Navigation Menu

É a primeira vez que
você acessa este blog
neste computador!


Deseja ver antes
nossa apresentação?


SIM NÃO

Evidências de Jesus no Primeiro Século?

A arqueologia bíblica tem avançado - prova disso está na recente publicação da Editora Vida, a "Bíblia de Estudo Arqueológica", que carrega centenas de evidências capazes de sustentar basicamente todo o Texto Sagrado. Alguns dos achados mais surpreendentes já foram trabalhados aqui no EOMEAB, como o Papiro de Rylands, contendo um trecho do Evangelho de João e datado de 125 d.C., que, por ter sido achado no Egito, demonstra ser uma cópia de um documento palestino uns vinte e cinco anos mais velho; o fragmento do Evangelho de Marcos que foi encontrado na Caverna 7 de Qumran e datado, no máximo, de 50 d.C. ("Os Mais Antigos Testemunhos do Novo Testamento"); o Credo de 1 Coríntios 15, originado, possivelmente, no ano 36 d.C. ("O Credo Cristão de 36 d.C.") e as declarações de Filipenses 2:5-11 e Colossenses 1:15-20, também da década de 30 ("Os Mais Antigos Testemunhos da Divindade de Cristo"). Essas são bases de autoridade consideravelmente seguras, servindo com suficiência aos interesses apologéticos, mas existem outras tão - ou mais - antigas quanto, porém de origem mais duvidosa. Com cautela e sem muito otimismo, vamos trabalhar alguns dos possíveis achados mais espetaculares da história da Igreja (ou os mais mentirosos): a primeira menção à ressurreição de Cristo, de no máximo 70 d.C., a primeira imagem do rosto de Cristo, do Primeiro Século, e o antiquíssimo ossuário de um suposto "Tiago, irmão de Jesus", também do Século Primeiro.

1 - A mais antiga alusão à ressurreição de Cristo?
Se verdadeira, essa é a mais antiga menção à ressurreição de Jesus encontrada - e talvez os sinais diretos mais antigos do cristianismo como um todo. A equipe de James Tabor, formada por arqueólogos e historiadores da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, conseguiu, entre 2009 e 2010, uma autorização da comunidade judaica para adentrar um antigo sepulcro repleto de ossuários - não pessoalmente, mas com o uso de câmeras de alta tecnologia manipuladas por braços robóticos, uma tecnologia patrocinada pelo Dicovery Channel. O túmulo foi descoberto em 1984, nas proximidades de Jerusalém, mas os judeus nunca antes haviam permitido seu estudo.

Segundo a notícia veiculada pelo Correio Braziliense, a idade exata do local não foi devidamente precisada, mas considerando o período no qual o povo judeu fez uso de ossuários e a estética funerária, a estrutura pode ser datada com relativa segurança entre os anos 20 e 70 do Século Primeiro - na última data, por advento da destruição de Jerusalém pelos romanos, os ossuários de pedra deixaram de ser utilizados na região. O que realmente impressionou no local foram algumas inscrições em grego e o desenho do Grande Peixe com o profeta Jonas na boca - desenhos de peixe eram proibidos pelo judaísmo do Século Primeiro (ainda mais num sepulcro), indicando que o túmulo não era de judeus, mas, possivelmente, de cristãos. O peixe era um símbolo bastante usado pelos cristãos - Jesus multiplicou peixes, profetizou Sua ressurreição utilizando como ilustração os três dias nos quais Jonas permaneceu na barriga do Grande Peixe e a palavra "ichthys" ("peixe" em grego) servia de acrônimo para "Jesus Cristo". As inscrições gregas, porém, é que realmente espantaram os pesquisadores. 

Mesmo que algumas letras tenha se apagado, é possível ler uma das inscrições da seguinte forma: "Deus, Jeová, ascenda, ascenda" - ou "O Divino Jeová se ergue"; “Divino Jeová, me levante, me levante”; “Divino Jeová, me levante até o Lugar Sagrado”. Segundo Tabor, essa inscrição ou tem algo a ver com a ressurreição dos mortos, ou é uma alusão direta à ressurreição de Cristo - a segunda interpretação parece mais correta, unida-a ao desenho do Grande Peixe com Jonas, que, como já dito, Jesus usou como ilustração profética para a Sua ressurreição. Trata-se apenas de uma possível alusão, não sendo nada conclusivo.

