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Os Mártires - Parte 1: Período Apostólico

-> Apresentação e Índice
O excelente livro "Loucos Por Jesus", Lúcio Barreto Jr., Central Gospel, 2012, traz um apanhado de 60 marcantes histórias sobre martírio, indo de João Batista até o Século XVIII. Com exceção de João Batista, que morreu crente em Cristo antes da Cruz, todas as histórias revelam atitudes heroicas de cristãos totalmente entregues ao Messias, caminhando, com prazer, até a tortura e a morte. O cristianismo é, sem dúvida, o movimento que mais produziu mártires em toda a História, somando 70 milhões de fiéis assassinados por intermédio de perseguição religiosa - e continuará sendo, uma vez que só em 2010, as estimativas de mártires beiravam os 240 mil (um aumento de aproximadamente 40 mil em relação a 2005). Atualmente temos 1 cristão sendo morto por perseguição a cada 3 minutos, o equivalente a 23 martírios por hora e 550 por dia. Fonte: pg 13, Loucos por Jesus. Um fenômeno tão próprio da fé cristã e cada vez mais frequente, precisa, urgentemente, de divulgação, pois a Igreja Perseguida, com seus mais de 200 milhões de fiéis, necessita de uma atenção espiritual maior da parte dos cristãos ocidentais, além de reforço material (em recursos ou em visitas pessoais), levando a Igreja de Cristo a um crescimento integral: os perseguidos se fortalecem com o apoio dos livres e os livres se sensibilizam e são lapidados com o contato com os marginalizados. É por isso que hoje publico a primeira parte de uma série que pretende divulgar algumas histórias de martírio da Era Cristã.

Mártires do Período Apostólico:

- Estêvão, 34 d.C - Jerusalém: o primeiro mártir da História da Igreja, tendo como registro Atos 7:51-53. Estêvão foi morto após ter desferido ousada pregação messiânica diante dos judeus, contando com líderes políticos e religiosos, o que culminou no apedrejamento fora da cidade de Jerusalém. O Apóstolo Paulo, nos dias em que ainda perseguia os cristãos, presenciou esse evento.

- Apóstolo Tiago, 44 d.C. - Jerusalém: quando Herodes Agripa decidiu combater o cristianismo, mandou prender os líderes cristãos, acabando com encarcerar Tiago sob a falsa acusação de uma só testemunha que, vislumbrando a alegria com a qual o apóstolo enfrentava seu irreversível martírio, ficou profundamente tocada e, no tribunal no qual Tiago era julgado, arrependeu-se e bradou: "Eu também quero seguir jesus. Agora sou cristão."
Enquanto Tiago era levado pelos soldados para o abatedouro, o acusador lançou-se aos seus pés, clamando pelo perdão da parte do apóstolo que, tranquilamente, o perdoou. A história termina com o acusador arrependido optando por morrer junto com Tiago: ambos foram decapitados.

- Filipe, 51 d.C. - Frígia: após ter causado grande avivamento em Samaria e ter fundado igrejas na Turquia e na Síria, Filipe dirigiu-se para a Frígia. Os moradores da região foram extremamente resistentes ao Evangelho, de modo que tomaram Filipe e, segundo alguns historiadores, o chicotearam, jogaram na prisão e depois o crucificaram e, segundo outros, amarraram-no num pilar e apedrejaram-no até a morte.

- Tiago, o Justo, 63 d.C. - Jerusalém: esse Tiago era um dos irmãos de Jesus, um dos mais fervorosos líderes cristãos de toda a História da Igreja. Certa vez Tiago foi levado até o cume do Templo pelos guardas do sumo sacerdote e, ali, os fariseus, os escribas e o sumo sacerdote lhe pressionaram a negar a divindade de Cristo, porém o irmão de Jesus preferiu bradar para todos os espectadores: "Jesus é o Messias prometido! Ele está sentado à destra de Deus e voltará nas nuvens para julgar vivos e mortos". O sermão de Tiago tocou a multidão, de modo que foi empurrado para baixo do Templo - miraculosamente quebrou apenas as pernas, continuando vivo. Imediatamente os seus inimigos tomaram pedras para matá-lo, enquanto Tiago orou em voz alta: "Senhor, perdoa-lhes. Eles não sabem o que fazem". Quando um dos sacerdotes ouviu Tiago orando por eles, interrompeu o apedrejamento - imediatamente o irmão de Cristo foi morto com o golpe de um pesado bastão de ferro na cabeça.

- Paulo, 64 d.C. - Roma: grande missionário, Paulo abalou as estruturas do Império Romano, de modo que foi preso mais de uma vez e condenado à morte, que se deu por decapitamento.

