É comum vermos os críticos da Palavra afirmarem que o texto bíblico de hoje é extremamente diferente dos documentos originais, uma vez que a diferença de tempo do término da Bíblia até os nossos dias é de aproximadamente 2 mil anos. Será que o texto bíblico foi realmente tão alterado? Leia o estudo que segue e tire as suas próprias conclusões.
Com base na Bíblia
de Estudo Anotada Expandida, Charles C. Ryrie, Mundo Cristão, 2007, pg 1307, temos uma noção da
tamanha preservação do texto do Novo Testamento: o estudo intensivo de mais de
2700 manuscritos do Novo Testamento grego, datados do segundo século da Era
Cristã em diante, mostra-nos que o Novo Testamento no século XXI é
estreitamente parecido com o dos primeiros cristãos.
As cópias do Novo Testamento que dispomos hoje são do séc. IV, mas, com base em 5000 mil manuscritos neotestamentários, os paleógrafos desenvolveram um rigoroso trabalho de
reconstrução do Novo Testamento que era lido no séc. II, possibilitando a análise da veracidade
das versões do Novo Testamento que hoje temos com base nos livros
neotestamentários dos nossos mais antigos fiéis. Fonte: Jesus, Christiane
Rancé, L&PM Pocket, 2012, pg 22.
Os rolos do
Antigo Testamento encontrados entre os Manuscritos do Mar Morto nos aproximam
do texto original: antes dos achados, os mais antigos que dispúnhamos eram 1300
anos posteriores ao término da redação do Antigo Testamento, agora teríamos uma
variação de dois ou três séculos. Nas cavernas de Qumran foi encontrado um rolo
completo de Isaías do ano 125 a.C., 1000 anos mais antigo que o texto
massorético, 916 d.C. Após análises comparativas entre a preservação dos
escribas massoretas e o texto de Qumran, chegou-se a uma conclusão espantosa: a
Bíblia hebraica e o manuscrito antigo são 95% idênticos, com pequenas variações
nos outros 5%, por exemplo: das 166 palavras de Isaías 53, dezessete letras são
duvidosas, sendo que dez delas são diferenças de ortografia, quatro partem de
variações de estilo e as outras três são o acréscimo da palavra “luz” no verso
onze, nada que altere o significado. Fonte: Por que Confiar na Bíblia?, Amy
Orr-Ewing, Ultimato, 2008, pgs 48 e 49.
A página 11 do
livro Por que Acreditar na Bíblia, de John Blanchard, Edit. Fiel, edição virtual autorizada, além de levantar a mesma
questão das 166 palavras e somente 3 letras em desacordo, compara com textos de
outros livros da literatura antiga: o Mahabharata, épico nacional da Índia,
possui entorno de 10% de suas linhas corrompidas, e a Ilíada, de Homero, possui
vinte vezes mais passagens duvidosas entre suas cópias antigas e atuais do que
a Bíblia.
O número de
manuscritos não é o único fator de credibilidade bíblica: podemos analisar a
idade dos mais antigos. Atualmente temos 77 fragmentos de manuscritos do Novo
Testamento, segundo a página 1307 da Bíblia de Estudo Anotada Expandida, Charles
C. Ryrie, 2007, Mundo Cristão, e um deles, do Evangelho de João, encontrado no Egito, pode ser
datado de 125 d.C. –e, como já estava em circulação, o Evangelho teria sido
escrito algumas décadas antes.
Alguns
fragmentos do Novo Testamento foram encontrados em Qumran, abandonada e selada
em 70 d.C. No complexo de cavernas, a Caverna 7 é a mais surpreendente: o
Fragmento 7Q6, de 50 d.C., pode ser de Marcos 4:28; o Fragmento 7Q15 pode
referir-se a Marcos 6:48; o 7Q5, 50 d.C., a Marcos 6:52-53; o 7Q7, 50 d.C., a
Marcos 12:17; o 7Q6, 60 d.C., a Atos 27:38; o 7Q9, +70 d.C., a Romanos 5:11-12;
o 7Q4, +70 d.C., a 1 Timóteo 3:16 e 4:1-3; o 7Q10, +70 d.C., a 2 Pedro 1:15; o
7Q8, +70 d.C., a Tiago 1:23-24. Fonte: Por que Confiar na Bíblia?, Amy
Orr-Ewing, Ultimato, 2008, pgs 49. Essas evidências nos levam para o período das testemunhas
oculares de Cristo!
Do livro Origem,
Confiabilidade e Significado da Bíblia, Wayne Grudem, C. John Collins e Thomas
R. Schreiner, Edit. VidaNova, 2013, pg 113: entre dez e quinze manuscritos
disponíveis hoje foram escritos nos primeiros cem anos após concluído o Novo
Testamento, cerca de quarenta são de até dois séculos depois dos originais e 99
são de antes de 400 d.C., entre eles está o Códice Sinaítico, que contém o Novo
Testamento completo – entre os autores clássicos a média de tempo entre o texto
original e a cópia mais antiga geralmente é maior do que meio milênio.
Em comparação
com outros documentos antigos já citados, a proximidade da cópia com o original
é assombrosa! O manuscrito mais importante da Bíblia é cerca de 300 anos mais
novo que o texto original, outros dois papiros datam de aproximadamente 100
anos do original e o famoso Fragmento de John Rylands parece ser de 117-138
d.C. É pouquíssimo tempo quando levamos em conta outros textos antigos: a
História Romana, de Livy, tem apenas uma cópia que se aproxima menos de 400
anos do original; o lapso entre a cópia e o original da obra de Plínio, o
Jovem, é de 750 anos; de Tácito não há nada 900 anos mais novo que o original;
o manuscrito mais velho que temos da Guerra Gaulesa, de César, é 1000 anos mais
novo que o de seu autor. Ainda assim, não se questiona boa parte do conteúdo
desses documentos! Fonte: Por que Acreditar na Bíblia, John Blanchard, pg 9.
Natanael Pedro Castoldi
Obrigado pelo trabalho.
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