Geralmente essas duas questões são julgadas simultaneamente: "se eu apoiar o fato de que a Bíblia desestimula o ato homossexual, também devo aceitar a escravidão, já que ela a estimula". Na verdade, as pessoas que isso afirmam estão indo na contramão dos melhores estudos e comentários bíblicos desenvolvidos ao longo de dois mil anos e que já responderam adequadamente esses dois pontos - a verdade é que as pessoas não querem crer no mais evidente, mas naquilo que, simplesmente, desejam ter como aceitável. É verdade que esse artigo expressa o que eu penso, mas também é verdade que não falarei por mim, mas pela Bíblia. Vou começar com um bastante divulgado vídeo sobre a questão:
É claro que o pastor que se colocou na oposição do político poderia ter se posicionado com argumentos melhores, mas é fácil julgar quando apenas assistimos: imagine você, sozinho, cercado por uma multidão evidentemente contrária ao seu pensamento e diante de uma figura amada e política de destaque que, acima de tudo, merece o teu respeito. Eu teria medo! Por isso admiro a coragem do pastor, que foi colocado à prova maliciosamente no segundo momento em que teve que falar. Igualmente senti por ele, humilhado diante da multidão por defender o posicionamento mais tradicional e bíblico sobre a... Bíblia. Porém é exatamente isso que Cristo falou que nos aconteceria: o mundo vai nos odiar assim como odiou a Ele, simplesmente porque falamos coisas que as pessoas não querem ouvir (João 15:18 e João 17:14). Vivemos nos tempos do relativismo: as pessoas inventam as verdades mentirosas nas quais preferem acreditar. Vamos analisar o que o vídeo nos trouxe:
1- "Já se nasce homossexual". Isso não é verdade - e não adianta o tal político australiano dizer que refletiu muito sobre o assunto e concluiu isso. Os melhores estudos científicos têm apontado para dois resultados: ou simplesmente ainda não se sabe se o indivíduo nasce homossexual ou não, ou se sabe que ele não nasce homossexual. Não há estudos científicos sérios apontando para a proposta de que "já se nasce homossexual" - há, sim, a vontade da mídia e do povo, mas nada concreto. No EOMEAB há dois artigos que respondem mais adequadamente esse ponto: "Homossexualismo, Perseguição e 'Gene-Gay'"; "'Cura Gay' - Esclarecimentos".
2- "A Bíblia apoia o homossexualismo". Isso também não é verdade. Não há motivos para tentar fundamentar um pensamento contrário ao cristianismo nas Escrituras que, nesse caso, só são valorizadas quando supostamente transmitem algo conveniente. O fato do tal político dizer que "refletiu sobre isso por muito tempo" não altera o seu erro teológico: ele simplesmente não sabe nada sobre exegese, hermenêutica e teologia em geral. O que ele realmente quer é facilitar as coisas para sua eleição e tirar algum recurso financeiro com isso, uma vez que não há sentido veraz em afirmar uma Bíblia pró-homossexualismo. Esse papo de que o "amor cristão" é o mais importante também não está com nada: o amor pregado por Cristo é mais racional do que emocional, envolve o amor pelo inimigo, o sacrifício e a luta contra o pecado do próximo, procurando ver seu crescimento diante de Deus. O próprio Jesus disse que "veio trazer a espada", não no sentido de promover guerras, pelo contrário: o cristão deve se deixar morrer antes de matar - é o seu comportamento "politicamente incorreto" que vai trazer "divisão" e "espada" contra si mesmo. Posso indicar dois artigos desse blog que facilitarão o entendimento: "O Certo e o Errado, a Desobediência e a Sexualidade Humana"; "O Politicamente Incorreto Novo Testamento".
3- "A Bíblia apoia a escravidão". Senti que esse foi o ponto mais desastroso do comentário do "amado político politicamente correto". É fácil manipular o povo, que desconhece a Bíblia, ou a conhece superficialmente e convenientemente. Não. A Bíblia não apoia a escravidão! Mas alguns pontos precisam ser levantados: no contexto de Paulo, que tipo de escravidão era praticada no Império Romano? Qual é o objetivo máximo do cristianismo: revolução social ou espiritual? Havia vantagem, para os escravos, em estimular uma rebelião de escravos? Isso tudo requer um conhecimento de contexto histórico e de teologia, além de uma pitada de honestidade intelectual. Leia o artigo do EOMEAB sobre o assunto: "A Igreja e a Escravidão".
Apenas estou expondo questões óbvias sobre a Bíblia, a ciência e a história humana, por isso, em caso de oposição ao que está aqui escrito, que o leitor se debata com a Bíblia, com a História e a com a Ciência, não comigo!
Natanael Pedro Castoldi
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Obrigado pelo trabalho
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