- Barnabé, 64 d.C. - Chipre: companheiro missionário de Paulo, Barnabé também foi um influente líder cristão de seu período. Quando esteve no Chipre, a pregação de Barnabé incomodou um feiticeiro judeu, uma vez que a pregação cristã estava desprendendo as pessoas da magia. Agitando os incrédulos da cidade, o feiticeiro conseguiu acusar Barnabé falsamente e lançá-lo na prisão - no dia do julgamento, os acusadores, temendo que a farsa fosse descoberta, invadiram a prisão e, amarrando uma corda no pescoço do missionário, o arrastaram para fora da cidade, queimando-o vivo.

-  Pedro, 65 d.C. - Roma: já velho, Pedro decidiu evangelizar em Roma, porém chegou por lá nos tempos de Nero, que logo tratou de persegui-lo. Ao saber das intenções de Nero, Pedro primeiramente recuou, porém logo decidiu-se pelo martírio, isso ao ter uma visão de Cristo. Capturado, Pedro foi condenado à crucificação, porém negou-se a ser crucificado como Cristo, não se achando digno disso - o Apóstolo acabou sendo crucificado de cabeça para baixo.

- André, 66 d.C. - Grécia: certa vez, André colocou-se diante do governador romano da cidade de Patras e tentou persuadi-lo a não mais matar os cristãos por ele convertidos. O governador acusou-o de estar acabando com os templos e deuses pagãos e André retrucou, afirmando que "os príncipes romanos não entendem a verdade". André seguiu falando sobre Cristo, até que o governador o interrompeu, afirmando que se ele continuasse, morreria crucificado - André afirmou que, se temesse a cruz, não teria nem começado a pregar para ele. No local da crucificação, diz-se que André emocionou-se, dizendo: "Ó cruz, tão bem-vinda e esperada! Com toda a minha vontade alegremente vou ao teu encontro, como um discípulo daquele que um dia também foi pendurado em ti" e "Quanto mais perto estou da cruz, mais perto estou de Deus". Por três dias André ficou pendurado numa cruz em forma de "X", tempo no qual continuou pregando e aconselhando aqueles que iam observá-lo - quando o Apóstolo ficou sabendo que seus amigos pretendiam conversar com o governador para tirá-lo da cruz, protestou, desejando o mais rápido possível morrer e encontrar-se com Deus. Logo depois de sua súplica, de fato morreu.

- Mateus, 66 d.C. - Etiópia: após escrever o seu evangelho, Mateus procurou levar a Boa Nova aos etíopes, coisa que, no início, foi bem aceita pelo rei local, que favorecia os cristãos, porém, com o começo do reinado de um monarca pagão, Mateus acabou sendo preso na frente da igreja e da congregação que liderava e, tentando defender os outros cristãos, foi arrastado, preso ao chão por quatro lanças e decapitado.

- Judas, irmão de Tiago, 68 d.C. - Edema: o irmão caçula de Jesus, Judas, pregou na Mesopotâmia, Síria, Arábia, Pérsia e Edema. Nesta última, manifestou-se com tal ousadia contra a idolatria dos povos locais que, prejudicando os negócios dos líderes religiosos, acabou morrendo espancado com cacetetes e madeiras.

- Simão, o Zelote, 70 d.C. - Grã-Bretanha/Síria: Simão foi pregador no Egito, noutras terras ao Norte da África, na Mauritânia e na Grã-Bretanha. Alguns historiadores afirmam que ele foi crucificado nessa última região, enquanto outros afirmam que ele foi crucificado na Síria.

- Bartolomeu, 70 d.C. - Armênia: por décadas Bartolomeu pregou na Turquia e na Índia - inclusive traduziu o Evangelho de Mateus para os indianos. Posteriormente pregou em 12 cidades da atual Armênia, onde casou grande revolução - até alguns familiares do rei se converteram. A ira do monarca local levantou-se sob o pretexto de que Bartolomeu tinha pervertido a razão de todos, que retrucou: "Tenho pregado o Deus verdadeiro em seu território. Não perverti a verdade na mente de seu irmão nem da família dele. Ao contrário, levei-o à verdade". Como resposta, o rei ameaçou tirar-lhe a vida se prosseguisse pregando o Evangelho e se não adorasse aos deuses pagãos, enraivecendo-se ainda mais com o retorno do cristão: "Fique sabendo, ó rei, que nunca sacrificarei ao seu ídolo. Prefiro selar meu testemunho com meu sangue a agir contra minha fé e minha consciência". O Apóstolo foi espancado com cordas, crucificado e, então, teve toda a sua pele arrancada, permanecendo, ainda assim, vivo e consciente - conseguiu falar de Cristo estando em carne viva. Para encerrar o seu discurso, Bartolomeu teve a cabeça arrancada por um machado.

