Como podemos conhecer Deus? Quais os meios? Isso, de fato, é possível? O pequeno estudo que segue tentará te ajudar a resolver essas questões - tire as próprias conclusões.
“A filosofia
grega sofreu várias modificações, mas nenhuma delas foi tão significativa para
a formação do pensamento ocidental como a modificação resultante do encontro
entre filosofia grega e teologia cristã.” Jonas Madureira, Curso Vida Nova de
Teologia Básica, Filosofia, volume 9, Edit. VidaNova, pg. 81.
Agostinho, o
grande teólogo e filósofo cristão, um dia disse:
“Pertence à
razão superior [conhecimento intelectual] a possibilidade de julgar a respeito
das realidades sensíveis, segundo razões incorpóreas e eternas. Essas razões,
se não estiverem acima da mente humana não seriam imutáveis. Entretanto, se
elas não tivessem nenhuma ligação com nosso ser, que lhes é submisso, não
poderíamos emitir juízo algum a respeito daquelas realidades corporais. Ora,
fazemos juízos sobre tais realidades, baseados na razão de suas dimensões e
figuras, e cuja razão nossa mente [intelecto] reconhece como imutável.” Fonte:
Curso Vida Nova de Teologia Básica, Filosofia, Jonas Madureira, pg 83.
Tomás de
Aquino, primeira parte da Suma de teologia, artigo 7, questão 84:
“Conhecemos as
coisas intelectuais, das quais não temos imagens, por comparação com as coisas
sensíveis, das quais temos imagens. Portanto, conhecemos a verdade considerando
a coisa a respeito da qual buscamos a verdade. No caso de Deus, nós o
conhecemos como diz Dionísio [Nomes divinos, cap. 1]: por casualidade, por
transcendência e por remoção. Também não podemos conhecer as demais substâncias
incorpóreas [verdades eternas], no estado de vida presente, senão por remoção,
ou alguma comparação com as coisas sensíveis. Por isso, quando conhecemos algo
do que é desse tipo [verdades eternas], necessariamente temos de nos voltar
para as imagens dos corpos, embora daquele algo não haja imagens”. Fonte: Curso
Vida Nova de Teologia Básica, Filosofia, Jonas Madureira, pgs 89-90.
Tomás de Aquino,
com base nos dizeres de Pseudo-Dionísio:
“Assim,
portanto, a partir da ordem do universo, como por uma certa via e ordem,
subimos, pelo intelecto, de acordo com nossa virtude, a Deus, que está acima de
tudo. Isto, de três maneiras. Primeiro, e principalmente, pela remoção de tudo,
pois nada daquilo que contemplamos na ordem das criaturas, julgamos ser Deus ou
adequado a Deus. Segundo, por transcendência. Com efeito, não removemos de Deus
as perfeições presentes nas criaturas (...) mas, pelo fato de que Ele
transcende toda a perfeição da criatura, removemos dele a sabedoria, pois Ele
transcende toda a sabedoria. Terceiro, de acordo com a casualidade de tudo,
pois consideramos que o que quer que haja nas criaturas procede de Deus como
causa. Portanto, nosso conhecimento de apresenta de modo contrário ao
conhecimento de Deus, pois Deus conhece as criaturas diretamente, nós, porém,
conhecemos a Deus pelas criaturas.” Fonte: Curso Vida Nova de Teologia Básica,
Filosofia, Jonas Madureira, pgs 96 e 97.
Martinho
Lutero, o Grande Reformador, em oposição ao pensamento filosófico medieval:
“Filipe
no feitio da teologia da glória diz a Jesus: ‘Mostra-nos o Pai’. Cristo
imediatamente recolheu e reconduziu para si mesmo o pensamento volátil de quem
procura Deus em outra parte, dizendo: 'Filipe, quem vê a mim, vê também ao
Pai'. Portanto, no Cristo crucificado é que estão a verdadeira teologia e o
verdadeiro conhecimento de Deus (...) Quando o teólogo da glória ignora Cristo,
ele ignora o Deus oculto nos sofrimentos. Por isso, prefere as obras aos
sofrimentos de Cristo, a glória à cruz, o poder à debilidade, a sabedoria à
tolice e, de um modo geral, o bem ao mal. Esses são os que o apóstolo chama de
inimigos da cruz de Cristo [Filipenses 3:18], certamente porque odeiam a cruz e
os sofrimentos, ao passo que amam as obras e a sua glória. Já dissemos, no
entanto, que Deus não é encontrado senão nos sofrimentos e na cruz. Os amigos
da cruz afirmam que a cruz é boa e que as obras são más, porque, pela cruz, são
destruídas as obras e é crucificado Adão”. Fonte: Curso Vida Nova de Teologia
Básica, Filosofia, Jonas Madureira, pg. 102.
Natanael Pedro Castoldi
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Obrigado pelo trabalho
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