O próprio Tabor reconhece que seu achado é bastante controverso, estando consciente das complicações levantadas pelos seus opositores. De fato, muitos estudiosos têm considerado tudo isso uma grande farsa e alegado que nenhuma evidência levantada por Tabor sustenta sua teoria. Além disso, o cineasta é famoso por ser tendencioso e foi duramente criticado pelo suposto "achado da família de Jesus", em 1980; não é arqueólogo formado e estrelou vários documentários para televisão, levando os críticos a acusarem-no de realizar autopromoção. A recomendação de muitos especialistas é que se tenha cautela na análise das descobertas de Tabor.

Fontes: Extra.globo.com, Saúde e Ciência, 28 de fevereiro de 2012, "Exploração de tumba revela sinais mais antigos do Cristianismo", Renato Grandelle - O Globo; notícias.gospelmais.com.br, Ciência e Saúde/Internacional, 1º de março de 2012, Dan Martins; caixadepandora.xpg.uol.com.br, Curiosidades, 13 de abril de 2012,  "Em suposto Túmulo de Jesus é encontrada descrição 'Divino Senhor levante'"; jornalciencia.com, R7, Sociedade/Diversos, 12 de abril de 2012, Osmairo Valverde, Brasília; portugues.christianpost.com, Cristianismo, 1º de Março de 2012, "Tumba descoberta em Jerusalém pode conter indícios da ressurreição de Jesus", Jussara Teixeira. Acessados no dia 18/09/2014.

2 - A mais antiga imagem do rosto de Cristo?
Se verdadeiro, esse achado pode ser equiparado ao dos Manuscritos do Mar Morto, em 1947. Trata-se de uma porção de 70 pequenos livros do Século Primeiro, feitos de lâminas de bronze e contendo de 5 a 15 "folhas" - o seu tamanho indica que eram de uso particular, não litúrgico. Eles foram feitos para não serem lidos e nem mesmo abertos, contendo anéis em todos os lados - isso levou alguns pesquisadores a sugerir que eles fazem parte dos "códices perdidos", mencionados no livro do Apocalipse. O material foi descoberto entre 2005 e 2007, numa caverna remota da região do Jordão, de fronte para o Mar da Galileia. Nessa região já foram encontrados outros artefatos e documentos de grande relevância.

O material é praticamente ilegível, sendo sugerida uma escrita criptografada em hebraico antigo, aramaico antigo, grego e até em fenício (as fontes divergem nisso), indicando um possível dialeto. Ele apresenta, na verdade, pouco material escrito. Segundo a BBC, uma das poucas porções que foram traduzidas, afirma: "Vou andar em retidão". Essa frase aparece no livro do Apocalipse, embora possa transmitir um sentimento comum aos judeus da época.

A região onde está a caverna serviu de assentamento cristão quando, em 70 d.C., Jerusalém foi arruinada pelas tropas de Tito, forçando a fuga da cidade - muitos judeus também se refugiaram nas localidades entre a metade final do Primeiro Século e o início do Segundo. O fato de os documentos apresentarem diversas gravuras, entre elas a menorá e um rosto humano - a menorá não podia ser representada, pois ela estava no local mais sagrado do Templo, e o rosto com feições humanas não podia ser reproduzido, pois isso induzia à idolatria -, indica serem produto de cristãos, não de judeus. Isso também se mostra pelo fato de serem códices, não rolos - era característica dos cristãos o uso de códices.

Os testes realizados nas amostras revelam uma idade de pouco menos de 2000 anos - Século Primeiro. Análises feitas na Universidade de Oxford e pelo Swiss National Materials Laboratory, de Dubendorf, Suíça, reconheceram que o trabalho feito nos metais é compatível com o que era realizado no período romano e verificou que o material foi fundido com elementos extraídos na região do Mediterrâneo. A corrosão do metal dos livros evidencia a sua antiguidade - tal corrosão é prova de que não há fraude. Sendo assim, ele é de um período e uma região próximos ao ministério de Cristo.

