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Merece Confiança o Antigo Testamento?

-> Apresentação e Índice
-> Em Defesa do Antigo Testamento
Nos últimos tempos tenho me dedicado mais na divulgação de evidência sobre a veracidade do Antigo Testamento, buscando solucionar o quanto antes as questões de maior relevância para o estudo dessa grossa parte das Escrituras, isso enquanto já me preparo para fazer o mesmo com o Novo Testamento. Com base nas minhas fontes, espero publicar algo relevante. Tire as suas próprias conclusões. Observação: existem algumas discordâncias entre os tópicos, que eu preferi manter, já que não tenho autoridade para alterar dizeres de especialistas graduados no assunto.

Confiabilidade geral:
1 - Ao longo de todo o Antigo Testamento os autores afirmam categoricamente que seus textos originaram-se da vontade divina. 
2 - Os 39 livros do Antigo Testamento (aceitos pelos judeus) foram imediatamente recebidos como confiáveis e canônicos. Muitos afirmam erroneamente que a definição canônica desses livros só se deu no concílio rabínico de Jamnia, 90 d.C., o que não condiz com a realidade: (1) as decisões do concílio não tiveram autoridade obrigatória; (2) as discussões desse concílio se deram meramente sobre as interpretações corretas dos livros de Eclesiastes e Cantares; (3) a lista de livros por eles considerados canônicos são os mesmos 39 de atualmente. A verdade mais evidente é de que os livros do AT tenham sido reconhecidos como canônicos pouco tempo depois de sua confecção, como foi o caso de Daniel, que escreveu 75 anos depois de Jeremias e considerou como canônica (Dn 9:2) a profecia do emotivo profeta acerca dos 70 anos de Cativeiro na Babilônia (Jr 25:11-12).
3 - Os textos do AT foram muito bem preservados, se comparados com outros documentos antigos. Nos 800 exemplares de textos bíblicos do Antigo Testamento encontrados entre os Manuscritos do Mar Morto, foram identificados exemplares de até 250 a.C. Há um trecho veterotestamentário do século VII a.C. de Números 6:24-26, dentre as tábuas de Ketef Hinnom. Tão bem preservados foram os textos do AT que, quando comparado o Antigo Testamento atual com os documentos do Mar Morto, foram encontradas apenas três modificações ortográficas (como "Saviour" X "Savior") dentro de um universo do que corresponde a aproximadamente 100 páginas da tradução para o inglês.
4 - A cronologia histórica encontrada nos anais dos reis de Israel e Judá é completamente verificada e confiável. 
5 - A arqueologia tem demonstrado que a cultura, as pessoas e os eventos do AT são confiáveis. Nomes até poucas décadas isolados no texto bíblico, encontraram respaldo extrabíblico, como Sargão, Sambalate, Davi, Acabe, Jeú, Ezequias, Manaém e Balaão. Também já foram descobertos povos bíblicos como os heteus ou horeus, assim como lugares, como a terra de Ofir ou os lugares ao longo da rota das peregrinações no deserto pela Transjordânia.
6 - "A forma literária atual dos livros nos vem de tempos antigos, e na forma final em que os possuímos atualmente". O Pentateuco tem sido apontado como bastante posterior a Moisés, mas várias evidências de ter sido confeccionado nos tempos próximos do Êxodo têm sido encontradas. O livro de Deuteronômio, o mais criticado, por exemplo, é bastante similar (em formato literário) aos singulares tratados de suserania dos heteus (1200-1400 a.C.) "sendo as mesmas seis seções desses tratados encontradas no livro de Deuteronômio". Se tal livro fosse mais recente, escrito por volta de 621 a.C., como sugerem os críticos, se assemelharia mais aos documentos assírios.
Fonte: Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2009, pgs 396-398.

Lugares do Antigo Testamento:
Nos tempos do antigo Egito era comum se escrever o nome de um inimigo, indivíduo ou cidade, numa estátua de barro ou recipiente de cerâmica e, depois, esmagar o objeto, como forma de lançar uma maldição contra os opositores - atividade que deixou uma enorme quantidade de fragmentos de grande valor arqueológico. Chamados de "textos de execração", muitos são datados dos tempos de José (século XIX-XVIII a.C.) e apresentam vários nomes de cidades da Palestina, muitas das quais aparecem na Bíblia:
Aco (Jz 1:31), Afeca (Js 12:18), Acsafe (Js 11:1), Asquelom (Js 13:3), Bete-Seã (Js 17:11-16), Bete-Semes (Js 15:10), Bozra (Gn 36:33), Damasco (Gn 14:15, 15:2), Ecrom (Js 13:3), Laís (Jz 18:29), Midiã (Êx 2:15-16), Migdol (Êx 14:2, Nm 33:7), Reobe (Nm 13:21, Js 19:28-30), Siquém (Gn 12:6, 33:18, 37:12-14), Biblos e Jerusalém (Js 10:1). O nome Aburahana, que é uma tradução egípcia de um nome semita, também é encontrado nesses textos.
Fonte: Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2009, pg 30.

