As Religiões não se Completam?

Costumamos ouvir por aí que "todas as religiões levam ao mesmo lugar", que "todas representam uma parte da verdade, uma parte do mesmo Deus", mas será que isso é verdade? As religiões são compatíveis entre si? É isso que vamos ver no breve estudo que segue - tire as suas próprias conclusões.

            As religiões não se completam? Tal pergunta é difícil, pois em religião temos que incluir as interpretações baseadas no medo, curiosidade e ignorância dos antigos sobre a natureza, resultantes em  vários mitos não raramente bizarros –do jovem transformado em corvo que rouba o sol, na América Pré-Colombiana, a Yi, o arqueiro celeste da Ásia que derruba dez sóis com seu arco, Fonte: Guia Ilustrado Zahar, Mitologia, Philip Wilkinson e Neil Philip, pg 204 e 174. A verdade é que, dentre as religiões mais coerentes, não há muita coisa em comum: poucas combinam nas Origens, a maioria discorda sobre a natureza de seus deuses, todas buscam chegar a seu deus de modo particular, nenhuma concorda sobre o sentido da vida e o destino final de seus fiéis não tem paralelos comparativos, além do fato de cada uma alegar ser a Única Verdade: elas não se completam, mas sim, se anulam.

                Vejamos: os adeptos do Judaísmo observam a Lei de Moisés e buscam uma vida ética; os muçulmanos cumprem os deveres dos Cinco Pilares do Islamismo: recitar o credo islâmico, orar cinco vezes ao dia, jejuar, dar esmola e fazer peregrinações para Meca; os hindus se submetem ao carma, enquanto aprendem através de uma série de reencarnações a viver corretamente, até que submergem no divino; os budistas buscam a extinção dos desejos e a conquista da inexistência do Nirvana como fim para inúmeras reencarnações – As Quatro Verdades Nobres de Oito Desdobramentos mostram o caminho para o Nirvana: os caminhos são diversos, porém assemelham-se no sentido de que o homem é o responsável por chegar até Deus. O cristianismo, por fim, crê que Deus veio até o homem na figura de Cristo e morreu para reaproximá-lo do Criador, de modo que o homem não chega a Deus com base em seu esforço. Nesse sentido a única religião do mundo que vê o homem impotente a ponto de não poder adquirir um espaço do Céu através de sacrifícios e rituais é o cristianismo, que se foca na iniciativa do próprio Criador em procurar pelo ser humano, sendo devidamente teocêntrica: Deus é o Caminho, literalmente. As demais religiões são antropocêntricas no sentido de que o homem trilha o caminho por si mesmo e atinge Deus, sendo ele o responsável por isso. Fonte: Bíblia de Estudo das Profecias, pg 1256.

                     Natanael Pedro Castoldi

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