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A Poligamia no Antigo Testamento

A existência de relações poligâmicas no Antigo Testamento é bastante óbvia, verdadeiramente indiscutível, tornando-se ferramenta de ataque dos inimigos da fé contra a moralidade cristã, argumento para falsos cristãos e um grande obstáculo para muitos crentes sinceros. Ocorre que nem tudo o que a Bíblia relata está em conformidade com a vontade de Deus, uma vez que se trata de um livro histórico, grandemente voltado para a descrição de eventos e comportamentos - assim como se dá com outras questões polêmicas, a poligamia nunca aparece como ordenança divina, mas, sim, é encontrada somente em concisas narrativas históricas. Qualquer leitor atento e honesto perceberá que as relações poligâmicas jamais foram sugeridas pelo Criador, mas poucos serão capazes de entender os motivos de um suposto silêncio de Deus com relação à sua ocorrência - é difícil, portanto, ignorar as complicações que concentram-se entorno dessa questão. Prossiga a leitura, caso seja do teu interesse resolver os incômodos inerentes ao assunto.

"Poligamia" nada mais é do que a prática de alguém ter mais de uma esposa ao mesmo tempo, costume esse concentrado em culturas nas quais as mulheres ocupam uma posição social baixa, sendo consideradas como criaturas inferiores aos homens - o islamismo é um exemplo atual desse costume, já que permite que um homem tenha até quatro esposas, embora alguns países maometanos, como a Turquia, tenham recentemente proibindo-a através de novas leis civis. Na Palestina do Antigo Testamento, a mulher ocupava, de fato, uma posição social de pouco destaque.

O Antigo Testamento deixa claro que o casamento lícito consiste na união de um homem e de uma, somente uma, mulher, conforme Gênesis 2:18 e 24 - coisa que Cristo sustentou - Mateus 19:4-6. Mesmo que o AT não condene com veemência a poligamia, não há alusões positiva à sua prática - no caso das famílias de Jacó, Davi e Salomão, a poligamia apresenta-se como um verdadeiro veneno (Gn 35:22, 37:18-28; 2 Samuel 13:1-29, 15:1; 1 Reis 11:1-12). A relação de Abraão com Hagar, serva de sua esposa, mediante o pedido de Sara (Gn 16:1-3), não necessariamente deve ser considerada pela ótica da poligamia, mas, sim, como algo isolado e forçado, motivado exclusivamente pelo desejo de obter o herdeiro prometido, isso segundo o costume da região. No AT, portanto, nos deparamos com os males da poligamia (Gn 16:4-16), enquanto Paulo, no Novo Testamento, a condena assim como condenou a justiça segundo as obras (Gálatas 4:21-31).
Fonte: Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, Walter A. Elwell, Vida Nova, 2009, pg 161 do Livro 3, por J. T. Mueller.

Segundo a Bíblia Apologética de Estudo, da ICP, 2011, pg 23, em referência ao terceiro versículo do capítulo 16 de Gênesis, a poligamia não deve ser confundida com o adultério, que implica "cobiça e/ou relacionamento sexual com a mulher do próximo". Além disso, o fato de alguns grandes nomes do Antigo Testamento terem sido abençoados por Deus mesmo sendo poligâmicos e, portanto, estarem fora da Sua vontade, é fácil de explicar quando entendemos que o Criador "abençoa as pessoas não pelo fato de elas estarem aquém de seu ideal, mas a despeito disso" - "Davi e Salomão, apesar de polígamos, foram abençoados por causa da graça de Deus." Sobre o tema, acrescenta: "Os relatos bíblicos de poligamia descrevem costumes ou tradições de origem humana".

Seguindo até a página 360 dessa mesma Bíblia, no comentário sobre 1 Reis 11:4, nos deparamos com uma referência veterotestamentária explicitamente contra a poligamia, encontrada em Deuteronômio 17:17, abrangendo a ordem da monogamia até mesmo para os reis.

Creio não haver necessidade de prosseguir com esse tema, uma vez que as informações apresentadas, mesmo que pouco numerosas, já se mostram suficientes. Notemos, para concluir, um outro detalhe: uma vez que a Igreja semeou uma nova visão biológica, espiritual e social da mulher, o alastrar do cristianismo foi acompanhado da extinção da prática da poligamia, substituindo-a pelo casamento monogâmico, em plena conformidade com a unânime declaração bíblica sobre o assunto.

Natanael Pedro Castoldi

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