O objeto mais surpreendente dessa coleção apresenta a imagem de um rosto humano em relevo. Trata-se de um homem jovem e de cabelos encaracolados, aparentemente com uma coroa de espinhos na cabeça, o que, considerando a origem cristã, parece sugerir uma ilustração do próprio Cristo, feita, possivelmente, por alguém que o viu pessoalmente, dado o período. Em volta dos dois lados há inscrições criptografadas, mas que parecem dizer: "Salvador de Israel" . Essa proposta é sustentada por outras imagens: uma palmeira parece indicar a casa de Davi e é acompanhada por linhas que parecem cruzes - sucessivas estrelas representariam a "Árvore de Jessé", ou melhor: a própria árvore genealógica de Cristo. A cruzes são romanas, em forma de "T", conforme o uso da época. Outra ilustração apresenta um mapa de Jerusalém, contendo até a balaustrada do Templo, mencionada nas Escrituras, algo que parece o sepulcro de Jesus (uma pequena construção com uma abertura) e, ao fundo, os muros da cidade. Noutras páginas há representações das muralhas e uma crucificação acontecendo fora delas.

Alguns dos nomes envolvidos na análise e defesa desses materiais são: Philip Davies, professor emérito de Estudos Bíblicos da Universidade de Sheffield; David Elkington, especialista britânico em arqueologia e história religiosa antiga;  Ziad al-Saad, diretor do Departamento de Antiguidades da Jordânia; Margaret Barker, ex-presidente da Sociedade de Estudos sobre o Antigo Testamento; entre outros.

Há, porém, algumas objeções ao achado: quando o tradutor de aramaico, Steve Caruso, realizou suas análises do material, percebeu que estavam misturadas formas de escrita velhas e novas - as velhas não poderiam ter menos de 2500 anos de idade. Os manuscritos mais novos, por sua vez, datam dos séculos segundo e terceiro - segundo Steve Caruso. É claro que isso não corresponde a todos os variados documentos. Outros estudos sugerem que os responsáveis pela confecção desses materiais "não sabiam o que estavam fazendo", destoando das técnicas comuns dos escribas - há caracteres tremidos, indicando que são cópias feitas às pressas, não redações originais. Para Peter Thonemann, arqueólogo, a "imagem de Cristo" retratada num dos documentos é, na verdade, uma alusão ao deus sol Hélios, de Rodes - ele acredita que os códices foram falsificados nos últimos 50 anos.

Fontes: Cienciaconfirmaigreja.blogspot.com.br, 25 de abril de 2011, "Livros de bronze seriam a maior descoberta de todos os tempos e falam de Nosso Senhor Jesus Cristo" e 2 de maio de 2011, "A mais antiga representação de Cristo e de sua Paixão achada na Jordânia", Luis Dufaur; acidigital.com, Notícias/Mundo, 5 de abril de 2011, "Arqueólogos poderiam ter encontrado o retrato mais antigo de Jesus"; noticias.gospelmais.com.br, Ciência e Saúde, 7 de abril de 2011, "É encontrado possível primeiro retrato de Jesus. Achado revelaria a verdadeira face de Cristo", Renato Cavallera; geracaomaranata.com.br, Arqueologia/Notícias, 7 de abril de 2011, "Manuscritos de Chumbo encontrados na Jordânia – um deles traz possível rosto de Cristo"; hypescience.com, 13 de abril de 2011, "Antigos “códices cristãos” encontrados podem ser falsos", Natasha Romanzoti; livescience.com, 11 de abril de 2011, "Exclusive: Early Christian Lead Codices Now Called Fakes", Natalie Wolchover; dailymail.co.uk, Science, 30 de março de 2011, "Could this be the biggest find since the Dead Sea Scrolls? Seventy metal books found in cave in Jordan could change our view of Biblical history", Fiona Macrae. Acessados em 18/09/2014.