A autoria do Pentateuco:
1 - As formas dos nomes e muitas das ações dos patriarcas fazem mais sentido em um ambiente do segundo milênio a.C.; 2 - as narrativas apontam para um minucioso conhecimento do Egito; 3 - palavras emprestadas do Egito aparecem mais no Pentateuco do que em qualquer outra parte do Antigo Testamento; 4 - o nome "Moisés" sugere um ambiente egípcio; 5 - a perspectiva da narrativa aponta para um autor de fora de Canaã; 6 - as estações são egípcias, a fauna e a flora são egípcias e do Sinai; 7 - em certos casos a geografia reflete o ponto de vista de um estrangeiro (Gn 33:18 fala de Siquém, "que está na terra de Canaã", citação improvável para depois do Exílio, porque nessa ocasião Israel já estava naquela terra por 900 anos); 8 - arcaísmos na linguagem, como o uso do pronome da terceira pessoa do singular, "hi", para os dois gêneros. O Pentateuco afirma ser de autoria, quase que inteiramente, de Moisés (Êx 17:14, 24:4-7, 34:27; Nm 33:1-2; Dt 31:9-11), assim como o restante do Antigo Testamento (Js 1:8, 8:31-32; 1 Rs 2:3; 2 Rs 14:6; Ed 6:18; Ne 13:1; Dn 9:11-13; Ml 4:4) e até mesmo o Novo Testamento (Mt 19:8; Jo 5:46-47, 7:19; At 3:22; Rm 10:5), coisa que combina com as evidências demonstradas.
Fonte: Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2009, pg 183.

D'A Bíblia de Estudo Anotada Expandida, Charles C. Ryrie, Mundo Cristão, 2007, pg 5: "detalhes que somente uma testemunha ocular dos fatos saberia ou poderia incluir indicam que o autor [do Pentateuco] participou dos acontecimentos, não sendo, portanto, um editor que viveu séculos depois (Êx 15:27; Nm 2:1-31, 11:7-8)"; "as informações que o autor dispunha sobre nomes, palavras, costumes e geografia egípcios seriam extremamente difíceis de se obter para um autor ou editor que tivesse vivido em Canaã séculos depois da época de Moisés (Gn 13:10, 16:1-3, 33:10, 41:43)"; "várias descobertas arqueológicas, muitas delas posteriores à Primeira Guerra Mundial, comprovam a precisão histórica do Pentateuco e revelam práticas do segundo milênio a.C. que já haviam caído em desuso no primeiro milênio. Como poderia, portanto, um autor conhecer tão bem tais costumes (a porção dobrada para o filho primogênito, a venda do direito de primogenitura, a validade de um testamento oral; Gn 48:17-20) a não ser que tivesse vivido no período histórico em que eles ocorreram?"

Comumente é dito que o Pentateuco foi escrito ao longo do tempo, compilado com base em quatro livros, todos desaparecidos: J ( Século IX a.C., usa-se o nome de Deus como Yaweh), E (Século VIII a.C., Elohim), D (621 a.C., Deuteronômio) e P ( 500 a.C., Pós-Exilico, resultando em grandes porções de Gênesis, Êxodo, Levítico e Números). Um dos argumentos usados é que, devido às repetições exaustivas das mesmas histórias nos livros do Pentateuco, podemos entendê-lo como fruto de livros diferentes e independentes escritos ao longo de um vasto espaço de tempo (a Esdras poderia ter sido o principal responsável pelo trabalho de compilação). A realidade histórica, porém, não dá sustentação para tais afirmações, vide: a repetição era parte essencial das narrativas do antigo Oriente Médio (os contadores de histórias costumavam repetir os mesmos relatos várias vezes e recontar histórias paralelas).
Fonte: Bíblia de Estudo Arqueológica, Vida, 2013, pg 15; Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2009, pg 182.