- Matias, 70 d.C. - Jerusalém: Matias iniciou a pregação em Jerusalém, seguiu para a Etiópia e voltou para a Palestina, onde acabou pregando sem o auxílio de nenhum outro apóstolo. Matias foi obrigado a negar a divindade de Cristo, mas ele se recusou, condenando-se. Foi crucificado e apedrejado, porém não morreu, de modo que foi retirado da cruz e decapitado.

- Tomé, 70 d.C. - Índia: Tomé pregou no Norte da África e na Índia. O Apóstolo foi bem-sucedido, como todos os demais, nas suas pregações, porém também deparou-se com forte oposição, no caso em Calamina, Índia, onde se adorava o Sol. Com ousadia, Tomé destruiu a imagem da divindade e encerrou a idolatria no local, porém levantou a fúria das autoridade políticas e religiosas da cidade, sendo condenado à tortura por ferro quente e fogo da fornalha. O milagre foi o fato de que Tomé permaneceu vivo e ileso após cumprida a sentença - os sacerdotes ficaram espantados com a imagem de Tomé andando no meio do fogo e louvando a Deus, de modo que lançaram várias lanças contra ele, matando-o.

- Lucas, 93 d.C. - Grécia: fiel companheiro de viagem de Paulo, o médico Lucas, que também foi o primeiro historiador cristão, viveu a última parte da sua vida como missionário. O ministério de Lucas culminou na Grécia, onde evangelizou as cidades do Peloponeso, opondo-se fortemente aos adoradores dos deuses gregos. Em Patras, Lucas irritou tanto os sacerdotes que  eles incitaram a multidão contra ele, levando-o ao olival da cidade, onde enforcaram-no numa oliveira.

- Timóteo, 98 d.C - Éfeso: treinado por Paulo para pastorear, Timóteo cuidou por décadas da Igreja de Éfeso e, no final da vida, o fez sob a perseguição de Diocleciano. Num dado dia, Timóteo presenciou o festival da deusa Diana, que, na ocasião, se apresentava sob uma grande procissão. Como um cidadão respeitado por cristãos e não-cristãos, Timóteo se manifestou diante do povo: "Irmãos e irmãs, por que vocês adoram a sacrificam a uma estátua feita por mãos humanas, que não é Deus, uma vez que o Deus verdadeiro enviou o Seu Filho para que pudessem conhecê-lo e desfrutassem da Sua justiça? Essa festa é inútil e destruidora! Por que celebrar a uma estátua e dar lugar a seus desejos pecaminosos quando podem conhecer o Deus do céu e experimentar a alegria de andar em Seus caminhos?" Como resposta, Timóteo ouviu de um sacerdote: "Vá embora, velho! Faremos o que quisermos!" Porém era tarde: alguns dos idólatras já haviam sido tocados pelas palavras de Timóteo, que se encorajou a prosseguir: "Fazer o que quiserem? E se aquilo que desejam for uma armadilha? E se forem cadeias que os aprisionarão em tristeza e insatisfação? Jesus veio para dar vida em abundância! Por que aceitar as prisões do pecado quando podem viver livres no Espírito Santo?" A questão seguiu com um sacerdote golpeando Timóteo duas vezes na cabeça com um pedaço de pau e, inflamando o povo, fez com que outros muitos se aproximassem para golpeá-lo com pedras e paus. Depois de espancado, Timóteo foi chutado para a beira da estrada e, mesmo resgatado por um outro cristão, acabou morrendo.

- João, 100 d.C. - Império Romano: "Este é João, o apóstolo!" Foi o que a enlouquecida multidão ouviu no estádio, onde João estava prestes a morrer. O imperador, ciente da profecia que circulava sobre a imortalidade de João, preparou um método terrivelmente mortal para acabar com a sua vida: mergulhá-lo em óleo fervente. Enquanto mergulhado no óleo fervente, João levantou as mãos para o céu e orou a Deus. A multidão estava eufórica. Porém João continuou orando por vários minutos no óleo fervente, fazendo o povo todo calar-se mediante o suposto cumprir da profecia. Envergonhado, o Imperador exilou João em Patmos, onde escreveu Apocalipse. Posteriormente o Apóstolo retornou a Éfeso, onde foi forçado a tomar veneno, mas, novamente, não morreu. O Apóstolo continuou pregando nas igrejas da Ásia até morrer em paz, aos 101 anos de idade.

Fonte: Loucos Por Jesus, Lúcio Barreto Jr., Central Gospel, 2012, pgs 16-30

O que é a "paz" pregada por Cristo? O que realmente significa ser cristão? O que realmente significam os Evangelhos? O que levou aos apóstolos tão longe?! Reflitamos.

Natanael Pedro Castoldi

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