Quem nunca ouviu alguém afirmando que a Bíblia simbolizou nada além de atraso para o mundo científico? Será que a Palavra não contribuiu em nada para o advento da ciência e seus avanços? É o que o breve estudo que segue se propõe a responder - tire as suas próprias conclusões.
Em primeiro lugar, a Bíblia não é
um livro científico e seu interesse não está na transmissão de informações
sobre esse mundo material, mas, sim, na divulgação da Palavra de Deus sobre a
oportunidade de salvação humana. Para tanto, a linguagem usada, incluindo as
limitações intelectuais dos autores humanos, não poderia destoar –em termos de
conhecimento científico- daquilo que os homens que primeiramente receberam a
Palavra Celeste concebiam. As Escrituras, com seu objetivo espiritual, não
poderiam transmitir ideias que somente teriam sido entendidas dois séculos
atrás, portanto, não é de se estranhar que ela contenha poucas informações
científicas, algumas das quais parecendo aludir a uma Terra chata, ao Sol em
movimento e a morcegos como aves, conforme as classificações e entendimentos
antigos. Tratando-se de uma mensagem espiritual para a humanidade, a Bíblia foi
feita para ser compreendida plenamente tanto pelo antigo, quanto pelo homem
atual. Outro detalhe é que algumas passagens que parecem incoerentes nas
Escrituras não são nada além de descrições do ponto de vista do observador:
falar que o Sol está se pondo não significa que o observador necessariamente
defende que a Terra é o centro do Universo, pois até os cientistas de hoje, em
conversas casuais, falam assim.
Embora
encontremos claras incoerências, é incrível verificar indiscutíveis observações
canônicas de uma Terra redonda e flutuando, pela força gravitacional, no vácuo
do espaço – ao contrário da crença antiga de que o mundo encontrava-se no
Oceano Primordial-, isso é o que diz Jó 26:7 e Isaías 40:22 (em hebraico, a
expressão usada “redondeza” significa círculo ou globo).
Um
extenso estudo do químico Charles B. Taxton e da escritura voltada para
religião e ciência, Nancy R. Pearcey, expôs os principais motivos pelos quais
as Escrituras serviram de base ara a formulação do pensamento científico:
1- O mundo é real e não uma ilusão. Isso destoa de
muitas filosofias, politeísmo e panteísmo que veem a natureza como “aparências
de Deus”. Como a Bíblia não menospreza o mundo material, pois ele é real, não
mera ilusão, o campo de trabalho da ciência eleva-se.
2-
Deus criou o mundo bom. Isso destoa de muitas visões
religiosas e filosóficas de que a matéria é ruim e o espírito, somente, é bom,
de modo que se despreze o mundo material. Esse valor da matéria novamente eleva
o campo de trabalho da ciência.
3- O mundo é um jardim, não Deus. Os politeísmos, o
panteísmo e o monoteísmo budista entendem que o mundo é constituído de deuses
mortos, vivou ou é o próprio Deus. Nesse sentido, a Bíblia nos traz as
compreensões mais antigas sobre a desmistificação da natureza, sendo que nem o
Sol, nem a Lua e nada da Terra são dignos de adoração - somente Deus, imaterial
e habitante de luz inacessível, o é. Esse desencantamento do mundo, reforçado
no Renascimento e Iluminismo, já havia sido introduzido no mundo por advento da
revelação de Deus no Monte Sinai. Quando o mundo material não é Deus, pode-se
explorar sua essência sem temor.
4-
Um Deus racional criou esse mundo ordenado. Uns
acreditam que cada elemento natural possui espírito e, portanto, tem
personalidade –possuindo vontade própria- e exige respeito. Se é assim, então
não existem leis naturais confiáveis para se estudar. Os politeísmos também
entendem que o mundo é resultado de um conflito interminável entre os deuses,
não algo seguro, fruto da razão. O cristianismo nos traz a percepção de um
mundo regido por leis naturais e fruto da razão divina e isso impulsiona o
estudo da natureza.
5- O mundo foi criado com base em leis definidas. A
Bíblia deixa claro que Deus inseriu leis na natureza, que permitem que a mesma
se desenvolva naturalmente. A compreensão dos primeiros cientistas cristãos da
existência de Deus e de Sua inserção de leis naturais foi o impulso inicial da
procura por essas leis – isso antes de terem sido encontradas.
6- O mundo é fruto de um plano preciso. Ao lerem,
por exemplo, Jó 38:4-5 e 33, os primeiros cientistas cristãos inspiraram-se a
buscar pela precisão natural. Se Deus criou o mundo com base em um projeto
extremamente preciso, significa que há complexidade a ser encontrada nos
fundamentos da matéria.
7- Os seres humanos foram feitos à imagem de Deus,
racionais, portanto, podem descobrir a verdade. Esse posicionamento levou os
cristãos do início da Era Cristã a procurarem a razão de pensamentos pagãos
que, outrora, eram tidos apenas como além da capacidade humana, o que levou o
Mundo Ocidental a desprender-se do paganismo politeísta e, posteriormente,
engajar-se nas veredas científicas.
Fontes:
Perguntas que Sempre São Feitas, Werner Gitt, pg 62; Uma História Politicamente
Incorreta da Bíblia, Robert J. Hutchinson, pgs 147-151.
Natanael Pedro Castoldi
Leia também:
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- A Igreja e a Revolução Científica
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Obrigado pelo trabalho
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