A singularidade do judaísmo:
Comumente se associa o judaísmo, ou melhor, a religião de Israel apresentada no Antigo Testamento, aos paganismos derredores, por sua semelhança com eles. Uma forçada percepção humana! Notemos que é o paganismo quem brotou de um monoteísmo anterior, o poluído que veio como fruto do puro. Lembremos que as similaridades entre as religiões podem se dar por intermédio de lembranças comuns a todos os povos - no mais, a própria Bíblia afirma que os povos gentios se desenvolveram, assim como Israel, através o olhar interventivo de Deus, o que, para quem crê nas Escrituras, serve como argumento em prol das semelhanças. Perceba que é provável que Deus empregasse formatos que tivessem algum significado comum, usando símbolos, eventos e práticas familiares aos povos contemporâneos à Israel em sua gênese, porém redirecionando-os e alterando o seu significado original. Esses pontos correspondem às semelhanças, mas minha fonte também aponta para as diferenças, já que falamos de singularidade:
1 - O judaísmo é monoteísta e exclusivista; 2 - há uma distinção na natureza da adoração entre o monoteísmo judaico e os politeísmos (num politeísmo é impossível que alguma divindade possuísse ilimitada sabedoria e poder infindável, de modo que a vontade divina, fragmentada entre todos deuses, submeteria a humanidade aos desentendimentos celestiais). Havendo um único Deus, por outro lado, podemos ser sinceros e dedicados em nossa devoção exclusiva, sem medo de provocar a inveja e a ira doutra divindade; 3 - o Deus de Israel é transcendente e autossuficiente, não uma personificação da natureza, como uma entidade limitada à terra, aos céus e ao submundo. Deus não precisa ser alimentado ou servido no seu templo, em contradição com todas as demais divindades antigas; 4 - o Deus de Israel não escondeu o Seu caráter verdadeiro ou a Sua vontade, como fizeram os deuses de outros povos. Os pagãos tinham que, continuamente, buscar a vontade de seus deuses misteriosos por meio da adivinhação ou despertar o interesse divino através da automutilação, enquanto Deus revelou inteiramente a Sua vontade por escrito; 5 - a natureza do Deus de Israel com o Seu povo também difere das demais religiões. A Bíblia apresenta o homem como a "coroa da Criação", dono do mundo natural e destinado a administrar, supervisionar e desfrutar de tudo, enquanto os "deuses estrangeiros" estavam mais para senhores feudais, criadores da terra para eles mesmos, usando do homem como servo; 6 - o Deus de Israel abominava o ritual que tinha como objetivo a manipulação divina, ao contrário do que ocorria nas demais religiões.
Fonte: Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2009, pgs 142-143.

A preservação do texto:
São três fontes de confiabilidade: abundância manuscrita, datação e exatidão. Grandes obras da Antiguidade sobraram em apenas um punhado de manuscritos (7 para Platão, 8 para Tucídides, 8 para Heródoto, 10 para as Guerras Gálicas, de César, e 20 para Tácito, havendo algumas centenas somente para Demóstenes e Homero). Com o Antigo Testamento é diferente: antes de 1890, um estudioso chamado Giovanni de Rossi publicou 731 manuscritos do AT - desde então foram descobertos aproximadamente dez mil manuscritos do AT, mais de 600 apenas em Qumran, encontrados em 1947. Dentre os Manuscritos do Mar Morto, com exceção de Ester, foram encontrados fragmentos e rolos (alguns completos) de todos os livros do AT, todos datando dentre Século III a..C e o Século I d.C.
Podemos entender que o Antigo Testamento foi bem preservado com base nalguns pontos: 1 - os escribas judeus tinham grande reverência pelas Escrituras e sua fiel transmissão; 2 - o exame d epassagens duplicadas (Sl 14 e Sl 54) mostra transmissão paralela; 3 - a Septuaginta, antiga tradução do Antigo Testamento original para o grego, está substancialmente de acordo com os manuscritos hebreus; 4 - a comparação do Pentateuco Samaritano com os livros correspondentes da tradição judaica mostra íntima similaridade; 5 - os Manuscritos do Mar Morto possuem  documentos mil anos mais antigos do que muitos manuscritos anteriormente usados para estabelecer o texto hebraico.
Comparativos de "palavra por palavra" entre o Antigo Testamento atual e os manuscritos antigos demonstram uma similaridade de 95%. Apenas 13 pequenas e irrelevantes variações foram descobertas no manuscrito inteiro de Isaías encontrado dentre os Manuscritos do Mar Morto (oito das quais já constavam em outras fontes antigas).
Fonte: Bíblia de Estudo Defesa da Fé, CPAD, 2009, pg 540.

Natanael Pedro Castoldi

Leia também:
- A Idade dos Manuscritos da Bíblia
- O Número dos Manuscritos da Bíblia
- A Exatidão Histórica da Bíblia
- O Antigo Testamento Originou-se de Religiões Pagãs?

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