É claro que nem tudo em milênios de história humana cristã pode ser considerado louvável - é lógico que os seres humanos são falhos e, por isso, torna-se absolutamente ridículo desprezar o cristianismo como um todo com base nos inevitáveis erros humanos. Sabemos que regimes que tinham o ateísmo como aliado mataram mais de 100 milhões de pessoas só no Século XX - mais que os 19 séculos de cristianismo anteriores -, mas nem por isso torna-se aceitável desprezar os ateus. Da mesma forma, na Idade Média, o cristianismo foi tomado como aliado para dar sustento a um "regime", a um estilo de governo atroz - mas nem por isso os cristãos do Século XXI devem carregar o peso da culpa. Sejamos sóbrios. O que segue é uma breve análise do Tribunal da Santa Inquisição: será que, mesmo sendo vil, a Inquisição foi tão ruim quanto dizem? É o que o breve estudo pretende esclarecer - tire as suas próprias conclusões.
Na lista dos temas mais usados
contra o cristianismo na atualidade, a Inquisição recebe um posto elevado, mas,
embora tenha sido terrível e nada louvável, há precipitações sobre sua origem,
abrangência e violência. Sabe-se, por exemplo, que os Estados, por interesse
político, capturavam e matavam, sem tribunal ou chance de defesa, uma
quantidade descontrolada de opositores religiosos, políticos e ideológicos. A
Igreja, concebendo que os poderes seculares julgavam indivíduos também por seus
posicionamentos religiosos, entendeu que ela é que deveria julgá-los, de modo a
constituir um tribunal onde haveria alguma chance de absolvição –maior do que a
morte certa-, inclusive com uso de defesa e evidências da parte do réu. Engana-se, também, quem pensa que a Igreja era mais poderosa do que todos os reinos europeus na Idade
Média, pois, na verdade, não usufruía de tanta liberdade de ação quanto se supõe, ou
seja: se não pressionasse determinados indivíduos a negar suas ideias, uma vez
soltos, o próprio Estado se encarregaria deles. É sabido que, pela Inquisição,
o número de julgamentos de “hereges” diminuiu drasticamente, evoluindo de um
sistema de julgamentos em massa herdado dos bárbaros para uma instituição fundamentada
em padrões legais. É lógico que determinadas –ou todas - torturas são
deploráveis, também não quero perdoar a Igreja desse comportamento diabólico,
porém todos conhecem a disciplina por meio do exemplo: evita-se que mais morram
através da dureza recaída sobre uns poucos, que servem de exemplo aos demais.
Com
base no livro Uma História Politicamente Incorreta da Bíblia, de Robert J.
Hutchinson, falarei algo sobre números: sobre a famosa Inquisição Espanhola,
desenvolvida entre 1478 e 1834 (356 anos), demógrafos estimam que foram mortas
algo entre 2 e 32 mil pessoas, o que daria aproximadamente 97 pessoas por ano –
muito menos do que os 100 milhões do comunismo em meio século. Sobre a Caça às
Bruxas, estima-se que, ao longo de quatrocentos anos, cinquenta mil pessoas
foram condenadas à morte, o que resultaria em cerca de 125 por ano. Nada
comparado com os “milhões” que os ateus toscamente sugerem. Fonte: pgs 23-24.
Obrigado pelo trabalho
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