édito de tolerância.

2 - Guardiões da civilização: na pg 194 encontramos as seguintes informações: "Aos poucos, à medida que as invasões bárbaras desafiavam a autoridade secular, a proteção e a administração da ordem social passaram das mãos dos funcionários pagãos das cidades da Europa Ocidental para os bispos, abades e sacerdotes cristãos, sob a liderança do papa em Roma; a Igreja, em vez do Estado, tornou-se a fonte e a guardiã da civilização."

3 - Avanços na arte, pg 199: "a Idade Média adornou o milênio com uma literatura frequentemente prazerosa e, à vezes, suprema." Na página 200 recebemos a informação de que os registros dos épicos mitológicos pagãos brotaram das mãos de escritores medievais e nos deparamos com os "sábios errantes", que viajavam de universidade em universidade cantando, conscientes de que encontrariam o mesmo idioma, o latim, sendo falado em todas as instituições. Alguns grandes nomes da literatura medieval são Dante e Abelardo.

4 - O florescimento da Civilização, pgs 204-206: "Em primeiro lugar, a Europa Medieval - norte do Ródano, Reno e Danúbio - transformou-se, de uma floresta selvagem e de pântanos, em civilizações novas e duradouras, com bases mais terrestres. Homens e mulheres limparam estradas, abriram canais, cavaram poços e minas, construíram habitações, domesticaram a si mesmos e a animais úteis, organizaram aldeias e cidades, desenvolveram leis, tribunais, parlamentos e disciplinaram a juventude através da autoridade paterna, das escolas e da religião. 
(...)
Recebeu de bom grado uma Igreja que ensinou bárbaros a serem cidadãos, que encorajou a castidade e o cavalheirismo e que persuadiu alguns guerreiros a serem cavalheiros. (...) Envaidecia-se das catedrais (...). A Igreja contribuíra vitalmente no desenvolvimento de universidades, que rivalizavam com as catedrais em esplendor e influência; forneceu e treinou a maioria dos professores e dignificou-os com a roupagem religiosa (...). O claro e o laicato, que se uniram na pesquisa, na preservação e na edição de manuscritos clássicos, descobriram  encanto e a profundidade da literatura e da filosofia antigas".

5 - A prole da Idade Média, pg 206: "A alma medieval, como uma célula inchada, explodiu em dois organismos históricos: o Renascimento, pagão, clássico e epicurista, no sul; e a Reforma, patrística, estoica e puritana, no norte. Transformou-se em duas culturas poderosas e, através delas, cumpriu a sua tarefa histórica de salvar a transmitir a civilização.
Sua morte foi a sua realização."

Natanael Pedro Castoldi

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