3º - O ossuário de um familiar de Jesus?
O objeto tem 25 quilos, 50 centímetros de comprimento e 25 de altura. Ele foi comprado pelo engenheiro judeu Oded Golan. Em 2002, o renomado estudioso francês André Lemaire viu a urna e, percebendo uma antiga inscrição que falava de Jesus, verificou a sua importância - “Tiago, filho de José, irmão de Jesus”. O ossuário, então, foi examinado pelo Geological Survey of State of Israel e declarado autêntico - ele data do Século I, por volta de 63 d.C. Segundo o The New York Times, "essa descoberta pode muito bem ser o mais antigo artefato relacionado à existência de Jesus". Apesar disso, em 2004 Golan foi acusado de falsificar o item, o que foi resolvido em outubro de 2010, quando o juiz Aharon Far-kash, responsável por julgar a suposta fraude cometida pelo antiquário judeu, deu o seu veredicto: o objeto realmente é autêntico.

O "julgamento" do ossuário de Tiago foi bastante vasto. O objeto foi estudado durante 5 anos, em 116 sessões - 133 testemunhas foram ouvidas e 12 mil páginas produzidas. Segundo o arqueólogo Rodrigo Silva, todas as "provas" contra o ossuário de Tiago foram derrubadas: “A paleografia mostrou que as letras aramaicas eram do primeiro século.” E, ainda: “A primeira e a segunda partes da inscrição têm a mesma idade. E o estudo da pátina indica que tanto o caixão quanto a inscrição têm dois mil anos.” Rodrigo Silva pôde analisar o objeto pessoalmente.

Cerca de 200 especialistas participaram dos estudos, contando com peritos em C14, arqueologia, história bíblica, paleografia, geologia, biologia e microscopia. O próprio Yuval Gorea, perito acusador, teve que reconhecer que o nome "Jesus", ao menos, era antigo.

Os opositores do artefato também alegam que não era costume colocar algo além do nome do falecido no ossuário - no máximo se colocava também a filiação -, mas o professor de história das religiões, André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, apresenta uma boa justificativa: "A inscrição atribuiria a Tiago uma certa honra e diferenciação por ser irmão de Jesus. Como se Jesus já fosse um popstar naquela época.”

Fontes: Criacionismo.com.br, 21 de agosto de 2009, "O ossuário do irmão de Jesus e o silêncio da mídia", e 16 de novembro de 2010, "Veredito: ossuário do irmão de Jesus é verdadeiro", Michelson Borges; istoe.com.br, Reportagens, 10 de novembro de 2010, "Peritos negam que ossuário de irmão de Jesus seja falso", Rodrigo Cardoso; amaivos.uol.com.br, News, "Descoberta a mais antiga menção a Jesus Cristo". Acessados em 18/09/2014.

Conclusão: mesmo que todos os achados sejam questionáveis, há boas razões para crer na sua autenticidade. Se o tempo e os estudos evidenciarem sua veracidade de modo quase inquestionável, teremos três espetaculares menções diretas a Cristo do Primeiro Século: uma alusão à Sua ressurreição, uma ilustração de Sua face e o Seu nome escrito. É claro que existem muitas possibilidades e interpretações, mas tudo isso é muito interessante! Os dois primeiros achados evidenciam a crença em Jesus como Messias e Deus, sendo cultuado - situados apenas algumas décadas depois da Sua morte e ressurreição, não temos tempo suficiente para deturpações míticas, que levam gerações. Já havia um culto cristão desde as primeiras décadas da Era Cristã! E a ressurreição já era crida nos primórdios do cristianismo, sem depender de exageros mitológicos posteriores ou de influências romanas e pagãs. O último achado mostra um tal "Jesus", irmão de Tiago e filho de José, um indivíduo especialmente ilustre, por constar nas inscrições de um ossuário. As implicações desses achados são magníficas! Embora não possamos tê-los com total certeza.  Ainda assim, mesmo sem eles, não faltam evidências poderosas para sustentar os estudos apologéticos sobre as origens da fé cristã.

Caso forem verdadeiros, temos inscrições e gravuras de quase 2 mil anos, não apenas cópias de documentos mais antigos. Seriam, nesse caso, produtos do interesse de alguns dos primeiros seguidores de Cristo!

Natanael Pedro Castoldi

Leia também:

0 comentários: